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Chef brasileiro internacional conta sua experiência na Irlanda

Uma das maiores dúvidas de todo intercambista a caminha na Irlanda, é sobre como sair em busca da primeira oportunidade de emprego – e no caso dos chefs de cozinha não é diferente. Muitos ficam perdidos entre sites, jornais ou a boa e velha opção de ir de porta em porta nos restaurantes.

A boa notícia é que, dado a crescente demanda no setor, o governo irlandês está a procura de mais de 7 mil profissionais para cobrir a carência no mercado.

Uma chance para os cozinheiros brasileiros que já estão ou pensando em vir para a Irlanda.

A matéria de hoje contará com as dicas preciosas do chef Amauri Kimura, sua trajetória e o que ele recomenda para quem pensa em investir nessa área em solo irlandês. Com pouco inglês, um sorriso no rosto e disposição para fazer qualquer tipo de trabalho, o chef brasileiro nos contou um pouco de sua história e também sobre como foi conseguir as primeiras oportunidades na ilha.

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Chef internacional vira intercambista na Irlanda e conta um pouco da sua experiência na Ilha Verde. Foto: Arquivo Pessoal

Amauri morou treze anos no Japão, onde se formou em gastronomia e também exerceu a profissão. Além disso, também trabalhou na Indonésia, na Malásia e no Brasil. Na Irlanda, o chef chegou como estudante de inglês, mas o principal objetivo sempre foi a busca por oportunidades e novos conhecimentos, sejam eles em relação à língua ou profissionalmente.

“A minha primeira oportunidade na Irlanda surgiu com apenas dois dias no país. Porém, como muitos outros intercambistas, a dificuldade em encontrar acomodação acabou atrasando o meu processo de trabalho e eu só consegui começar a trabalhar três semanas mais tarde. Comecei fazendo jantares japoneses em residências locais e logo depois comecei como Chef em um restaurante na Middle Street.

Para mim, o que funcionou na hora de procurar emprego foi a entrega de currículos de porta em porta. Mas fica a dica! É muito importante tentar conversar diretamente com o Head Chef, e não somente deixar o currículo com alguém e ir embora, pois é somente interagindo com ele e contando um pouco da sua trajetória que você aumentará largamente as suas chances. Isso porque, no final, será ele quem entregará seu currículo ao administrador do local e também o responsável pela seleção.”

Esteja preparado para o mercado!

Não adianta chegar na Irlanda e achar que com um curso técnico em gastronomia você vai conseguir ter sucesso na área.

É preciso adquirir muita experiência, pois um bom chef deve saber instruir corretamente todos os que trabalham junto dele, a fim de não escravizar ninguém, como, por exemplo, os “kitchen porter”, que devem ser orientados sobre como lavar e organizar a cozinha de modo que o chef tenha tudo à mão com agilidade e praticidade.

Amauri também ressalta que diferentemente de outros países, na Irlanda o chef é responsável por fazer tudo – esde as compras ao o controle de estoque e pré-preparo. Então, esteja pronto para todos estes serviços caso queira vestir a Doma irlandesa. Literalmente, o chef está presente em todas as funções da cozinha, não apenas observando e orientando, mas colocando a mão na massa, tendo até mesmo que lavar algum utensílio, caso precise com urgência e o kitchen porter esteja muito ocupado.

Aliás, quem vier trabalhar na Irlanda terá que contar com uma pressão extra. Como por aqui ganha-se por hora, muitas vezes os donos dos restaurantes ficam em cima para que o serviço seja feito no menor tempo possível.

“Se a pessoa quer realmente trabalhar com cozinha, terá que correr atrás, pois não é fácil. É preciso estar disposto a aguentar a pressão, os chefes mal humorados e estar disposto a fazer qualquer serviço na cozinha.”

Ele também aconselha para aqueles que vem sem uma boa base no idioma, que se dediquem e estejam preparados para estudar de manhã até a noite durante os três primeiros meses e só depois procurar um emprego, pois acredita que assim a pessoa terá uma colocação muito melhor e seu inglês evoluirá muito mais rápido.

“Nesse pequeno período trabalhei em dois restaurantes chineses e quatro irlandeses, com sea food em geral”.

Haja criatividade pra ser tradicional! Foto: Shutterstock

Criatividade vs Realidade

Outra dificuldade aqui na Irlanda foi a latente necessidade que tenho de elaborar cardápios novos. Acredite, isso não costuma ser muito aceito nas cozinhas irlandesas. Os irlandeses são tradicionais quando o assunto é comida e não gostam de muitas mudanças. Vemos como um ótimo exemplo disso a batata, que é muito consumida aqui, porém sem muitas variações.

Para finalizar, deixo uma dica muito pessoal, mas importante que aprendi com meu avô: “Eu prometi levar sua avó para conhecer o mundo e cá ficamos, só trabalhando duro. Agora estou morrendo sem ter feito nada. Trabalhe sempre duro mas nunca se esqueça que a vida passa muito rápido. É preciso aproveitar cada momento”.

Boa sorte a todos!

Para saber mais sobre as aventuras culinárias da Lays basta segui-la no Facebook e YouTube.

Revisado por Tarcísio Junior
Imagens via Shutterstock
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Lays Gomes

Mineira que sempre soube como correr atrás de seus objetivos. Apaixonada por viagem e gastronomia, ela tem muita energia e determinação para chegar onde quer. Cozinhar para os outros sempre foi uma inspiração e uma forma de demonstrar amor. Formada em Gastronomia, ela busca aprimorar suas habilidades e enriquecer seu conhecimento em cada canto do mundo que conseguir visitar.

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