Mortalmente pálido. Unhas cortadas em pontas afiadas. Dentes projetados como presas. Elegância de um conde com a ferocidade de um vampiro. Conde Drácula, um dos monstros mais famosos da fantasia, tem sua origem na Irlanda, pelo menos literariamente falando. O personagem foi criado por Bram Stoker, nome que integra a longa lista de autores irlandeses de renome mundo afora.
Nascido em Dublin, no ano de 1847, Stoker ficou famoso por seu romance de terror gótico, escrito já depois de ter mudado para a Inglaterra, em 1897, e que o tornou imortal.
Para aqueles que adoram colocar diferenças gritantes entre o povo de exatas e humanas, fiquem com essa: Stoker estudou matemática na Trinity College. Mas foi pelo seu trabalho como assistente do ator Sir Henry Irving, na década de 1870, que ele se tornou mais próximo do mundo das artes.
O escritor também foi funcionário público no Dublin Castle, local onde vivia a realeza britânica na Irlanda, na época. Mas, paralelamente, o trabalho de redator de um jornal, o Dublin Evening Mail, como autor de resenhas de produções teatrais, foi a porta de entrada para a literatura, onde ele também publicava seus contos.
O autor irlandês se mudou para a Inglaterra quando recebeu o convite para ser produtor no Lyceum Theatre. Por lá, ele também continuou escrevendo, escrevendo e escrevendo.
Em 1875, ele publicou seu primeiro romance, The Primrose Path, além de mais contos e, pouco depois, mais um livro, The Snake’s Pass (1890).
Lançado em 1897, Drácula foi, de cara, um sucesso de vendas e de crítica. O romance de terror gótico fez o mundo conhecer Conde Drácula e estabeleceu muitas convenções sobre vampiros em toda a literatura e audiovisual subsequentes.
O romance conta a história da viagem de Drácula, o conde da Transilvânia, para a Inglaterra. O vampiro buscava encontrar sangue novo e espalhar a maldição dos mortos-vivos no novo reino. Por lá, porém, ele encontra o professor Abraham Van Helsing, um caçador de vampiros e seu obstáculo para satisfazer seu desejo sanguinário.
A ideia do personagem não surgiu do acaso. Foram sete anos de pesquisa de Stoker sobre folclore europeu e histórias de vampiros presentes nas crenças europeias. O ensaio de Emily Gerard, de 1885, chamado “Superstições da Transilvânia” foi o que mais chamou a atenção, por conter o mito do vampiro.
Drácula também é inspirado por uma história real. O cruel governador romeno, Valáquia Vlad III Drácula, também conhecido como Vlad, o Empalador, seria uma espécie de monstro em pele humana. O seu castelo, inclusive, é um famoso ponto turístico da Romênia.
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Apesar de ter ficado famoso com Drácula, Bram Stoker tem outros livros em sua carreira que hoje são cultuados pelos fãs do terror e do autor.
Na lista, estão romances que retornam ao vampirismo, como é o caso de O Caixão da Mulher-Vampiro, de 1909.
Veja outros títulos lançados por Bram Stoker:
Stoker morreu em Londres, em 20 de abril de 1912. Sua morte é incerta, com relatos sobre complicações de um derrame, exaustão ou sífilis. Apesar do sucesso do livro, ele não viu sua obra se tornar popular mundo afora.
Nosferatu, de 1922, e Drácula, de 1931, foram os primeiros filmes inspirados em seu romance e que deram o pontapé para o mito do vampiro se tornar parte do folclore mundial.
Outra famosa adaptação foi Drácula de Bram Stoker, dirigido por Francis Coppola, em 1992, que levou o novo do mostro de volta à tona, 80 anos depois da morte do escritor.
Outros muitos livros de autores inspirados em Stoker e filmes sobre os monstros semi-humanos com presas afiadas foram produzidos, mas nenhum chega perto da beleza imortal de Drácula, de Bram Stoker. O Guinness Book até registrou mais de mil produções que falam sobre o Conde Drácula, um recorde.
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