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A Vida Poderia Ser uma Viagem…

Se lembram da Novela, A Viagem? Então, não tem nada a ver… O que eu queria dizer é que a vida deveria sem como uma viagem, já que, de fato estamos de passagem e temos que aproveitar o máximo pois temos pouco tempo (ou você nunca disse “nossa 20xx passou voando”?)!

Acabei de voltar de uma viagem curta, 18 dias, passando por Chile e Bolívia. Entre os prazeres da vida, viajar é o maior da categoria, mas nesta viagem em específico eu tive a possibilidade fazer tudo junto e separado: viajar com a namorada, viajar sozinho e viajar com amigo, 7, 5 e 6 dias respectivamente.

Em cada um dos momentos da viagem, uma epifania diferente, mas no fundo, me fez relembrar todas as mochiladas que já fiz e todos bons momentos que me fizeram pensar, hoje, voltando do trabalho, que a vida ser uma viagem… A seguir, os motivos:

Dinheiro não é o mais importante!

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  • Em 2009, na minha chegada a Argentina, estava sem dinheiro e não conseguia sacar, era 1h da manhã. Um Austriaco, recem conhecido na balsa, me emprestou o dinheiro para pagar a reserva do Hostel. Ele me deixou o contato. Dois dias depois (coincidentemente St PAtrick’s) em Buenos Aires, o encontrei com 3 Dinamarqueses e tive uma das noites mais memoraveis todas as minhas viagens! OBviamente, paguei-o o que me emprestou
  • No último dia na Bolívia (mais especificamente em Santa CRuz de la Sierra), conheci um Argentino, Adrian. Fomos jantar e não estavam aceitando cartão e eu tinha dinheiro contado para o Taxi até o aeroporto. Ele pagou a conta… Tá certo, na Bolivia nada é muito caro, mas, sinceramente, o valor é o de menos, em ambos os casos
  • A mãe terra é o mais importante! Apesar da dominação espanhola-católica da Bolívia, as crenças continuam, e por todo Salar do Uyuni vê-se homenagens a Pacha Mama (Mãe Terra). Tradição de montar pedrinhas como oferenda!

Laguna Branca – Uyuni, Bolívia

O mundo não tem fronteiras (quiçá o maior dos prazeres)

É um prazer conhecer gringos, não é mesmo? Mesmo quando temos dificuldade de nos comunicar, aliás, talvez assim fique ainda mais interessante: conhecer, aprender, praticar, descobrir, passar vergonha, tudo junto, não é sensacional? Só é ainda melhor se tiver rolando um interesse… ;o)

Nessa viagem, conhecendo gente de vários lugar, eu descobri que:

  • Em alguns lugares da Bolívia, o casamento começa com um sequestro. O homem sequestra a mulher por alguns dias para a lua de mel. Se ela não conseguir escapar, estão fadados a viver felizes para sempre!
  • Nas cidades de fronteira da Holanda com a Alemanha, alemães podem ter dificuldades para conseguir informações, visto o histórico de guerra. Mas ao mesmo tempo, na copa de 2010, em todos os jogos da Holanda haviam alemães torcendo pela laranja mecânica nas praças das cidades fronteriças (aliás, em Venlo pelo menos hehe)
  • Filhos de Honk Konguinos (hehe), porém holandês, me explicou que Holland e Netherlands é tudo a mesma coisa
  • Assistindo ao por do sol no Valle de la Luna no Atacama, conheci um casal de senhores de Jersey, uma ilha entre a França e a Inglaterra. Eles me deram a dica: o por do Sol em Jersey é mais espetacular que no VAlle de la Luna
  • Argentinos só tem 15 dias de férias, e conforme o tempo de trabalho vai aumentando 1 dia por ano até chegar a 25 dias.
  • Está faltando padre no Uruguay e estão importando sacerdotes. Fica a dica!

As pessoas perdem o medo, são felizes por natureza (Você nunca está sozinho)

 

  • Viagem a dois é viagem a dois? Não! Conheci casais, foram meus amigos, fizeram questão de me acompanhar ou de que eu os acompanhassem. Mas também, os deixei em paz para ver o por do sol a sós, afinal era dia e não precisava de ninguém para segurar vela
  • Brasileiros entram no restaurante mais barato do Atacama (onde eu estava comendo), olham pra mim: “ô brasileiro, essa comida ta boa?”. “Pelo preço, ótimo! Sentaí!”. Amigos do almoço que iam beber pra baralho naquela tarde e tavam zerados na viagem
  • Cariocas que me aturem (Ana que o diga!) Adoro uma brincadeira com a velha rivalidade Sampa X Rio. Me aguentou 3 dias, sorrindo, juntos, dia e noite no deserto.  A gente aprende com carioca também: ser mãe não é  morrer por um filho, mas transformar sua vida por ele e aproveitar tudo com ainda mais paixão
  • Uma alemã (quem diria, não é o povo mais fechado?), me viu sentado no sofá da balada, sozinho, e disse “come join us, let’s dance”. Salvou a noite, conheci 2 brasileiros, 2 alemãs e 1 Sucrense (boliviana), resultado: baladinha deu uma animadinha =o)

Tempo de Experimentar

  • Meu Deus, como eu odeio milho! Mas, no Chile, experimente Pastel de Choclo. Um  purê adocicado de milho com frango, molho e carne. Tipo escondidinho
  • Que coisa doce: Mote con Huesillos! Gostoso, mas muito doce, comem que nem chocolate em Santiago. Experimente!
  • Folha de Coca, chá de coca… Perca o preconceita, mas não traga na mala (pode ser preso).
  • Tente, ouse, coma, sinta o local, mas cuidado (principalmente na Bolivia), o resultado pode não ser legal  =/ (meu banheiro pode dar maiores detalhes)
  • Essas são as exemplos que tenho fresco, mas o que é uma viagem sem comer o que se come lá? Sem conhecer quem vive por ali? Sem passear por onde os locais passeam? Ou seja, sem experimentar quem você poderia ser, se, por acidente, tivesse nascido em outro país.

Agora, será que isso tudo é tão verdade assim no nosso dia-a-dia? Vim no carro hoje me perguntando:

  • Será que eu não podia me preocupar menos com dinheiro? Só se for dinheiro para pagar viagens ou para ajudar amigos =o)
  • Será que eu não podia ser só feliz, como uma carioca?
  • Será que eu não podia assumir que não sei nada, e aprender, se jogar, se envergonhar todos os dias?
  • Será que eu não podia deixar o preconceito? (Isso, sequestrem sua próxima namorada! =oP)
  • Será que experimento tudo que eu poderia ser? Tudo que eu poderia usufruir?
  • Será que eu agradeço, corretamente, a mãe natureza por tudo que ela me proporcionou? (Tá bom cariocas, nessa vocês ganharam hehe)

Será que eu não podia viver a vida como se fosse uma viagem… =o)

A vida poderia ser uma viagem…

Edu Giansante

Fundador e CEO do edublin, Edu chegou na Irlanda em 2008, no ano pré-crise, pegou a nevasca de 2010 e comeu cérebro de cabra em Marrakesh. O Edu também é baterista da banda Irlandesa Medz.

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