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Cartilha auxilia brasileiras a identificar e denunciar violência na Irlanda

O Grupo Mulheres do Brasil, núcleo Irlanda, lançou uma cartilha que auxilia as mulheres brasileiras que vivem na Ilha a se conscientizarem sobre as questões que envolvem a violência doméstica e de gênero no país.

A Cartilha da Mulher Brasileira na Irlanda foi criada pelo Comitê Direitos da Mulher e possui informações importantes e necessárias sobre esse assunto, chamando a atenção da situação da mulher imigrante no país e mostrando quais os suportes disponíveis para elas.

O grupo atende mulheres brasileiras vítimas de agressões na Irlanda e tem visto os números subirem conforme as ações do comitê são divulgadas.

Desde 2020, foram 53 atendimentos, sendo 14 apenas em janeiro de 2023:

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  • 2020 – 4 atendimentos
  • 2021 – 13 atendimentos
  • 2022 – 32 atendimentos
  • Janeiro de 2023– 14 atendimentos

O que mostra a Cartilha da Mulher Brasileira na Irlanda

Cartilha informa mulheres sobre a violência doméstica e de gênero na Irlanda. Imagem: Reprodução

A Cartilha da Mulher Brasileira na Irlanda mostra formas seguras de como agir e denunciar as situações de abuso com acolhimento necessário para as vítimas.

Ela pode ser acessada totalmente online e possui 12 tópicos com informações relevantes sobre violência doméstica, violência de gênero, relacionamento abusivo, além de mostrar todas as organizações de apoio a esta causa na Irlanda.

Lendo a cartilha, a mulher poderá entender pontos como a identificação do ciclo da violência, o controle coercitivo e os sinais de alerta de um relacionamento abusivo.

A cartilha também informa sobre a necessidade da mulher traçar um plano de segurança e conhecer os contatos de emergência, listando as principais organizações de auxílio na Irlanda.

Acesse a cartilha aqui!

Números da violência contra a mulher na Irlanda

Fabiole e Bruna foram vítimas de feminicídio na Irlanda em 2021 e 2023, respectivamente. Imagens: reprodução

A violência contra a mulher está aumentando a cada ano na Irlanda.

De 1996 a 2023, 249 mulheres morreram vítimas de feminicídio no país, com 80% dos casos (200) sendo resolvidos.

Só nos últimos três anos, foram 24 feminicídios ocorridos na Irlanda, sendo dois deles vítimas brasileiras. Fabiole Camara de Campos foi morta pelo companheiro em 2021 e Bruna Fonseca foi assassinada em janeiro de 2023.

Mortes por feminicídio na Irlanda:

  • 2020 – 4 feminicídios
  • 2021 – 7 feminicídios
  • 2022 – 11 feminicídios
  • 2023 – 2 feminicídios

Em 63% dos casos de feminicídio na Irlanda, as mulheres morreram dentro de suas próprias casas e 87% das vítimas conheciam seus assassinos. A maioria dos casos de feminicídio na Irlanda (55%) foram praticados por parceiros ou ex-parceiros das vítimas.

Petição para tornar o feminicídio crime na Irlanda

O Grupo Mulheres do Brasil na Irlanda está atuando em uma frente para tornar a violência de gênero um crime na Irlanda com base na lei. Para isso, criou uma petição online com o intuito de chamar a atenção do Ministério da Justiça para o assunto.

De acordo com o grupo, a Irlanda entende a violência contra a mulher como um crime comum, sem a tipificação por gênero.

Em um ano de campanha, quase 900 assinaturas foram somadas. É possível participar da petição aqui!

O que é o Grupo Mulheres do Brasil

Grupo Mulheres do Brasil, Núcleo Irlanda, durante o lançamento da cartilha. Foto: NMP

Luiza Helena Trajano é conhecida no Brasil todo por seu sucesso à frente do grupo Magazine Luiza. Além disso, ela é fundadora do Grupo Mulheres do Brasil, que hoje conta com a participação de mais de 110 mil mulheres em todo o mundo.

O grupo teve início em 2013 por um grupo de mulheres que decidiram somar forças e trabalhar e transformar o país a partir do protagonismo feminino e da sociedade civil. Hoje, são mais de 150 núcleos no Brasil e no mundo, incluindo a Irlanda, onde surgiu em 2020.

O núcleo Irlanda atua em várias frentes com ações, projetos e campanhas desenvolvidos por comitês específicos com o intuito de informar, formar, inspirar, empoderar e apoiar as brasileiras em diversas áreas.

Entre os comitês estão empreendedorismo, integração social, combate à violência contra a mulher, saúde, comunicação, entre outros.

Rubinho Vitti

Jornalista de Piracicaba, SP, vive em Dublin desde outubro de 2017. Foi editor e repórter nas áreas de cultura e entretenimento. Também é músico, canceriano e apaixonado por arte e cultura pop.

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