Despir-se, literalmente, de qualquer tipo de vaidade em busca de um sonho maior.
Segundo levantamento da Association of Language Travel Organizations, mais de 1,5 milhão de pessoas viajam todos os anos para fazer intercâmbio pelo mundo, para destinos como Inglaterra, Irlanda, EUA, Austrália, Canadá e Espanha, dentre outros países. Porém, ao chegar ao novo destino, muitos estudantes necessitam trabalhar para custear as despesas.
Com isso, quase sempre recorrem a empregos totalmente diferentes do que estavam habituados ou distantes de sua formação profissional. É aí que entra em jogo o que muitos chamam de “subemprego”, que, se bem utilizado, pode se transformar em um grande aliado em vez de o vilão da história.
Entende-se por subemprego, o trabalho não qualificado, de remuneração baixa — ou emprego informal, sem vínculo ou garantia.
As ofertas mais comuns nesse setor de empregabilidade recaem justamente no segmento de serviços. Hotelaria, lazer (bares e restaurantes) e turismo são as áreas que mais empregam. Para os estudantes, é a oportunidade de interagir com pessoas de outras nacionalidades, além de praticarem part-time ou full-time o novo idioma. Em muitos casos, existe a chance de aprenderem até mais do que uma língua, já que a interação com pessoas de outros países nos trabalhos pode auxiliar, e muito, no aprendizado.
Na Irlanda, como não poderia deixar de ser, os tradicionais pubs são os responsáveis por grande parte dos empregos para os intercambistas. São neles que muitos brasileiros vão trabalhar pela primeira vez, seja como cleaner (setor de limpeza) ou kitchen porter (lavador de louças), por exemplo. Nesses dois casos específicos, o nível de inglês não é tão relevante, já que são trabalhos que não lidam diretamente com o público.
No entanto, ainda assim, o estudante terá a oportunidade de melhorar a fluência, interagindo com seus colegas de trabalho, que são, no geral, irlandeses e outros estrangeiros. Há, também, cargos nos quais os estudantes estão em contato direto com o idioma, como os bartenders e os garçons.
Psicóloga há quase cinco anos, a paulistana Thaís Nogueira da Silva, de 28 anos, trabalhava em sua área no Brasil, mas estava insatisfeita com a falta de perspectiva. Ela sonhava em morar sozinha, ter sua independência, mas não conseguia sair da casa dos pais. Essa situação foi se arrastando até que decidiu fazer intercâmbio. “Eu vi ali uma possibilidade de mudar radicalmente minha vida. Mesmo amando o que fazia, eu precisava buscar coisas novas, e isso me trouxe para cá (Dublin)”.
Há quase um ano morando na Irlanda, Thaís se diz motivada a renovar o visto de estudante para mais oito meses, pois, mesmo atuando em trabalhos totalmente fora de sua área profissional — atualmente ela é promoter de um restaurante famoso da cidade, conciliando com outros dois trabalhos freelancers —, ela afirma que está muito mais feliz agora do que antes. “Aqui, tenho mais qualidade de vida do que tinha, além da oportunidade de viajar muito, coisa que era impossível de se fazer no Brasil. Hoje, já melhorei muito o meu inglês graças a esses trabalhos que tive”.
No Brasil, o publicitário mato-grossense Osnei Gama, de 27 anos, trabalhava no departamento de marketing de um shopping center, mas diz que sentia uma necessidade grande de viver novos desafios. A ideia de viajar foi amadurecendo, até que ele decidiu fazer um intercâmbio. O plano inicial era ter ido para Londres, mas depois de ver alguns vídeos sobre a Irlanda, diz que mudou o destino, atraído por oportunidades que o país poderia lhe oferecer em menos tempo, além de poder de trabalhar com o visto de estudante.
O primeiro emprego foi indicação de uma amiga para o cargo de assistente de vendas de uma loja — ficou lá por oito meses —, até outro amigo indicá-lo para o trabalho atual — atendimento ao cliente numa loja de produtos com preços mais acessíveis. “Consigo me manter muito bem com o meu salário. Amo a minha profissão — publicidade — e gostaria de trabalhar aqui na minha área, mas em momento algum desmereço a oportunidade que tive. Aqui, emprego é emprego, e não importa o que você faz. São graças aos subempregos que consegui a chance de conhecer outros países, pois amo viajar. Descobri que tenho essa alma cigana depois que cheguei à Irlanda e estou muito feliz”.
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