Irlanda vive dias de grande expectativa com a vinda do papa Francisco ao país, neste mês de agosto. Porém, engana-se quem pensa que será a primeira vez em que a autoridade máxima da Igreja Católica pisa no solo esverdeado.
A mesma emoção foi vivida há quase 40 anos, em 1979, com a vinda do papa João Paulo II.
A viagem foi muito importante para os irlandeses, mas também especial para ele, já que a Irlanda foi o primeiro país que visitou após ser ordenado naquele mesmo ano.
O pontífice mais popular da história dos papas pisou em terras irlandesas para celebrar o centenário da aparição de Nossa Senhora, São José e São João em Knock, no condado de Mayo, onde hoje existe um santuário.
Sua passagem pela Irlanda foi marcante para uma infinidade de fiéis que acompanhou a visita, entre 29 de setembro e 1º de outubro. Além de Knock, o papa João Paulo II visitou Drogheda, Clonmacnoise, Galway, Limerick, Maynooth e Dublin.
Com visitas a igrejas e santuários, além de missas ao ar livre e dos trajetos via papamóvel, João Paulo II encontrou milhares de pessoas durante sua passagem pela Irlanda.
Logo no primeiro dia, ele celebrou uma missa campal no Phoenix Park para cerca de 1,3 milhão de pessoas. O número era um terço da população total da Irlanda naquela época. Outras 750 mil esperaram pelas ruas de Dublin o papamóvel passar. Em Drogheda, foram 300 mil que acompanharam a leitura da Liturgia.
Outras missas a céu aberto reuniram milhares Irlanda afora. Foram 300 mil em Galway, 450 mil em Mayo e 400 mil em Limerick. A visita do papa Francisco será bem mais curta, com um roteiro durando apenas 36 horas.
Papa João Paulo II inaugurou uma tradição na Irlanda. Como foi o primeiro país a ser visitado por ele fora da Itália, ele começou na ilha a beijar o chão de cada novo lugar que visitava logo depois de descer do avião. E foi assim até o fim de sua jornada como papa e na vida.
O papa João Paulo II ia, em seu roteiro original, visitar a cidade de Armagh, na Irlanda do Norte, mas a viagem de fato não ocorreu por colocar em risco a vida do pontífice, já que, naquela época, o país nortenho ainda vivia conflitos entre católicos e protestantes.
A saída foi viajar para Killineer, perto de Drogheda, onde o pontífice fez a leitura da Liturgia da Palavra para mais de 300 mil fiéis, muitos deles católicos da Irlanda do Norte. Foi durante a visita que o papa declarou que “de joelhos, peço-lhes que se afaste do caminho da violência e retorne aos caminhos da paz”.
O Santuário de Knock, motivo pelo qual o papa João Paulo II visitou a Irlanda há quase 40 anos, é um local sagrado para os católicos. Foi lá que, em 21 de agosto de 1879, aproximadamente às 20h, um grupo de 15 pessoas testemunhou a aparição de Nossa Senhora, São José e São João, o Evangelista. Além deles, também estavam um cordeiro e uma cruz, em um altar na parede da antiga igreja paroquial.
Foram duas horas de aparição durante uma tempestade que ocorria no local, enquanto os fiéis recitavam o rosário. O milagre foi avistado por crianças de cinco anos até idosos de 74 anos.
Houve uma comissão de inquérito da igreja católica que apurou os testemunhos e concluiu que eram satisfatórios para confirmar a aparição. Hoje, o local se tornou um santuário e é visitado por milhares de cristãos todos os anos.
Você conhece algum John ou Paul irlandês? Provavelmente. É que, desde 1979, muitas crianças nasceram foram batizadas com o primeiro ou o segundo nome do papa (ou os dois). Foi a forma das mães daquela época homenagearem o pontífice.
Se você está na Irlanda e conhecer algum John ou Paul com quase 40 anos, provavelmente ele é fruto dessa homenagem.
Todo esse relato sobre a visita do papa João Paulo II à Irlanda pode ser visto no documentário “A Time Remembered — The Visit of Pope John Paul II to Ireland”, que foi produzido pela rede RTÉ em 2005, 26 anos após a vinda do pontífice.
Com pouco mais de uma hora de duração, o filme começa com a chegada de João Paulo II ao aeroporto, onde ele faz seu icônico gesto de beijar o chão. Outros momentos emocionantes são as celebrações das missas e a vista da multidão gravada durante a missa no Phoenix Park.
A missa campal para quase 1,5 milhão de pessoas no Phoenix Park deixou uma lembrança atemporal. Uma grande cruz fixada no local se tornou ponto turístico e uma lembrança de que, em 29 de setembro de 1979, João Paulo II esteve ali celebrando a fé cristã junto a milhares de fiéis.
Neste ano de 2018, o papa Francisco deverá visitar a cruz como forma de lembrar o papa João Paulo II.
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