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Castelo do Drácula: mitos e verdades sobre o cartão-postal da Romênia

O Castelo do Drácula é um dos mais conhecidos cartões-postais da Romênia. O local, considerado histórico — e, por vezes, até mal assombrado — tem cerca de meio milhão de visitas anuais por turistas aficionados por literatura e pela história do vilão mais temido do planeta.

O Bran Castle — nome oficial do Castelo do Drácula —, no entanto, tem muitas histórias por trás do mito do vampiro. Isso porque, lá em 1897, era lançado o livro Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker, que tornou o personagem e seu castelo famosos mundo afora.

O Castelo do Drácula fica localizado na área central da Romênia, cerca de 30 km de Brasov e 170 km ao norte da capital Bucharest.

Mas que tal conhecer um pouco mais sobre essa atração turística romena?

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Castelo do Drácula: mito ou verdade?

Castelo de Bran, ou o Castelo do Drácula, é um dos principais pontos turísticos da Romênia. Foto: Serrnovik | Dreamstime

O personagem principal de Bram Stoker é um conde da Transilvânia que vive num castelo localizado no topo de um vale. Para começar, vale ressaltar que, na cultura romena, Drácula, como um vampiro, não existe, sendo apenas um personagem de ficção. Ou seja, o Castelo de Drácula é apenas uma alusão ao livro.

Porém, o personagem de Bram Stoker é facilmente confundido com o conde Vlad Tepes, também conhecido como Vlad Dracul, que na vida real era príncipe da Valáquia e, apesar do passado sanguinário, é visto pelos romenos como um herói nacional.

Leia também: Quem foi o autor irlandês Bram Stoker, ‘pai’ do Conde Drácula

Quem foi Vlad Dracul?

Drácula é confundido com Vlad Tepes, o sanguinário príncipe da Valáquia, mas que nada tem a ver com o Castelo do Drácula. Foto: Simplyzel | Dreamstime

Vlad III viveu de 1431 a 1476 e foi uma figura essencial na luta contra os turcos. Sua fama tem origem nas mãos de ferro e na justiça, em que todos os crimes e qualquer tipo de ofensa eram punidos com a morte. O seu meio de execução favorito era o empalamento, e estima-se que em torno de 20 mil turcos e búlgaros foram capturados e empalados durante o regime de Vlad III.

Outro ponto a se ressaltar é que o nome Drácula é derivado da Ordem do Dragão, da qual Vlad Tepes e seu pai pertenceram, já que, em latim, Drácula vem de Dracul e significa “filho do dragão”.

Porém, em romeno atual, a palavra significa diabo. Logo, Drácula é também “filho do diabo”. Daí, dá pra ver de onde veio a inspiração de Bram Stoker. O resto do mito deriva de lendas populares sobre fantasmas e vampiros que prevalecem por toda a Transilvânia.

O Castelo do Drácula

Bram Stoker nunca visitou o Castelo do Drácula descrito em seu livro. Foto: Elizabeth Gonçalves

Construído em 1211 como uma fortaleza militar, o Castelo de Bran também já foi posto de coleta de impostos, casa de reis e rainhas e, até, museu na época do comunismo.

Hoje, de volta aos herdeiros da família real, está aberto aos turistas, que fazem fila para conhecer o famoso Castelo do Drácula.

Um dos detalhes mais curiosos é que Bram Stoker nunca visitou o Castelo de Bran e, para descrevê-lo no livro, baseou-se apenas em relatos. Além disso, o endereço nunca foi residência oficial de Vlad III. Este tinha como refúgio a fortaleza de Poenari, que fica em Arefu, vilarejo localizado a cerca de 125 quilômetros de Bran. Assim, não há registros históricos conclusivos de que Vlad tenha sequer pisado no Castelo do Drácula. Porém, acredita-se que depois de ser capturado pelo exército do rei húngaro Matei Corvin, Vlad tenha sido prisioneiro no castelo por cerca de dois meses.

Apesar de muitos turistas realmente acreditarem que o Castelo de Bran pertenceu ao conde Drácula, é necessário fazer uma distinção entre os fatos históricos e o personagem fictício de Bram Stoker.

Aliás, a fama do castelo se deve, também, ao setor de turismo romeno, que aproveitou que a fortaleza era parecida com a descrição de Stoker e a colocou na lista de sugestões para os viajantes.

Foto de capa: Dorothea OLDANI / Unsplash

Elizabeth Gonçalves

Jornalista viciada em cinema, música e literatura. Paulistana, se apaixonou por Dublin, onde mora há cinco anos e sonha em fazer uma viagem de volta ao mundo.

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