Há alguns meses, noticiamos aqui no E-Dublin sobre a ação de oportunistas que dificultam o agendamento on-line para vistos na Irlanda, como forma de se beneficiar financeiramente com isso. Agora, o governo irlandês anunciou que vai modificar o sistema para não permitir que esse esquema fraudulento prejudique quem precisa tirar o visto IRP (Irish Residence Permit), conhecido antigamente como GNIB, ou renovar.
A partir da virada do ano, o site do Serviço de Naturalização e Imigração da Irlanda (INIS) terá uma nova cara e será reforçado para que os “bots” (ou “robots”), ou seja, robôs que conseguiam fazer automaticamente o agendamento, roubando as datas disponíveis para depois vendê-las aos imigrantes, não consigam mais funcionar.
Os golpistas utilizam esses softwares que simulam ação humana na internet. Eles agem desde que o agendamento on-line foi criado, em 2016, como forma de facilitar a vida do estrangeiro, já que antes disso era preciso permanecer em filas quilométricas desde a madrugada para conseguir um horário no Burgh Quay Registration Office.
Segundo reportagem do jornal Irish Times, o Departamento de Justiça da Irlanda confirmou que o atual sistema on-line será reformulado, impedindo que oportunistas consigam vender vagas para estrangeiros. Houve um processo de licitação para uma empresa que vai refazer o sistema.
O departamento vai corrigir o sistema para evitar abusos e os testes foram “bem-sucedidos” para impedir a marcação de consultas por agentes de terceiros para posterior revenda. O departamento avisa aos os estrangeiros para não fornecerem informações pessoais a esses agentes que, segundo ele, “não têm autorização para agir em nome do INIS“.
O estudante Ricardo Salomão, 30, está vivendo há cinco anos no exterior, entre idas e vindas na Irlanda, mas neste ano decidiu voltar a estudar e entrar em um mestrado, além de ter encontrado um trabalho. Para isso, precisava agendar sua renovação, o que tentou durante dois meses.
“Toda vez que eu entrava no site não encontrava vagas”, disse, explicando que não foi por falta de vontade, já que acordava cedo, utilizava computador e celular, além de tentar horários diferentes. Ele acabou procurando a alternativa fácil de pagar para uma empresa agendar seu horário. “Eu tinha uma proposta de emprego e precisava do meu IRP com urgência”, disse.
Já Bruna dos Santos, 32, ainda nem chegou na Irlanda, vai embarcar apenas no dia 4 de janeiro, mas tem acompanhado as notícias sobre as dificuldades e e está tentando desde já. Ela afirmou que está desde novembro tentando, mas não consegue. “Quando clico em confirmar uma data, aparece uma mensagem de erro, informando que não tem agendamentos disponíveis”, disse. Ela disse que não pretende pagar pelo agendamento, pois não acha correto, e que será ótimo se o governo resolver esse problema. “Afinal, não se pode vender um serviço que é de graça!”, concluiu.
Conforme o E-Dublin noticiou em setembro, o esquema é feito por meio de softwares – os “bots” (ou web robots), que simulam ações humanas na internet – para preencher dados automaticamente. Os agendamentos são abertos e, automaticamente, antes de qualquer ser humano de verdade conseguir agendar, o sistema agenda tudo para si, comprometendo toda a agenda. Assim, com as datas em mãos, os golpistas tentam vender esse serviço de agendamento, que é gratuito.
O E-Dublin apurou que pelo menos duas páginas na internet oferecem o serviço para agendamento de visto. Elas são voltadas principalmente para brasileiros e prometem ajuda e facilidade para marcar o agendamento.
O interessado faz um cadastro e somente no final é informado que para continuar é preciso pagar uma taxa (que varia de 10 a 25 euros). Vale lembrar que não são só brasileiros que usam destes softwares para cobrar pelo agendamento.
A taxa anual de registro dobrou de preço em 2012, de € 150 para € 300. O valor também é uma reclamação constante dos estudantes que precisam renovar. Não basta o pagamento da escola e o custo de vida da Irlanda, que tem aumentado por conta da crise imobiliária, o intercambista ainda precisa desembolsar € 300 – o equivalente a metade de um salário mensal, já que é para eles é possível trabalhar apenas 20 horas semanais.
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