O planejamento para começar um intercâmbio na Irlanda começa meses antes do embarque. São muitas os pingos a serem postos nos “is” até chegar à Ilha: escola, agência de viagem, comprovação financeira, e por aí vai. Mas, ao desembarcar, um novo desafio surge: a acomodação. E a questão é ainda maior se a cidade escolhida para morar for Dublin!
Antes de embarcar, muitos estudantes fecham moradias temporárias em casas de conhecidos, famílias irlandesas ou residência estudantil. Mas, e depois?
O friozinho na barriga é real. Afinal, algumas perguntas pairam na cabeça dos intercambistas: “Como será minha moradia? Será que vou conseguir uma vaga rapidamente? Como fazer até achar uma moradia fixa? Como encontrar o lar ideal para seguir com os planos adiante?”
Vamos refletir um pouco sobre esse assunto, neste artigo.
Acompanhe!
Encontrar uma acomodação na Irlanda é difícil, mas sua capital ganha — e muito — na dificuldade de encontrar um apartamento, quarto ou um beliche disponível.
A capital irlandesa não é das maiores da Europa e, por isso mesmo, é preciso entender que existe pouco espaço para muita gente, já que a rotatividade de moradores, estudantes e turistas é grande.
São 1,8 milhão de pessoas (um número incerto, já que muitos estrangeiros chegam todos os dias à cidade), vivendo em 144 km² de território — para se ter uma ideia de comparação, São Paulo tem 1.521 km².
Dublin não é uma cidade verticalizada, com prédios residenciais de poucos andares sendo permitidos, principalmente nas áreas centrais, que têm edifícios de apenas três ou quatro andares.
Além disso, existe uma grande crise de acomodação na Irlanda, mas em Dublin é ainda mais intenso, com muitas residências vazias e poucas disponíveis para o aluguel.
Será que existe uma melhor época para encontrar uma acomodação na Irlanda? Muito provável. Vamos refletir!
O ciclo de um estudante de idiomas no país não tem data para começar. As escolas de inglês abrem turmas novas toda semana. Porém, geralmente, os estudantes costumam chegar entre o início do ano até o início da primavera.
Portanto, entre janeiro e março pode ser mais difícil encontrar vagas, já que muita gente está começando sua jornada na Irlanda. Tal jornada tem o prazo mínimo de oito meses. Portanto, entre novembro e dezembro, muitos já estão deixando o país.
Outro momento de maior procura pode ser em agosto, já que em setembro começa o ano letivo nas universidades irlandesas. Entre maio e junho, os cursos terminam e muitos estudantes universitários também deixam a Irlanda.
Nesse sentido, há uma chance maior de haver mais vagas de acomodação entre março e julho e entre outubro e dezembro.
Leia também: Quais são os direitos de quem paga aluguel na Irlanda
A persistência é a palavra certa para quem quer arrumar uma acomodação na Irlanda. E haja persistência! Basta ver o desespero de novos intercambistas, quando vai chegando o fim da vaga temporária ou da reserva no hostel e nada ainda apareceu. Sim, esses desespero é real.
É preciso buscar diariamente, hora a hora, minuto a minuto, por uma nova vaga. A melhor forma é ficar de olho em vários grupos nas redes sociais, mas não se limite a grupos de brasileiros. Grupos com outras nacionalidades ou para estrangeiros em geral podem ter mais opções e menos concorrência.
Encontrar uma acomodação na Irlanda pode ser como buscar um novo emprego. Haverá muita gente interessada na vaga disponível e, por isso, é comum que exista uma seleção: as famosas entrevistas.
Nesse momento, todos os moradores da casa se unem para conversar com os candidatos. Quem passa por essa situação, muitas vezes, tem um sentimento de insegurança. “Será que vão gostar de mim? O que devo dizer? Como me vestir?”
