Afinal, o intercâmbio emagrece ou engorda?

Afinal, o intercâmbio emagrece ou engorda?

Colaborador edublin

9 anos atrás

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Um novo fuso horário e uma nova rotina podem fazer seu peso aumentar ou diminuir

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Na esperança do corpo perfeito, joguei toda a responsabilidade disso para o intercâmbio, achando que iria chegar aqui e que meu corpo ficaria mais bonito que no Brasil – afinal estou na Europa -, mas infelizmente não é assim que acontece.

Faço parte da minoria das mulheres, aquelas que são bem magrinhas (digo isso porque vejo mais gente reclamando de estar gordo do que de estar magro), e pensei que no intercâmbio eu teria este problema solucionado e que ganharia peso. Li em várias matérias sobre o tipo de alimentação da Irlanda, sobre o consumo de bebidas, etc, mas esqueci de levar em consideração a minha genética.

Em poucos meses eu perdi 6kg, isso mesmo, SEIS quilos. Para a maioria das mulheres isso seria perfeito, mas para mim foi terrível. Além de ficar com as roupas todas largas, eu ainda me sentia muito mal e triste pela situação. Tudo que você menos precisa num intercâmbio é estar com o psicológico abalado.

Em contrapartida tenho amigas que engordaram até 13kg em poucos meses – digamos que nos quatro primeiros meses o seu corpo tende a mudar. Uma amiga me disse que perdeu algumas roupas e que estava se sentindo totalmente inchada. Resultado: autoestima não existia mais.

Vou listar 10 situações que podem acontecer aqui, e que fazem algumas pessoas emagrecerem e outras engordarem:

• Fique atenta ao seu tipo de metabolismo. Você já sabe se tem tendência a emagrecer ou para engordar;
• O fuso horário atrapalha algumas pessoas, e em determinadas épocas do ano temos até 4 horas de diferença para o Brasil. Se adaptar ao horário local pode te ajudar;
• A rotina de alimentação aqui é muito diferente. Geralmente eles tomam café às 8 (torradas com manteiga e geléia, cereais, etc.), o almoço é por volta das 14h (um sanduíche, nuggets ou algo bem prático) – eles não costumam “perder tempo” com esta refeição -, e a janta (aí é janta mesmo, comida de verdade). Logo depois eles já vão dormir ou vão pra balada;

• A alimentação consiste, basicamente, em batata. Quase tudo que você vai comer na rua tem batata;
• Você está com a vida de estudante, se organizando, e nem sempre tem tempo de fazer aquela refeição que você queria. Aí tem um MC Donald’s a cada esquina, ou mini mercados com lanches de 1 euro… Pense nisso, 1 euro! Aí você se distrai e come um porque é barato e pequeno, e ainda vai enganar o estomago. Nesse um em um que mora o problema;
• Às vezes você até conseguia fazer atividades físicas no Brasil, mas depois que veio pra cá parou com todas elas;
• Geralmente no frio se come mais, além de comermos mais doces também. Eu mesma não comia chocolate no Brasil, e aqui eu como – os chocolates são deliciosos;
• Em Dublin, aliás, na Europa tem cervejas de tudo enquanto é parte e jeito. Aí você vai bebendo, vai bebendo e já era o corpo. Sem contar que está frio e você ingere uma quantidade muito menor de água;
• Você pode ficar ansioso e com saudades da família. Isso pode fazer com que você coma mais ou, no meu caso, menos;
• Você vai precisar cozinhar e pode fazer pratos deliciosos. Ou então pode ser ruim de cozinha e passar a comer lanches na rua – sem contar na possibilidade de ter um flatmate que cozinhe muito bem, ai já era corpinho;

Listadas essas 10 situações, vamos voltar para o meu caso: Eu não era boa na cozinha, então sempre optava por comer coisas práticas, como saladas, frutas, etc. Não me adaptava com alguns tipos de comida, como o feijão em lata, e assim fui eliminando diversas coisas da minha alimentação.

Outro fator é que sempre que estou ansiosa ou nervosa o meu apetite reduz 80%, contrariando a maioria das pessoas, e neste começo de adaptação o seu psicológico está em uma grande transição. Para concluir, nunca fui de fazer atividades físicas e aqui passei a andar muito. Fazia tudo à pé!

Resumindo, mudei para pior a minha alimentação, comecei a fazer exercícios físicos e isso me resultou em -6kg.

Hoje, depois da adaptação, estou mais organizada e até recuperei os quilos que perdi. Estou comendo melhor e criei uma rotina de alimentação pra mim – inclusive como coisas que não gosto muito, mas que sei que são boas para meu organismo – e aprendi a cozinhar. Agora estou comendo muito melhor.

Do mesmo jeito que eu perdi peso com muita facilidade, as minhas amigas engordaram muito, portanto não custa tomar cuidado com seu corpo. Aqui tem alimentos bons e você pode continuar seguindo sua rotina de alimentação, além de ter também ótimas academias com bons preços e parques para praticar exercícios. A receita é: não se descuide!

Revisado por Tarcisio Junior

Sobre o autor:
Alessandra Batom na MalaAlessandra Assis é mineira, publicitária e blogueira, enlouquecida por viagens e apaixonada por conhecer novas cultuaras. Descobriu no intercâmbio a mais diversificada forma de se conhecer. Trabalhou por muitos anos com marketing de relacionamento e hoje tem como profissão colocar seu Batom na Mala e contar em seu blog como é a vida fora do Brasil, como são suas viagens e um pouco da moda na Europa.

 

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