Arrumar as malas e colocar o pé na estrada é, sem dúvida, maravilhoso. Mas será que isso é algo tão fácil assim para todo mundo? Afinal, como é a acessibilidade na Europa?
Segundo a ONU, cerca de 10% da população mundial tem alguma deficiência. Para essas pessoas, antes mesmo de escolher o destino de um intercâmbio ou viagem de férias, é preciso fazer muita pesquisa para evitar dores de cabeça.
No Brasil, por exemplo, apesar de a acessibilidade ser garantida por leis federais, nem sempre os destinos turísticos têm as mesmas normas ou as cumprem. Ou seja, nem todos os locais são acessíveis a todo mundo. Então, como funciona a acessibilidade em outros países?
Na Europa, a preocupação em tornar espaços públicos locais mais acessíveis é uma tendência que vem sendo seguida por muitas cidades. É claro que isso também é um desafio gigantesco, já que muitas das construções no continente são extremamente antigas, algumas com mais de mil anos, ou seja, de quando nem se pensava em regras para acessibilidade.
Como felizmente mudanças estão a caminho, hoje em dia existe uma premiação organizada pela União Europeia que analisa o esforço de dezenas de cidades em remover as barreiras cotidianas no que diz respeito a transporte, infraestrutura, acesso a pontos turísticos, serviços, além da implementação de novas tecnologias com o intuito de facilitar a vida dos portadores de deficiência.
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Em 2023, foi realizada a nona edição da premiação chamada de Access City of the Year.
Seis cidades foram escolhidas como as mais acessíveis da Europa. A Espanha foi selecionada com duas delas, além de França, Alemanha, Eslovênia e Suécia.
Em edições anteriores, cidades como Helsinki, na Finlândia, Barcelona, na Espanha, Leuven, na Bélgica, Palma, na Espanha, Porto, em Portugal, Gotemburgo, na Suécia, Ávila, na Espanha, Salzburg, na Áustria e Berlim, na Alemanha, também foram selecionadas e ainda têm um bom grau de acessibilidade.
A cidade de Luxemburgo, que já foi considerada a mais acessível da Europa, fez desta pauta uma prioridade. Ele segue uma abordagem ‘Design for All’ para facilitar o acesso a todos, inclusive para pessoas com deficiência.
Ônibus de piso baixo equipados com rampas estão presentes em toda a cidade, bem como avisos visuais e sonoros nos ônibus e nos pontos de ônibus.
A cidade consulta regularmente seus cidadãos com deficiência, para garantir que sua ação tenha o efeito desejado.
Além disso, a cidade de Luxemburgo torna as informações sobre decisões políticas acessíveis a todos, disponibilizando as principais reuniões do conselho em linguagem de sinais, além de linguagem falada e transcrição acessível.
Entre outras cidades que se destacam em acessibilidade na Europa está Estocolmo, na Suécia. Por lá, em 2010, as travessias de pedestres foram reconstruídas com a implantação de rampas de acesso. Também foram desenvolvidos aplicativos para pessoas com deficiência visual, além de tornar as vias públicas mais seguras para essas pessoas.
Todas as estações de metrô oferecem elevadores, e os hotéis estão preparados para suprir as necessidades visuais, auditivas e de mobilidade dos seus hóspedes.
Roma é outra cidade que tem adaptado sua antiga arquitetura com a construção de rampas nas calçadas. O objetivo é facilitar o acesso a hotéis, restaurantes, galerias de arte, museus e igrejas. Por lá, todos os meios de transporte são acessíveis para cadeirantes.
Já em Londres, grande parte das ruas no centro da cidade têm rampas. Além disso, a maioria dos hotéis da cidade apresenta, pelo menos, 5% dos seus quartos adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. As atrações turísticas da cidade também são bem acessíveis.
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Nos Estados Unidos, a cidade de Nova Iorque foi listada pela AFB (Fundação Americana para Cegos) como um dos melhores lugares para se viver com deficiência visual no país. Segundo a instituição, a cidade tem um sistema de transporte público extremamente acessível, o que permite aos moradores chegarem com segurança a atividades sociais e culturais a qualquer momento.
Na Austrália, a cidade de Perth é uma das que saem na frente no quesito acessibilidade. Por ser plana, o acesso aos espaços públicos é garantido. Todos os meios de transporte também são adaptados.
Já na Ásia, pode-se dizer que uma das cidades mais acessíveis do continente é Singapura. Por lá, foi implantado, há cerca de duas décadas, um código universal de acessibilidade que tirou as barreiras físicas da cidade.
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