Brasileira que buscava cão perdido na Irlanda descobre que ele foi morto por fazendeiro

Brasileira que buscava cão perdido na Irlanda descobre que ele foi morto por fazendeiro

Rubinho Vitti

3 anos atrás

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Desespero e agonia. Assim foram os últimos cinco meses de Mariana Caran Rossi, uma brasileira de 28 anos, que vive em Dublin desde 2020. Em dezembro, ela deixou seu cão Apollo em uma creche para pets em uma cidade próxima à capital e os proprietários deixaram ele escapar.

Desde então, Mariana estava buscando por seu bichinho que considerava membro da família. Nesta semana, porém, ela finalmente descobriu o paradeiro de seu cãozinho, com um final trágico e revoltante.

Um fazendeiro que possui uma propriedade próxima ao local em que Apollo estava atirou e matou o cão logo nos primeiros dias de sumiço.

Mariana compartilhou sua história trágica com o edublin, detalhando os momentos de buscas com muitos voluntários unidos para encontrar Apollo e fazendo um alerta aos donos de pets para ter atenção na hora de deixar os bichinhos em creches para animais.

Mariana contou que se mudou para a Irlanda em 2020 após uma proposta de trabalho do marido. “A única condição que eu dei para mudar com ele era trazer o Apollo”, disse. O cão tinha apenas três meses de idade e chegou três dias após os donos. Mariana também estudou business na Trinity College.

Creche para cães deixou cão escapar

Apollo chegou à Irlanda em 2020 para viver com os donos com apenas três meses de idade. Foto: Acervo pessoal

Em dezembro de 2021, Mariana e seu marido iriam passar férias no Brasil e decidiram deixar Apollo em uma creche para cães no condado de Westmeath, cerca de 1h20 do centro da capital irlandesa.

Mariana acabou adiando a viagem por conta do trabalho quando recebeu a notícia de Apollo havia sumido da creche. “A dona da creche deixou o marido dela para tomar conta do Apollo e eu infelizmente confiei”, disse.

Mariana foi imediatamente até o local que é uma área rural com muitos pastos e mata.

“Tava muito escuro e não dava para enxergar nada. Procuramos por horas, sem sucesso. Dali pra frente a gente nunca mais parou de procurar por cinco meses. Eu e meu marido a gente ia todos os fins de semana deixar cartazes, publicava todos os dias nas redes sociais”. O casal também oferecia € 2.000 de recompensa caso alguém encontrasse Apollo.

Mariana formou um grupo de voluntários para ajudar a seguir as pistas que as pessoas davam “Graças a Deus eu tive esse grupo de apoio de irlandeses e brasileiros, para ajudar a seguir as pistas. Muitas vezes tarde da noite.”

O casal batia de porta em porta em busca de mais pistas e chegou a contratar um detetive de pet e até drones para ajudar nas buscas. Ela ainda conseguiu apoio da mídia local e pagou anúncio em redes sociais, tudo para deixar a imagem de Apollo em destaque. “Nós achávamos que ele tinha sido roubado, pois era um cachorro muito dócil.”

Pista levou ao descobrimento do paradeiro de Apollo

Mariana e seu marido tiveram a ajuda de voluntários nas buscas por Apollo durante cinco meses. Foto: acervo pessoal

Após cinco meses buscando Apollo, Mariana recebeu uma pista de uma pessoa confiável confirmando a morte do cão e começou a investigar. “Não vou dar muitos detalhes para não expor a pessoa que nos falou. Ela disse que o Apollo foi morto por um fazendeiro da região. Ele é conhecido por atirar em cachorros, atacando as ovelhas dele ou não. Ele só atira. O Apollo, eu conheço o comportamento dele, jamais atacaria uma ovelha, provavelmente ele teria medo delas”, disse.

Mariana disse que conversou com esse fazendeiro duas vezes, logo quando começou as buscas por Apollo. “Na primeira vez ele disse que se visse meu cachorro ele iria atirar nele. Aí eu comecei a chorar e disse que ele é a minha vida, meu tudo. Depois ele disse que se visse iria me ligar, mas provavelmente naquele momento ele já tinha atirado no Apollo.”

Mariana disse que a investigação feita por ela, pelo grupo de voluntários e o detetive particular contratado confirmou que o fazendeiro foi o responsável pela morte de Apollo. “Nós montamos o quebra-cabeças. A gente sabe que infelizmente ele fez isso nos primeiros dias. O que mais me dói é que ele nos deixou procurando por cinco meses. Ele sabia que nós estávamos procurando.”

O Apollo era tudo para mim, parte da minha família. Fico pensando que a pessoa tem que ser muito ruim para fazer isso e ele é.

Mariana disse que recebeu muito apoio de pessoas que ela não conhecia, que pararam a vida delas para ajudá-la por cinco meses. Porém, a creche em si não ajudou muito, apenas na primeira semana e depois não mais.

Lei da Irlanda permite fazendeiros matar cães

Mariana disse ter pistas suficientes que mostram que fazendeiro foi responsável pela morte de Apollo. Foto: acervo pessoal

A lei da Irlanda permite que fazendeiros matem cães que invadam seu espaço. De acordo com o Dangerous Dogs Act 1991, fazendeiros têm o direito de atirar em “cães fora de controle”.

Porém, isso não pode ser feito se não houver uma razão. Atirar em cães é permitido por lei quando for razoável e desde que o agricultor tenha a licença e o certificado de arma de fogo.

Se o cachorro estiver simplesmente no campo e não incomodando ovelhas, por exemplo, não é razoável atirar nele e o dono pode sim entrar com uma ação criminal.

No entanto, Mariana disse que não tem a intenção de entrar com algum tipo de processo contra a creche que permitiu que Apollo escapasse ou contra o fazendeiro.

Leia também: Como se tornar cuidador de pets na Irlanda?

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Rubinho Vitti, Jornalista de Piracicaba, SP, vive em Dublin desde outubro de 2017. Foi editor e repórter nas áreas de cultura e entretenimento. Também é músico, canceriano e apaixonado por arte e cultura pop.

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