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A rotina de uma garçonete na Irlanda

Trabalhar como garçom/garçonete exige um olhar atento . Foto: Shutterstock

Quantos pratos você consegue equilibrar de uma vez? E quantos pedidos consegue anotar sem erro enquanto conversa com os clientes? Trabalhar como garçom/garçonete em uma cidade turística como Dublin, onde a maioria dos restaurantes está sempre correndo contra o relógio, não é para qualquer um. Mas tanto homens quanto mulheres vêm conquistando esse espaço durante o intercâmbio. 

E uma dessas vagas quem ocupa é uma brasileira, Carolina Pessôa.  Ela mora em Dublin há dois anos e por enquanto não tem planos de voltar de vez para o Brasil. Há quatro meses ela trabalha no restaurante de um pub super movimentado em Dublin. De seis a oito horas por dia, a rotina pode começar por volta das 10 horas da manhã e encerrar no final da tarde. No trabalho ela fica responsável por anotar os pedidos dos clientes, explicar o cardápio e realizar algumas tarefas que incluem a limpeza de mesas, levar os copos para a máquina de lavar louças e repor alguns alimentos, caso esteja trabalhando no último turno.

Assim como a maioria dos intercambistas, a experiência dela tem sido acumulada diante de desafios colocados por atividades que não eram praticadas no Brasil. Trabalhar como garçom/garçonete exige um olhar atento e uma ótima capacidade de aprender rápido. “É preciso pegar o sistema de cada restaurante, uma vez que isso muda de lugar para lugar. O que eles querem é alguém esperto que entenda facilmente o funcionamento”, diz Carolina.

Para conseguir essa vaga, Carolina participou de um processo seletivo com outras 60 pessoas. Ela foi vendo os candidatos serem eliminados em testes comuns com questionamentos do tipo “diga uma qualidade e um defeito seu”. Até que no final ela estava entre os principais selecionados,sendo aprovada logo depois do teste prático.

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Como dava aulas de inglês no Brasil, a linguagem não foi uma barreira para ela. Apesar de sugerir que as pessoas tentem sem medo se colocar no mercado de trabalho, ela reconhece que para essa função é preciso ter certo domínio do idioma. “Além da necessidade de entender perfeitamente os pedidos, os clientes gostam de conversar e perguntar coisas sobre a cidade ou ainda a respeito do Brasil”. É nessa hora que pode surgir aquela famosa gorjeta, sempre muito bem-vinda!

Os empregadores da Irlanda costumam considerar a simpatia dos garçons fundamentais para a satisfação dos clientes. De modo geral, os brasileiros ganham uma boa nota por isso. Carolina tem pelo menos cerca de 20 colegas do Brasil trabalhando lá.

Mas nem só de sorrisos e conversas é feita essa rotina. Embora as cozinhas sejam fontes de maravilhas, também são motivos de stress. A rotina pesada faz doer o corpo no final do dia e durante a correria de um restaurante é comum escutar alguns gritos dos mais nervosos. Saber lidar com isso e não levar o stress da cozinha para a mesa do cliente pode ser uma provação. “É preciso entender que não é nada pessoal também”, ressalta Carolina.

Para lidar com público, em qualquer lugar do mundo, é preciso ter tanto jogo de cintura quanto equilíbrio para segurar uma bandeja cheia passando por lugares sem muito espaço. Trabalhar como garçom é fazer todas essas coisas juntas! Logo no início, Carolina derrubou coca-cola em um dos clientes. Ela não foi demitida por isso e hoje até ri da situação. Nem pensou em desistir por conta do episódio momentaneamente trágico e graças a essa persistência hoje ela já se sente muito mais confortável na função.

A dica de Carolina é para que os intercambistas invistam nas tentativas de testes voluntários. Existem muitos relatos de pessoas que conquistaram o emprego depois de se oferecerem para fazer um pequeno teste  no local. Elas utilizaram esse tempo para que o empregador conhecesse o trabalho e a personalidade delas. É como um diferencial diante das pilhas de CVs entregues todos os dias. Mas isso não quer dizer que você vai sair por aí trabalhando de graça, ok? Mesmo por que há um limite de horas durante as quais você pode trabalhar como forma de trial.

Colaborador edublin

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