Uma imensa fileira de caminhões de grande porte percorre áreas centrais da capital em protesto ao aumento de combustível. A cena soa muito familiar para brasileiros, mas aconteceu na manhã desta quarta-feira, 24 de novembro, em Dublin, na Irlanda.
O congestionamento de caminhões, que causou lentidão no trânsito da cidade, aconteceu por volta de 11 da manhã, após motoristas de 80 veículos participarem do protesto.
O edublin já publicou que o combustível, junto com a energia e outros gastos, gerou a maior inflação na Irlanda, em outubro, dos últimos 14 anos, com um aumento de 5,1% em 12 meses.
Os custos no setor de transporte tiveram aumento de 15,4%: gasolina (21,6%) e diesel (25,3%).
O grupo de caminhoneiros da Irlanda, o Irish Truckers Haulage Association Against Fuel Prices, quer que o governo abaixe o custo de combustível depois do recorde inflacionário.
Além de caminhoneiros, motoristas de tratores, vans, ônibus e outros tipos de veículos comerciais, foram até Leinster House (parlamento irlandês) para protestar.
O preço da gasolina hoje está em 172.6 centavos de euro por litro, enquanto o diesel custa 163.3 centavos de euro por litro. São os maiores valores desde 1991, quando começou a análise de preços de combustível no país.
O partido Fine Gael, principal partido da coalizão do governo irlandês, disse que o protesto foi “mal orientado e sem sentido”.
“Se os organizadores quiserem levar sua mensagem ao governo, seu comboio deve se reunir na Merrion Square, fora dos prédios do governo, e não nas principais rodovias, causando confusão para as pessoas que tentam trabalhar”, disse o Councillor David McManus, conselheiro municipal, uma espécie de vereador de Dublin.
Já o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, afirmou que as regras da União Europeia impedem que a República da Irlanda corte a taxa de IVA sobre os combustíveis para zero, o que impossibilitaria o governo de baixar os custos.
A taxa de IVA no combustível da Irlanda é de 13,5 por cento, uma das mais baixas da União Europeia, e não pode ser menor que 12% por conta da regulação do bloco.
A resposta veio depois que a líder da oposição no congresso irlandês, Mary Lou McDonald, do partido Sinn Féin, simpatizou com o protesto e sugeriu três meses de corte do imposto, além de criticar a taxa em cima do carbono, que foi aumentada no Budget 2022.
Martin, no entanto, rebateu as críticas dizendo que o aumento na taxa do carbono não será reduzida pois é a coisa certa a se fazer pelo planeta.
Segundo o primeiro-ministro, mesmo que a União Europeia aprovasse três meses de taxa zero para combustíveis, o imposto iria voltar com uma taxa bem maior, de 23%.
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