Você sabia que a ligação entre Irlanda e Brasil é mais antiga do que aparenta? Desde 1500, muitos irlandeses emigraram para o Brasil e, sejam eles ou seus descendentes, contribuíram para a história e cultura do país.
Selecionamos 6 curiosidades sobre os irlandeses no Brasil.
Essas e outras informações estão presentes na exposição “Irlandeses no Brasil”, aberta na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, até 16 de junho. Saiba mais no final deste artigo.
Padre Thomas Field, de Limerick, é considerado o primeiro imigrante irlandês no Brasil. Ele se mudou para o país em 1577 como missionário jesuíta e morou em Piratininga, que na época era o nome de São Paulo. Ele atuou junto com José de Anchieta na catequização dos tupis na Bahia.
Ele também é considerado o primeiro irlandês a celebrar uma missa no Novo Mundo (como era chamada a América na época).
Até os dias de hoje, milhares de missionários irlandeses trabalhavam e ainda trabalham no Brasil Eles são de congregações distintas como Dominicanos, Espiritanos, Missionários de São Patrício, Irmãs da Misericórdia, entre outras.
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Por volta de 1612, os irmãos Philip e James Purcell estabeleceram uma colônia no Forte de Tauregue, na foz do rio Amazonas, onde lucravam com tabaco, corantes e madeiras nobres. Mais tarde, Bernardo O’Brien, do condado de Clare, construiu um forte na margem norte do Amazonas e batizou o local de Coqueiral.
A primeira língua de O’Brien e seus compatriotas na Amazônia era o gaélico irlandês.
Outras colônias irlandesas foram identificadas séculos depois no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Em 1750, uma escultura de madeira foi esculpida em Goiás e foi considerada a primeira imagem de São Patrício, o padroeiro da Irlanda, no Brasil.
Ela foi encontrada na cidade de Ceres e, por esse motivo, até hoje, a área é conhecida como Vale de São Patrício onde há um rio com mesmo nome.
O Imperador Dom Pedro II e sua esposa visitaram a Europa com uma pequena comitiva com uma viagem particular de cinco dias à Irlanda, de 7 a 11 de julho de 1877, incluindo Belfast, a Calçada dos Gigantes, Dublin, Killarney e Cork.
Na capital da Irlanda, Dom Pedro visitou a cervejaria Guinness, Jardim Botânico, cemitério de Glasnevin, Trinity College e Galeria Nacional, hospedando-se no Shelbourne Hotel.
A visita praticamente não foi noticiada no Brasil, mas recebeu ampla cobertura da imprensa irlandesa, como, por exemplo, no Belfast News Letter e no The Irish Times.
O diplomata irlandês Roger Casement, nascido em Sandycove, em Dublin, no ano de 1864, foi um dos primeiros ativistas a denunciar a violência contra os povos indígenas no Brasil durante o ciclo da borracha. Por isso mesmo, ele é considerado pioneiro nos direitos humanos do país.
Ele investigou as condições dos coletores de borracha na Amazônia e a política de terror contra os povos indígenas praticada por lá, sendo o conteúdo levado à Londres e publicado no Brasil.
Casement voltou para a Irlanda e participou do Easter Rising, com o intuito de tornar a Irlanda independente. Acabou capturado, condenado à forca por traição.
Você sabia que cerca de 70 mil brasileiros são considerados descendentes de irlandeses
Famílias como Browne, Hayden, Maxwell, O’Brien, O’Connor, Belfort e Whitaker estão espalhadas, principalmente, em estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Entre os descendentes de irlandeses conhecidos no Brasil estão Francisco de Almeida Fleming, que foi pioneiro do cinema brasileiro, os cantores e compositores Lorena Simpson e Johnny Hooker, a modelo Cintia Dicker e o poeta Augusto de Campos.
Essas são apenas algumas das centenas de curiosidades e fatos sobre a Irlanda no Brasil! E as principais delas estão presentes na exposição “Irlandeses no Brasil”, aberta na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, até 16 de junho, com entrada gratuita.
A curadoria foi feita por Peter O’Neill e Prof. Dra. Beatriz Kopschitz Bastos.
A mostra é uma parceria entre o Ministério da Cultura com o Consulado da Irlanda em São Paulo e a Embaixada da Irlanda no Brasil.
A exposição está aberta ao público, de segunda a sexta, das 10 às 17 horas, ou por meio da exposição virtual, no site da biblioteca.
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