Por que a Irlanda? Será que ainda vale a pena? Tem realmente um mercado em ascensão? Para responder essas questões o E-Dublin traz para você mais um texto do colunista Gilberto Santos!
Participar de um processo seletivo para uma posição de trabalho em um país diferente pode ser uma experiência difícil e estressante no primeiro momento.
Na Irlanda, existe um mundo de oportunidades para quem pensa em construir uma carreira profissional fora do Brasil. Através de incentivos do governo irlandês, a imersão de multinacionais tem aquecido a procura e até a disputa por profissionais bem qualificados em diversos condados da Ilha Esmeralda. Salários competitivos e um excelente ambiente de trabalho são os principais atrativos do mercado irlandês, além, claro, da boa qualidade de vida.
Parece bom! Mas o que será que é preciso para ser absorvido por esse mercado em ascensão? Na área de tecnologia, além do trivial, que é boa qualificação técnica e um bom currículo (com experiência comprovada), a exigência seria uma boa comunicação em inglês (verbal e escrita). Isso mesmo, dependendo da área não é preciso ser fluente no idioma. O nível de inglês conta sim, mas eles estão procurando mais por competências técnicas, isto é, o que você faz e se faz isso muito bem.
É a primeira questão que você deve se responder antes de se candidatar a uma vaga. Se você só quer um emprego, possivelmente será recusado. Agora, se você quer construir uma carreira e procura uma oportunidade no mercado europeu, a Irlanda pode ser um bom começo – especialmente quando falamos do mercado de tecnologia da informação. Em termos de leis irlandesas, qualquer empresa por aqui deve reservar 60% de suas vagas para os candidatos que se enquadram como “cidadãos europeus”, ficando os 40% restantes para os cidadãos não-europeus, o que inclui os brasileiros. Contudo, tem sido muito comum na Irlanda as empresas não conseguirem encontrar profissionais qualificados nem mesmo para suprir os 60%.
A seguir, irei relatar algumas dicas com base nas experiências que obtive até aqui. Lembrando que não existe receita de bolo para conseguir. Seria bom, mas não é nada fácil.
Normalmente, as etapas de seleção são 4:
1) Por seleção natural de currículos;
2) Por telefone;
3) Prova técnica;
4) Finalmente, com o contratante – ou comumente chamada de face2face.
Como primeira parte desse artigo, compartilharei algumas delas, e se você tropeçar, vamos aprender a transformar isso em um aprendizado e mostrar pra eles que “Brazilians never give up”!
A seguir algumas dicas básicas que podem te ajudar a potencializar as chances de sucesso em uma entrevista técnica.
Existem duas formas de candidatar-se:
1) Vamos começar com o mais difícil, mas não impossível. Morando no Brasil, você pode ficar antenado às vagas disponíveis e aplicar para elas online. Se a empresa decidir que seu perfil profissional é adequado para a vaga, vão te convidar para o processo seletivo. Após as etapas por telefone e/ou Skype, um convite poderá ser feito para você vir para a Irlanda concluir o restante do processo seletivo. A parte boa é que, dependendo do caso, a viagem poderá, inclusive, ser custeada pela própria empresa. Nesta etapa, o visto de trabalho já está implícito.
2) Mesmo que você já se considere em um ótimo nível de inglês para passar pelas etapas à distância, aconselho vir primeiramente como estudante, praticar algumas aulas de inglês por segurança e conhecer um pouco da cultura e das expressões locais. Com o visto de estudante você conta com alguns meses para ficar mais próximo das empresas, participar das feiras de trabalho que existem por aqui e, logo, passar por todas as etapas presencialmente. Nestas etapas você será questionado sobre seu visto. É muito importante que você saiba informar a empresa que mesmo com o visto de estudante você poderá aplicar para o visto de trabalho caso a oferta de trabalho seja oficializada. É importante citar isso, pois muitas empresas não conhecem a fundo os processos de visto do país. Então chegar bem informado pode ajudá-lo a evitar problemas por ausência de esclarecimentos.
Para uma empresa na Irlanda contratar um cidadão não-europeu ela tem uma série de complexidades, que envolve gastos extras, ações judiciais, etc. Contudo, tenha em mente que em alguns setores ainda há carência de profissionais. Logo, quanto menos barreiras você puder oferecer para o contratante, mais ele será flexível na contratação. Além de um currículo bem elaborado e atualizado, pesquise sobre a empresa, sobre a vaga, suas exigências (para descobrir restrições), se ela oferece visto de trabalho e sobre o processo de contratação para um não-europeu. Quando a empresa te ligar você já estará preparado.
Sobre o autor:
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