Desde janeiro, quando a Irlanda parou de emitir novos vistos a estrangeiros que querem viajar para o país sem uma chamada “razão essencial” e também passou a exigir um pré-visto para pessoas de diversos países, incluindo o Brasil, famílias formadas entre brasileiros e cidadãos irlandeses, europeus que vivem na Irlanda ou com outros brasileiros residentes no país se viram inaptas a se reencontrar.
Após a situação perdurar por meses, um grupo decidiu criar o movimento Family Union Is Essential, na tentativa de chamar a atenção do governo para a reunificação familiar acontecer.
Três mulheres brasileiras em diferentes situações encabeçam o movimento. Contamos a história de cada uma delas mais abaixo. Antes, vamos entender um pouco mais sobre o que esse movimento tem requerido das autoridades irlandesas.
Conversamos com a Priscila Mendes, publicitária especializada em marketing de 27 anos que é uma das três fundadoras do grupo. Ela explicou que o objetivo principal do movimento é que o governo retire a necessidade do pré-visto para a reunificação familiar ou comece o processamento dos vistos para famílias.
Segundo ela, o grupo é formado por mais de 100 famílias apoiadoras, onde o problema mais comum consiste em um integrante da família estar no Brasil, sem visto válido para entrar na Irlanda, e o outro estar em território irlandês.
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As famílias que apoiam e integram a iniciativa têm perfis diferentes.
“São casos de mães com filhos diagnosticados com condições especiais e mesmo com laudos médicos não conseguem embarcar. Pais que estão cuidando dos filhos no Brasil enquanto a mãe trabalha na Irlanda e está sozinha. Pessoas que estão com sérios problemas psicológicos já diagnosticados, como: ansiedade, depressão, crises de pânico e casos de famílias que estão separadas há mais de um ano pois o cônjuge tinha o ‘general skills’ e precisava aguardar um ano para levar a família e, agora, já está há um ano e meio sem esse encontro, entre muitos outros”, explica Priscila.
Priscila disse que hoje, o ideal seria que essas famílias pudessem ir para a Irlanda e pudessem ter seus documentos analisados na entrada do país (como feito anteriormente) pelos oficiais.
Priscila explica que até o momento, apesar das requisições, não houve sucesso no contato com autoridades irlandesas e brasileiras.
“Estamos tentando contato com o Departamento da Justiça e com o Ministro da Justiça James Browne (substituto da Helen McEntee) e não obtivemos sucesso. Recebemos sempre a mesma resposta de seus secretários, sem novidades, sem alterações, mesmo após enviar a nossa petição que foi assinada por 2.000 pessoas em 72 horas”, afirmou Priscila.
O movimento, segundo ela, também está tentando contato diariamente com o Consulado e com a Embaixada da Irlanda no Brasil e a Embaixada do Brasil na Irlanda.
“Todos têm se negado a dar suporte às famílias e passar estes casos adiante. Estamos todos cientes que eles não podem decidir isso, mas tínhamos esperanças que eles pudessem nos representar publicamente e demonstrar apoio ao que está acontecendo, podendo assim, mudar a situação.”
Priscila diz que a maior diferença entre o que o movimento pede e as restrições para viajantes comuns é que essas famílias não estão indo a turismo e sim morar e se juntar aos seus cônjuges e familiares.
“O que hoje impede essas famílias de irem para a Irlanda, é a restrição de viagem que eles consideram não essencial. Vários outros países europeus estão aceitando a reunificação familiar como motivo prioritário e humanitário para entrada no país”, disse.
Segundo ela, o movimento não é contra as decisões do governo para proteger a população, como por exemplo a quarentena obrigatória em hotéis.
“Entendemos toda a preocupação com a população principalmente depois de praticamente um ano em lockdown, mas não faz nenhum sentido manter as famílias vivendo dessa forma por tanto tempo e sem nenhuma atualização ou plano viável para que a reunificação aconteça”.
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