Este foi um texto enviado por mais uma colaboradora, a Avany, que mora em Ennis. Muito obrigado Avany! =o)
Enjoy!
Ontem recebi uma ligação que me intrigou e me fez pensar sobre porque ter orgulho de ser brasileira. Uma colega da escola estava transtornada com o novo aluno da sala. Um garoto tímido, com pouco mais de 20 anos, cara de nerd e inglês fluente. A figura desembarcou na Irlanda para melhorar o inglês e ganhar pontos na avaliação da polícia Belga, onde pretende prestar exame para se tornar um exemplo de cidadão e protetor da lei. Pois é, até ai nada demais. Mas porque minha amiga brasileira estava tão chateada com o recém chegado?
Palavras dela ao telefone: “Aquele metidinho falou mal do Brasil, disse que lá só tem pobre, favelado, que os jovens começam a usar drogas muito cedo e que a violência impera. Eu retruquei na hora e disse: excuse me, do you know my country?…” Num tom agressivo ela continuou a repetir excuse me…excuse me… até a professora interferir e seguir com a aula.
Ao desligar o
telefone fiquei imaginando o que eu poderia ter dito para o novato
belga se tivesse participado da discussão. É claro que ele não foi muito educado ao retratar o Brasil tão negativamente, mas não consigo encontrar nenhuma irrealidade nas palavras dele. Calma!!!! Não estou aqui assinando embaixo, mas a verdade é que os pontos citados por ele são realidades das mazelas brasileiras. Mas e você? O que você diria ao belga além de “excuse me”?
Que tal ressaltar que somos o país modelo no combate e prevenção à AIDS, um problema de escala mundial? Que também estamos à frente de muitos países desenvolvidos nas pesquisas destinadas a célula-tronco, e ainda, que somos responsáveis por um dos espetáculos mais surpreendente do mundo, o Carnaval. Porque será que empresas como a Renault, Volkswagen e o Grupo Santander, todas européias, escolheram justamente o solo brasileiro para implantar filiais?
Ah! E vale lembrar, todas as pessoas têm direito a opinião e melhor que gastar energia tentando convencer o outro que ele está errado, é mostrar com argumentos, que o Brasil tem sim muitas barreiras a enfrentar, mas que também tem um povo com muita disposição, e um bom exemplo disso , é o número de estudantes que desembarcam o ano inteiro na Irlanda e em outros países para aprender sobre novas realidades.
É fácil falar em segurança, educação e na ausência de favelados, quando se vive num país que tem o tamanho do estado de Alagoas (30km), com pouco mais de 10 milhões de habitantes e com suporte da União Européia. Mas vai tentar fazer o mesmo num país 300 anos mais jovem, com proporções continentais e com população de mais de 170 milhões de habitantes. Esse é o nosso BRASIL.
E o melhor dessa história é que na aula do dia seguinte, o tema foi exatamente sobre a problemática dos adolescentes em 35 países ao redor do mundo. Segundo uma pesquisa da The World Health Organization, a maioria está infeliz, depressiva e abusando no uso das drogas. E olha que curioso: a
Bélgica estava no ranking, mas o Brasil não! Dois dias depois, a professora indagou sobre países que estão buscando formas sustentáveis para substituir as escassas reservas de petróleo no mundo, eu fui a única a dizer que sim, o Brasil…aquele país que só tem favela, na visão do meu colega de sala, tem se destacado com a promoção do biodiesel.
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