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As pessoas inesquecíveis que conhecemos no intercâmbio

Você provavelmente já deve ter visto uma daquelas fotos cosmopolitas de folhetos de intercâmbio, onde aparecem pessoas de diferentes nacionalidades em uma mesma classe, estudando juntas. Pois é, nesse caso o anúncio é absolutamente real, pelo menos foi essa a percepção que tive ao começar a estudar inglês em Dublin.

Fazendo escolhas acertadas e olhar atento a diversidade cultural, é possível agregar muita gente interessante durante o intercâmbio. Na minha bagagem, tenho certeza que vou levar – além de muitos mimos para os parentes e amigos, vários trevos de quatro folhas e algumas latas de Guinness – uma variedade cultural sensacional absorvida de cada indivíduo maravilhoso que cruzou o meu caminho.

Todo mundo junto e misturado: intercâmbio é uma época maravilhosa para fazer novos e verdadeiros amigos. Foto: Mauricio Jordan de Souza Coelho/Dreamstime

Esperanto que deu certo

Há um tempo, linguistas do mundo tentaram criar o Esperanto, uma língua universal que todo o mundo pudesse falar e se comunicar melhor. A ideia falhou, mas hoje é possível dizer que o Inglês é o Esperanto que deu certo. Quando a escolha é estudar a língua em outro país, a chance de encontrar pessoas de praticamente todo o mundo é bem grande. E como a maioria faz essa jornada sozinho, não é difícil também fazer novos e verdadeiros amigos dentro da sala de aula.

Do mundo para a classe

Estudantes acabam encontrando afinidades na sala de aula por conta do mesmo objetivo de aprender inglês Foto: Voyagerix/Dreamstime

Pessoas vindas do Sudão, Itália, França, Uruguai, Chile, México, Espanha, Argentina, Turquia, Venezuela, Geórgia, entre tantos outros, e, claro, brasileiros de todas as regiões do país, já frequentaram a mesma classe que eu para estudar inglês. Eles buscam basicamente o mesmo, uma oportunidade de aprender a língua em um país em que seus nativos também a falam. Ou seja, todos navegando o mesmo barco, apenas com sotaques diferentes.

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Uma profusão de diferenças e semelhanças que vivenciamos a cada dia.  São viagens, estudos, almoços, bate-papo, cervejada nos pubs, tudo junto e misturado, às vezes enrolados em nossos vocabulários e deslizes. Aprendizes, que erram e acertam em conjunto, mas se entendendo cada um do seu jeito.

Brasileiros com orgulho

Fora da classe, temos os companheiros de casa, que mudam a cada novo lar que escolhermos (ou somos escolhidos) para morar. Até mesmo nas ruas, nos estabelecimentos, nos parques, no cotidiano. Muitos são brasileiros, mas isso não atrapalhou absolutamente nada no meu aprendizado da língua. Muita gente me disse antes de chegar: “Lá na Irlanda tem muitos brasileiros, você não vai falar inglês. Tem que fugir deles”. Mas são nossos conterrâneos que mais ajudam a dar os primeiros passos, ensinam a superar obstáculos que surgem a todo momento e que eles já passaram algum dia. E o inglês, queira ou não, é você que precisa dar ao máximo para aprender. Ignorar pessoas por suas nacionalidades não acrescenta nem diminui em nada nesse aprendizado.

Encontros e despedidas

Pior parte das amizades no intercâmbio é quando alguém termina o curso e volta para seu país de origem Foto: Jaromír Chalabala/Dreamstime

A má notícia é que quem vai ficando sofre com a ida de quem já terminou o curso e está voltando pra casa. Vai um em uma semana, mais um logo depois, outros foram semana passada… olha aquele indo embora agora!

Já não basta a saudade imensa da família, dos velhos amigos, dos pets. Saudade parece ser o sentimento mais presente, algo incapaz de ser traduzido em outra língua. O coração aperta a cada um que se vai. Como pode a gente gostar tanto das pessoas com tão pouco tempo de convivência? Mas isso faz parte da experiência. Às vezes desacostumamos, mas ainda somos seres humanos e por mais acontecimentos absurdos que cometemos entre nós todos os dias, ainda temos uma necessidade enorme de gostar uns dos outros.

Agora vou correr ali porque está chegando mais gente nova para conhecer!

Imagens via Dreamstime
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Rubinho Vitti

Jornalista de Piracicaba, SP, vive em Dublin desde outubro de 2017. Foi editor e repórter nas áreas de cultura e entretenimento. Também é músico, canceriano e apaixonado por arte e cultura pop.

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