As histórias de profissionais brasileiros no exterior são diferentes entre si. Cada uma apresenta um DNA próprio, com esforço, dedicação, estudo e muita procura. Hoje, vamos falar sobre a experiência de quem trabalha com análise de dados na Irlanda.
Mas conhecer e entender cada uma delas ajuda — e muito — a quem ainda não chegou ao emprego dos sonhos na Ilha da Esmeralda. Ao ouvirmos a experiência alheia, fica um pouco mais fácil saber qual caminho trilhar para poder chegar até lá.
O edublin conversou com cinco brasileiros que conseguiram um emprego na área de Análise de Dados na Irlanda. Eles contaram como conquistaram uma vaga de trabalho na Irlanda e deram dicas para quem também almeja trabalhar nessa área.
Destacamos, aqui, cada um deles e seus depoimentos no canal edublin TV.
Raphael Alves da Silva saiu de Sorocaba, no interior de São Paulo, onde trabalhava na área de engenharia de produção, para viver em Dublin. No Brasil, o emprego exigia uma noção de análise de dados para trabalhar. Foi quando ele começou a ter interesse na área. “Eu me planejei durante um ano para vir à Irlanda, onde fiz mestrado em ‘data analytics’”, disse.
Assim que chegou à Irlanda, Silva começou a participar de reuniões com diversos profissionais que trocavam experiências.
“Era uma comunidade para aprender sobre diversas áreas, inclusive data. Eu conheci muitas startups e, depois de um ou dois meses na Irlanda, uma delas me convidou para fazer estágio não remunerado com eles”, relembra.
A ideia significava entrar em uma rede de possíveis empregadores, além de aprender um pouco mais. “Era uma startup de duas pessoas, dois irmãos. Eles necessitavam de uma pessoa que entendesse de data, mas não podiam pagar ninguém”, explicou.
O estágio, segundo Silva, foi uma troca de experiências que durou quase um ano. “Isso deu um ‘grau’ no meu currículo e foi usado em todas as entrevistas que eu fiz depois. Foi um diferencial”, ressaltou.
Adriano Backes trabalhava com análise de dados no Brasil. Decidiu vir para a Irlanda a fim de tentar trabalhar na mesma área. Porém, achando que seu inglês era suficientemente bom, descobriu, na Irlanda, que não falava tão bem assim. “Na primeira pessoa que escutei falando inglês ‘irish’ eu pensei: não falo nada de inglês”, disse. Assim, acabou por trabalhar como chef de cozinha e garçom.
“Vivi a vida de intercambista. Foi interessante, fiz várias amizades, foi gratificante”, disse.
Depois de meses aplicando para vagas em sua área, conseguiu um trabalho na gigante IBM. Para essa conquista, usou muito o LinkedIn e o envio de currículos diretamente para as empresas. “Entrava no site, verificava as vagas e começava a aplicar. Eu fiz muito isso e tive possibilidade de entrevistas e testes”, afirmou. Segundo Backes, a área de análise de dados está crescendo.
“Hoje, o mercado vem olhando pessoas extremamente curiosas. Claro que vai exigir um conhecimento técnico, isso tu busca em ferramentas on-line. A pessoa precisa saber trabalhar tecnicamente com algumas ferramentas e saber contar histórias. O data analytics não só gera relatórios e disponibiliza tudo em algum lugar. É preciso saber apresentar isso de uma forma clara para a audiência.”
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Do interior de Minas Gerais, Euripedes Campos Junior se formou em Química na USP São Carlos, mas nunca trabalhou na área. Ao contrário, trabalhava em uma empresa de consultoria com dados e estatística. Foi então que resolveu ir para a Irlanda aprender inglês.
Assim como muitos intercambistas, a história se repete. “A ideia era ficar um ano estudando inglês. Precisava pagar as contas, porque o custo de vida é caro, e daí eu arrumei emprego em restaurante de kitchen porter e, depois, em um café e limpando apartamentos da Airbnb”, afirmou.
Junior, no entanto, jamais imaginaria que poderia fazer um curso de formação na área de dados e conseguir um emprego no seu setor. “Agora tenho o visto 1G, que dá permissão a quem fez mestrado para morar na Irlanda e trabalhar full time durante dois anos”, disse.
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As mulheres também têm espaço na área de análise de dados na Irlanda. Alina Ribeiro é uma prova disso. Ela saiu do interior do Rio de Janeiro para se formar em Engenharia Ambiental em Sorocaba, mas, trabalhando com construção civil, ela acabou se relacionando com a análise de dados.
Ela chegou à Irlanda com seu esposo para estudar. “Cheguei com visto de estudante, mas meu esposo tinha possibilidade de tirar cidadania italiana. Ele foi para a Itália e, depois de um ano e meio, eu consegui meu stamp 4”, disse.
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Nesse período de estudante, Alina trabalhou como garçonete. “Eu já tinha feito intercâmbio, já falava inglês, me comunicava, mas não para trabalhar em escritório. Trabalhar em restaurante me deu muita fluência”, afirmou.
Quando começou a procurar emprego, ela já não queria a área de engenharia, mas a área de dados. “Na minha cabeça, eu precisava de um curso, mas, antes de fazer qualquer faculdade, eu fiz uma entrevista de emprego e me indicaram para um novo time. Acabei não precisando fazer nenhum curso.”
Karla Marinheiro, de Recife, é formada em Ciências Políticas e Business e nunca havia trabalhado com análise de dados, mas começou a fazer uma faculdade de data analytics na Irlanda, e foi isso que chamou a atenção no processo seletivo para trabalhar em uma starup.
“Quem me entrevistou era o CEO da empresa. Ele não tinha o conhecimento de data e foi mais uma conversa na qual ele queria saber minha experiência na faculdade”, disse.
Mesmo sem estar formada, o curso já valia para o emprego. “Para conseguir entrar na área sem ter alguma graduação ou experiência, é importante que você crie um portfólio, como designer e arquiteto, que precisa mostrar o trabalho para conseguir uma vaga no mercado”, disse.
Ela orienta o uso do Github ou Tableau Public, além do LinkedIn. “Isso é muito importante para o recrutador ver que você sabe o que está fazendo.”
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