A maior dica é ser você mesmo! Geralmente, os moradores perguntam sobre hábitos, trabalho ou estudo, o que pretende fazer na Irlanda e, até mesmo, se você ronca. Pois é! A ideia é dar um “match” entre o novo morador e os que já residem no local.
Creia! Existem épocas em que dezenas de pessoas podem ser entrevistadas para apenas uma vaga disponível.
O ideal é que a casa seja um lar, onde todos se considerem uma família, pois estarão uma boa parte do tempo juntos. As entrevistas também vão ajudar o candidato a morador a descobrir se a casa era realmente um ambiente ideal.
Pessoas menos festeiras, por exemplo, podem querer um local mais calmo. Já quem curte ou não liga para uma bagunça pode preferir um estilo mais “república de faculdade”. Depende de cada um!
Outro ponto a se pensar antes de mudar para uma acomodação é entender como funcionam as regras de convivência. Entender o funcionamento da casa é fundamental, como revezamento de limpeza, contas mensais, espaço no guarda-roupa, armário da cozinha e geladeira.
Isso evita surpresas, pois, muitas vezes, é possível encontrar problemas sérios após a mudança. Há casos em que os moradores lavam as roupas apenas no período noturno, após às 23h (pois em algumas regiões a energia pode ser mais barata de madrugada).
Há residências onde a eletricidade é pré-paga, com crédito (igual os celulares), e o uso do gás, geralmente para esquentar o boiler, um equipamento que serve para esquentar a água do banho, e o heater (aquecedor) também. Isso pode ter um peso fundamental nas contas mensais. É bom ficar de olho.
É bom colocar na ponta do lápis o custo-benefício em se viver mais confortável, com o preço justo e a uma distância razoável da escola ou do trabalho. Dependendo da região, mudam-se os valores.
A média ainda é 400 euros mensais para dividir o quarto. Dependendo do número total de pessoas na casa, é possível encontrar preços mais baixos. O “single room” (quarto individual), varia entre 600 e 900 euros, dependendo da região.
As vagas temporárias podem ser uma alternativa, se você conhecer alguém que está viajando e possa lhe emprestar sua vaga por um tempo. Geralmente, ajudam quando a opção definitiva demora mais a acontecer.
Não é a situação ideal, mas, na fase de transição entre as primeiras semanas de intercâmbio e a acomodação, pode ajudar. Vale lembrar que, por lei, a sublocação não é legal e o landlord pode não aceitar que seu amigo ou conhecido fique no seu lugar enquanto você não está.
Sim, existem pessoas aplicando golpes na Irlanda, principalmente em Dubin. São várias as táticas para roubar o dinheiro de pessoas desprevenidas, inclusive na hora de fechar uma acomodação.
Falsos landlords ou moradores que não vivem na casa oferecida e que, simplesmente, somem depois que o novo inquilino faz o depósito.
Olhando assim, você pode imaginar que as primeiras semanas na Irlanda serão de pura tensão, com a saga da acomodação. Para falar a verdade, pode ser um pouco sim.
Infelizmente, a demanda de vagas no país, dada a viabilidade do visto, tem acarretado na falta de espaço. Encontrar uma acomodação passou a ser, de fato, um desafio.
Porém, você não é o único nessa jornada e dificilmente conseguirá evitá-la. Após esse processo e ao conseguir a vaga fixa, a vida começa a caminhar com mais tranquilidade. Você vai se acostumar com o mercado mais próximo, o trajeto até a escola ou trabalho, os pontos de ônibus e, o mais importante, a convivência entre quatro paredes.
Como dizem os irlandeses, o melhor modo de se viver é com a atitude “easy going”, ou seja, um bom camarada!
Quer saber mais? Temos um guia especialmente feito sobre acomodação na Irlanda.
Não deixe de conferir, também, o ebook que o E-Dublin preparou sobre acomodação na Irlanda, com informações detalhadas sobre a situação atual no país, opções de moradia, valores médios, diferenças entre as regiões da cidade e tudo que você precisa saber pra chegar aqui bem mais informado.
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