É chegada a hora da renovação do intercâmbio na Irlanda. Como ficam os estudantes com a Síndrome do Retorno ao Brasil?
Se você cruzou a porta da imigração, com uma mochila nas costas, as pernas tremendo e arranhando um “thank you very much” achando que não duraria 6 meses nesse país gelado e hoje chora só de pensar em voltar pra casa, esse texto é pra você.
Eu não sei qual motivo trouxe você até aqui. Mas, por trás de todo “vim aprender inglês, oras” e do clássico “ahh… sabe como é, né? Sair da zona de conforto”, tem uma longa história de linhas tortas e bem malucas. Uma das coisas que mais me encantaram nessa jornada foi justamente ouvir as histórias dos brazucas com quem eu esbarrei por aí. Em terras tupiniquins eu provavelmente não teria conhecido Vitória, estudante. Ou Karina, advogada. E aqui na Ilha Esmeralda eu pude ouvir, finalmente, respostas profundas e dignas toda vez em que eu perguntei “quem é você?”. As primeiras linhas podem até soarem clichês, mas os capítulos seguintes são sempre distintos e únicos.
Não se surpreenda nem se assuste se um dia você se pegar dividindo traumas e experiências bastante pessoais com semidesconhecidos tomando uma pint de Guiness no calor de 19 graus. É como se vocês fossem amigos de anos, eu sei, não se julgue. Eu não sou nenhuma especialista, mas o tempo passa de um jeito diferente no intercâmbio, e não tem ciência que prove o contrário, meu caro.
No meu caso, eu não vou mentir: nunca foi meu sonho estudar e, muito menos, morar fora. Eu não almejava nada mais do que havia planejado até então: me formar na faculdade, encontrar um emprego que pagasse meus boletos e constituir uma família. Eu não sei quem inventou essa fórmula, mas ela é bem popular. Tão popular que tem gente que nem sabe que ela não é obrigatória. Meu primeiro passo pro intercâmbio foi um doloroso resultado de frustrações e corações partidos que culminou na ânsia de fugir do óbvio pela primeira vez. E ainda bem que foi assim.
Morar fora do país é um verdadeiro tapa na cara pra pessoas rotineiras e acomodadas (por exemplo, essa não-tão-geminiana-assim que vos fala). É muito duro se dar conta de que a vida pode ir muito além do acordar/trabalhar/dormir/repetir que a gente engole sem nem reclamar. Mas é lindo mergulhar no oceano de possibilidades e sentir na pele a tal qualidade de vida. Difícil mesmo é ter tempo contado.
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