Por Nathália Honci do Brazilians in Europe
Morar em uma cidade onde o inglês é a língua mãe e melhorar a fluência no idioma deveria ser uma associação lógica, mas não é bem assim se o lugar escolhido é a região central de Dublin, famosa pela quantidade de estudantes brasileiros. E essa é uma realidade que você descobrirá logo nos primeiros dias em solo esverdeado! Fatalmente você escutará o bom e conhecido Português diariamente pelas ruas do centro da cidade. Então, a pergunta que me fiz no início do meu intercâmbio foi: “Dá para aprender inglês aqui?”.
A resposta veio em cinco atitudes que eu e meu noivo, Marcel Nascimento, adotamos para não cair no conforto do nosso idioma, veja só:
A fase de alugar um apartamento é uma das mais desafiadoras no processo de um intercambista, afinal, nesse momento não conhecemos o lugar nem sabemos falar a língua. A solução para muitos é procurar uma vaga no Facebook e se juntar a outros tantos brasileiros. Mas cadê o inglês nesse processo?
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Usamos o bom e velho Daft, site que nos colocou em contato direto com proprietários e agências imobiliárias. Foram muitos telefonemas e falamos como “índios” com diversas pessoas – experiências válidas para o nosso processo de aprendizagem. Escolhemos alugar por imobiliária e até hoje não sei como assinamos aquele contrato, feito à base de “yes” e “no”. Foi o nosso primeiro grande desafio, como deve ser.
Se eu tivesse que adjetivar Dublin, a chamaria de acessível. Muitas instituições disponibilizam algum dia de sua programação para tours guiados gratuitos, mesmo as privadas. De súbito, cito Irish Museum of Modern Art (IMMA), National Botanic Gardens of Ireland, National Gallery of Ireland e Dublin Castle (primeira quarta-feira de cada mês). Não é preciso agendamento, procure por “free guided tours” e vá à instituição no referido dia e horário.
Isso melhorou nosso listening e speaking, já que conversávamos diretamente com nativos sobre assuntos complexos, como arte e ciência. Em alguns tours, estávamos inseridos em grupos – nos quais nunca encontrei brasileiros -; já em outros, recebemos palestras exclusivas. Dá pra imaginar o quanto foi enriquecedor?
Há muitos eventos alternativos em Dublin, locais onde você consegue, no mínimo, melhorar o seu listening. O Dublin Event Guide é uma boa fonte e foi através dele que descobrimos diversos eventos culturais gratuitos pela cidade. Fomos a peças de teatro, mostras de cinema, stand up comedy e muito mais! Locais onde, repito, haviam discussões em nível elevado e absolutamente – e tudo em inglês.
Se você comparar 6 EUR em uma pint e apenas 10 EUR para ir a Copenhague, a viagem pela nossa querida low cost Ryanair sai muito mais em conta. De quebra, você vai a lugares onde só poderá se virar em inglês.
Outra coisa boa: é fácil viajar pelo país. Pode-se alugar carro apenas com a CNH brasileira, sem necessidade de permissão internacional. Fazer isso sozinho não só te faz treinar o idioma mais um pouco, mas também conhecer o país a fundo e fugir do burburinho da região central.
Costumávamos estudar inglês em sites especializados quando não havia aula (principalmente nos bank holidays) ou como homework. Para isso, indicamos o British Council de olhos fechados! Estudávamos nos parques mesmo, sempre conversando em inglês. Aliás, sempre que estávamos fora de casa, conversávamos em inglês, é respeitoso e abre oportunidades a diálogos com nativos.
Com relação aos jornais locais, assistíamos e líamos os conteúdos da RTE, principal emissora do país, todos os dias. Assim ficávamos por dentro do que acontecia e da forma como as discussões se davam. Foi uma aula de reading e listening diária, que nos acompanha até hoje!
Sobre a autora:
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