Chegou a hora de dizer adeus ao nosso Flat Roda Lâmpada

Chegou a hora de dizer adeus ao nosso Flat Roda Lâmpada

Colaborador edublin

6 anos atrás

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Um dia a gente sempre vai ter que dizer adeus àquele flatmate bacana, àquele intercambista parceiro, ou àquele outro que atravessou tantos perrengues ao nosso lado. Mas chegou a hora de dizer adeus ao espaço que foi palco de tantas outras despedidas, que acomodou lágrimas, festas, vitórias, histórias e fatos, e que, de certa forma, se tornou o nosso pequeno lugar de conforto durante os últimos três anos. É hora de dizer adeus ao nosso Flat Roda Lâmpada.

A hora de dizer adeus a acomodação que presenciou tantas histórias. Foto; Andressa Willig

É hora de dizer adeus à acomodação que presenciou tantas histórias. Foto: Andressa Willig

67, Cabra Park, Flat 4. Esse foi o lugar onde vim morar desde quando desembarquei em Dublin, o pequeninho mas aconchegante Flat Roda Lâmpada.

De onde saiu esse nome é uma incógnita, mas acredito que foi em uma brincadeira entre os flats que depois virou o nome da casa, coisa típica para criar um grupo no WhatsApp entre os moradores. Essa foi a minha primeira e única moradia na Irlanda após ter saído da minha acomodação temporária.

Foto; Andressa Willig

Foto: Andressa Willig

Muitos dos artigos que escrevi para o E-Dublin, foram pensados e criados aqui dentro, tendo como inspiração os fatos que vivi e presenciei, como por exemplo, o texto sobre como conviver com a diferença de idade, um outro sobre o corre corre para encontrar moradia e também aquele outro, onde tracei um paralelo entre o BBB e o grande “reality show” que é o intercâmbio.

Daqui, também saíram vários artigos de convidados para o quadro “conte sua história” – muitos deles compartilhados por moradores aqui do flat. Teve o artigo da Barbara Passarelli, que contou sobre o retorno e sua adaptação no Brasil após o intercâmbio, o relato da Mazé Costa sobre a saudade de casa, da família e dos amigos no Brasil, e teve também o artigo do Antônio Evangelista e seu aprendizado do inglês através da vocação religiosa.

No final nos tornamos uma grande família. Foto; Andressa Willig

No final, nos tornamos uma grande família. Foto: Andressa Willig

A jornalista Juliana Spinardi, também moradora da casa, nos abrilhantou com três histórias, desde sua passagem pela cidade, sua viagem para o Marrocos e a sua incansável parceira do dia a dia, a sua bicicleta.

Mas na casa não moraram apenas brasileiros. Tivemos uma grande troca de experiências com dois flatmates europeus, a espanhola Adriana Sanjuan Andrés, que mostrou no artigo os problemas que os europeus enfrentam para se adaptar na Irlanda e o meu irmão italiano, Marco Fiore e a sua paixão pelo Brasil.

Aprender a compartir foi um dos aprendizados mais deliciosos nesses três anos. Foto; Andressa Willig

Aprender a compartilhar foi um dos aprendizados mais deliciosos nesses três anos. Foto: Andressa Willig

Teve flatmate que não se adaptou à Irlanda e resolveu desabafar as suas angustias aqui E-Dublin, como foi o caso da Ana Luiza Posenato. Mas teve flatmate que dividiu com a gente o seu trabalho, como foi o caso da Camila Carvalho.

Isso tudo, sem contar da visita mais que ilustre do casal Edu e da Mah, no quadro PCVV na Minha Casa, onde, de quebra, celebramos o aniversário da Mah.

Foram três anos de moradia e de história, 25 flatmates, sotaques e gírias do norte ao sul do Brasil. Conheci culturas brasileiras e estrangeiras que jamais imaginei um dia vivenciar. Com tanta bagagem, tanto aprendizado e muita saudade de todos que por aqui passaram, dedico esse artigo.

Agora é hora de fechar as portas e entregar as chaves. Que os melhores momentos fiquem guardado para sempre na memória de cada um dos ex-moradores desse que um dia foi o nosso lar. Adeus, Flat Roda Lâmpada.

Sobre o autor:
Crédito Samantha Camelo Fabiano de Araújo é gaúcho de carteirinha, mas catarinense de coração. Formado em Comércio Exterior, trabalhou 10 anos com exportação. Um belo dia resolveu largar tudo e encarar um intercâmbio próximo dos 40 anos, como forma de entrar na melhor idade realizando sonhos. Amante por viagens inesperadas está sempre com uma mochila pronta para encarar desafios. Resolveu compartilhar de sua aventura com os demais por acreditar que nunca é tarde para realizar sonhos.

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