Voltamos ao Brasil, já estamos lidando bem com os impactos positivos e negativos e começamos a retomar nosso cotidiano. No entanto, a saudade de algumas coisas que se tornaram rotineiras em nossa vida de intercambista continuam ali.
Conheça 10 situações do dia a dia na Irlanda que você, provavelmente, sentirá falta ao retornar à pátria amada.
O trânsito em Dublin não é perfeito, mas se você mora em grandes cidades no Brasil, verá muita diferença em relação ao que os irlandeses consideram engarrafamento: no máximo, um atraso de 15 minutos no seu trajeto. Ou seja, tenha certeza de que sentirá muita falta do “trânsito” irlandês.
Acredite: o ato de sentar para relaxar e assistir TV aberta muda drasticamente. Seja pelo inglês não ser bom o suficiente para entender o que está sendo falado, seja por não ter o aparelho em casa.
Então, você verá inúmeras possibilidades para relaxar com os amigos. Sentado no sofá após o jantar, conversando por horas ou resolvendo fazer um piquenique no parque em um dia não chuvoso.
Assistir à TV se tornará obsoleto em sua vida de intercambista — exceto aquela série favorita ;).
Parece que nossa criatividade é testada quando passamos por dificuldades, e o intercâmbio mostra isso das formas mais inusitadas possíveis. Seja transformando a lareira a gás em um novo secador de roupas, seja, até mesmo, durante as noites chuvosas em um jantar comunitário, digno de festa brasileira.
A forma como usamos nossa criatividade para transformar uma situação negativa em positiva é algo que você sentirá falta quando retornar ao Brasil. A parte boa é ver que isso está dentro de você, e que é capaz de aplicá-lo em terras tupiniquins também.
Confesso que demorei alguns meses para me acostumar a ver uma fila à noite, na calçada, em plena O’Connell Street, cheia de pessoas fazendo saques bancários e guardando o dinheiro em seus bolsos.
Lembro que, quando precisei fazer uma retirada à noite, pedi para dois amigos me acompanharem e nos sentimos quase que deslocados ao ver que somente nós estávamos, de fato, tão preocupados com aquilo — ainda assim, não dê bandeira!
Ah, você que está no Brasil pode até duvidar e achar difícil imaginar-se indo e voltando para todo canto a pé, inclusive para aquela balada especial ou pub com amigos, mas é verdade.
Depois de um tempo na Irlanda, seja para economizar ou por morar perto dos locais, você começa a achar 3 ou 4 km algo completamente possível de fazer a pé. O ônibus, Luas ou táxi passam a ser utilizados apenas para distâncias bem maiores.
Que beleza seria chegar no ponto de ônibus e saber exatamente quanto tempo levará para ele chegar, não? Pois, na Irlanda, isso acontece e funciona (na maior parte do tempo).
Na maioria dos pontos, existem as placas eletrônicas, como essa da foto abaixo, que mostram exatamente quanto tempo falta para o próximo ônibus chegar. E, para os pontos que não têm a placa, basta que você acesse o aplicativo pelo celular (iOS e Google Play) para acompanhar seu itinerário em tempo real. Ótimo, não?
Ah, que saudades do cashback! Toda vez que fazemos uma compra, seja no mercado ou qualquer outro tipo de loja, ao pagar a conta, o caixa pergunta se você quer cashback — que seria pagar sua conta e passar uma quantia a mais no cartão, para receber a diferença em dinheiro.
Perfeito para aquele dia que você precisa de uns trocados para o ônibus ou pagar um café. Bem que poderíamos ter isso no Brasil como algo normal, não?
Aqui no Brasil, se você pede para passar um valor a mais no pagamento para receber o dinheiro e não precisar passar no caixa 24h, seja por ser tarde e pouco seguro, a pessoa logo olha torto e diz um lindo e sonoro “Não”.
Sim, temos inúmeros parques nas cidades brasileiras, mas muitos deles não são tão próximos como na Irlanda. Em Dublin, por exemplo, praticamente cada bairro possui um parque onde os moradores aproveitam os dias de sol — e até mesmo de frio — para sentar com os amigos ou familiares e relaxar.
Saudades de não precisar pegar ônibus ou metrô para poder viver um pouquinho disso!
Em Dublin, assim como em quase toda a Irlanda, é comum encontrar diferentes tipos de cafeterias ou casas de chá, principalmente no centro da cidade. Ai que saudade de tomar aquele cafezinho/chá relaxando ou lendo um livro!
Aí você me diz: “Mas no Brasil também tem!”. Sim, meu amigo, no Brasil também tem, mas não são tantas opções, principalmente se excluirmos as grandes lojas como a Starbucks. Além disso, quando existem, são bem elitizadas, fugindo um pouco da realidade financeira da maioria dos intercambistas.
Infelizmente, não existe nenhum lugar totalmente seguro no mundo. E por aqui a maioria dos casos de agressões a brasileiros, principalmente, são feitas por grupos de adolescentes xenofóbicos que geralmente ofendem verbalmente ou jogam comida — como ovos ou alface — nas pessoas que consideram como “estrangeiros intrusos”.
No entanto, não podemos dizer que isso é rotineiro, que acontece todos os dias e, muito menos, que o país não oferece segurança.
Isso porque, infelizmente, se compararmos com a violência nas cidades brasileiras, onde você corre riscos de sofrer um ataque às 5h da manhã indo para o trabalho, pode ser assaltado à mão armada pegando o ônibus ao retornar pra casa ou simplesmente dando uma volta no seu bairro, a segurança na Irlanda ainda é bem maior.
Imagens via Dreamstime
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