Localizada na península artificial de Poolbeg, ao leste de Ringsend, a Poolbeg Generating Station é uma das estruturas mais emblemáticas da capital irlandesa. Tanto é que pode ser vista de praticamente qualquer local central da cidade e é retratada em cartões postais, pinturas e fotografias icônicas.
Com suas duas imponentes chaminés de mais de 207 metros de altura, a usina tem sido uma referência visual para os moradores e visitantes de Dublin, além de um marco na história industrial do país.
Embora parcialmente desativada desde 2010, a usina permanece um símbolo da evolução energética da Irlanda, ligando a modernidade à herança histórica do local.
A Poolbeg Generating Station foi construída em fases, com o início de sua construção em 1965.
Em um esforço para modernizar a infraestrutura de geração de energia da Irlanda, a Electricity Supply Board (ESB) investiu cerca de 60 milhões de libras irlandesas na construção das três unidades térmicas iniciais. As unidades 1 e 2 começaram a operar em 1971, enquanto a unidade 3 foi finalizada em 1978.
No entanto, a história da Poolbeg vai muito além de sua fundação nos anos 60. A usina está localizada nas proximidades do Pigeon House, a primeira usina geradora de eletricidade da Irlanda, que começou a operar em 1903.
O nome Pigeon House remonta ao século XVIII, quando o local abrigava um restaurante popular fundado por John Pidgeon, um zelador que servia os trabalhadores envolvidos na construção do Great South Wall, um enorme muro marítimo que protegia o Porto de Dublin.
As duas chaminés vermelhas e brancas da Poolbeg não são apenas estruturas funcionais, mas também se tornaram parte do imaginário cultural de Dublin.
Construídas junto com as unidades térmicas, em 1971, as chaminés alcançam 207 metros de altura e são visíveis de vários pontos da cidade. Além de sua função de exaustão dos gases da usina, elas ganharam status de ícones culturais, sendo inclusive destaque no videoclipe “Pride (In the Name of Love)” da banda U2.
Nos anos 2000, quando a ESB anunciou planos para desativar parte da usina, a comunidade local se mobilizou para preservar as chaminés.
Em 2014, após campanhas lideradas por historiadores e moradores, as chaminés foram oficialmente listadas como estruturas protegidas, assegurando que sua presença marcante na paisagem de Dublin fosse mantida.
Embora a fase térmica da usina tenha sido amplamente desativada, com a última unidade sendo desligada em 2010, Poolbeg continuou a desempenhar um papel significativo na geração de energia.
Na década de 1990, a ESB construiu uma estação de ciclo combinado no local, que utiliza gás natural para gerar eletricidade de forma mais eficiente. As unidades de ciclo combinado (CG14, CG15 e ST16) têm capacidade para produzir até 460 MW, garantindo que Poolbeg continue a contribuir para o fornecimento de energia da Irlanda.
Além disso, a abertura da instalação de conversão de resíduos em energia em 2017 trouxe uma nova dimensão ao funcionamento da usina. Agora, o vapor gerado pela queima de resíduos é utilizado para alimentar as turbinas da Poolbeg, demonstrando uma transição para práticas mais sustentáveis de geração de eletricidade.
A decisão da ESB de reduzir a capacidade instalada de energia do país, entre 2006 e 2010, resultou no fechamento de várias usinas antigas e ineficientes, incluindo as três unidades térmicas de Poolbeg.
Com isso, cerca de 461 MW de capacidade de eletricidade foram retirados do sistema nacional, enquanto o mais moderno ciclo combinado a gás permaneceu em operação.
Mesmo com esse fechamento parcial, a Poolbeg Generating Station permanece um ponto de referência tanto visual quanto cultural para Dublin. Suas chaminés, agora protegidas, servem como lembretes da rica história industrial da cidade e do compromisso da Irlanda em adaptar-se às demandas energéticas do futuro.
Hoje, as chaminés de Poolbeg e a península onde está localizada atraem turistas e entusiastas de arquitetura industrial. Sua visibilidade em filmes, clipes musicais e fotografias contribui para sua fama, e projetos de preservação garantem que as futuras gerações possam continuar a apreciá-las.
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