Embora a gloriosa Trinity College Dublin esteja orgulhosamente no centro da cidade como um ponto turístico de Dublin, a antiga universidade é, sem dúvida, muito misteriosa.
Fundada em 1592, traz uma longa e, muitas vezes, sombria história, que ecoa através de seus salões e corredores, com locais curiosos, segredos e túneis subterrâneos.
Deixando a famosa Biblioteca e Livro de Kells de lado, hoje vamos falar sobre sete pontos secretos menos conhecidos, que não seriam imediatamente reconhecíveis para os visitantes. Será que você já se deparou com algum deles?
A Biblioteca Lecky, no bloco de artes da universidade, está supostamente ligada à Biblioteca Berkeley, também dentro da universidade, por um túnel subterrâneo. Embora essa passagem tenha sido aberta em 1995, poucos conseguem encontrar sua entrada ou obter acesso.
Durante seu período como reitor, John Kearney — que, aliás, é ancestral do presidente Barack Obama — sugeriu conectar a universidade com o prédio do parlamento, do outro lado da rua, por meio de um túnel subterrâneo, mas seu pedido foi recusado pelo governo.
Há rumores sobre diversos outros túneis sob a universidade e a cidade, como o que liga o prédio do Reitor ao Stephen’s Green, passando por baixo da Grafton Street.
O Prédio do Museu da Trinity College, ao lado da Biblioteca Berkeley, é uma joia escondida.
O primeiro edifício de estilo gótico veneziano da Irlanda possui uma arquitetura deslumbrante, que lembra os palácios venezianos e o estilo bizantino. Construído entre 1853 e 1857, o edifício é coberto de belas esculturas de flora e fauna — o que é bem apropriado, visto que o local abriga o departamento de Geologia.
O interior é igualmente impressionante, com colunas de calcário e uma escadaria imperial com um corrimão de mármore verde. Definitivamente, vale a pena conferir.
A coleção exclusiva do local tem cerca de meio milhão de espécimes: os mais notáveis são os esqueletos de dois grandes cervos irlandeses. A maioria da coleção foi recentemente transferida para um prédio diferente, mas o novo local mantém o estilo vitoriano de exibição.
A biblioteca da universidade também é praticamente um cofre literário. Por lei, ela abriga uma cópia de todos os livros publicados na Irlanda e no Reino Unido desde 1801, quando foi estabelecido o depósito legal. A coleção é composta por mais de cinco milhões de livros até o momento.
Os editores e distribuidores irlandeses devem entregar uma cópia impressa de cada uma de suas obras à Biblioteca da Trinity College Dublin, sob os termos da Lei de Direitos Autorais e Direitos Conexos, de 2000.
De acordo com rumores populares, há uma adega subterrânea sob a universidade, com uma suposta entrada ao lado do refeitório Buttery.
De acordo com Matthew Mulligan, editor do jornal da universidade, um grupo de estudantes da Trinity descobriu o local debaixo da “Casa 10” no campus, nos anos 80, e pegavam regularmente garrafas de vinho até o dia em que as autoridades da faculdade os descobriram e colocaram um fim nisso.
Acredita-se que a adega se conecte ao Royal College of Surgeons por um túnel que dizem ter sido usado durante o Levante da Páscoa para transportar munição.
Hoje em dia, existe toda uma superstição na faculdade de que poucos alunos são selecionados para entrar na adega todos os anos na noite do baile da universidade, antes do início das festividades.
O Museu Zoológico da Trinity College é aberto ao público somente nos meses de verão. O curador do museu, Dr. Martyn Linnie, descreve o local como uma coleção de mais de 200 anos de idade, com 25.000 espécimes, alguns dos quais são extremamente raros, tornando o museu o “segredo mais bem guardado de Dublin”.
Alguns destaques incluem uma águia do mar de cauda branca, um lobo da Tasmânia, modelos em vidro de vida marinha e o esqueleto de um elefante indiano chamado Prince Tom, que pertencia ao Príncipe Alfred, duque de Edimburgo.
Este foi o primeiro museu zoológico credenciado da Irlanda. Dr. Linnie ainda destaca a natureza interativa do museu, já que os visitantes podem manipular alguns dos espécimes, como ossos, presas e mandíbulas de tubarão.
Você talvez reconheça este local do filme “Michael Collins”, de 1996. Foi lá que as cenas de debate foram filmadas. Embora esteja na Praça principal da universidade, a Sala de Leitura de 1937 é uma das construções menos conhecidas no campus.
O local parece meio misterioso, já que muitas vezes você vê pessoas sentadas nas escadas do lado de fora, mas não entrando e saindo. Porém, isso pode ser explicado porque a Sala de Leitura é apenas para o uso de estudantes de pós-graduação.
A forma da sala é octogonal e foi planejada como um memorial de guerra para homenagear os que lutaram na Primeira Guerra Mundial, cujos nomes estão inscritos dentro da sala.
Também vemos a inscrição “NIKH”, uma alusão a Nike, deusa grega da vitória. Outro símbolo de vitória são as coroas de louros na seção superior do edifício.
Outra joia escondida é a seção que abriga os primeiros livros impressos, na antiga biblioteca da universidade. A grande e variada coleção especial de obras oferece uma gama variada de literaturas e abriga algumas coleções muito raras.
Alguns exemplos são a primeira edição das peças de Shakespeare, de 1623, e a primeira edição de Mansfield Park, de Jane Austen (1818).
O local também abriga muitos livros infantis antigos, incluindo a coleção “Pollard Collection”, que inclui mais de 10 mil livros. Além disso, a seção abriga uma cópia original de “In Fairyland”, a obra-prima de 1870, de Richard Doyle.
Isso sem contar que chegar até a seção já uma viagem em si: você deve andar por um túnel e subir uma escada pequena e sinuosa.
Imagens via Depositphotos
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