Um dia a gente sempre vai ter que dizer adeus àquele flatmate bacana, àquele intercambista parceiro, ou àquele outro que atravessou tantos perrengues ao nosso lado. Mas chegou a hora de dizer adeus ao espaço que foi palco de tantas outras despedidas, que acomodou lágrimas, festas, vitórias, histórias e fatos, e que, de certa forma, se tornou o nosso pequeno lugar de conforto durante os últimos três anos. É hora de dizer adeus ao nosso Flat Roda Lâmpada.
67, Cabra Park, Flat 4. Esse foi o lugar onde vim morar desde quando desembarquei em Dublin, o pequeninho mas aconchegante Flat Roda Lâmpada.
De onde saiu esse nome é uma incógnita, mas acredito que foi em uma brincadeira entre os flats que depois virou o nome da casa, coisa típica para criar um grupo no WhatsApp entre os moradores. Essa foi a minha primeira e única moradia na Irlanda após ter saído da minha acomodação temporária.
Muitos dos artigos que escrevi para o E-Dublin, foram pensados e criados aqui dentro, tendo como inspiração os fatos que vivi e presenciei, como por exemplo, o texto sobre como conviver com a diferença de idade, um outro sobre o corre corre para encontrar moradia e também aquele outro, onde tracei um paralelo entre o BBB e o grande “reality show” que é o intercâmbio.
Daqui, também saíram vários artigos de convidados para o quadro “conte sua história” – muitos deles compartilhados por moradores aqui do flat. Teve o artigo da Barbara Passarelli, que contou sobre o retorno e sua adaptação no Brasil após o intercâmbio, o relato da Mazé Costa sobre a saudade de casa, da família e dos amigos no Brasil, e teve também o artigo do Antônio Evangelista e seu aprendizado do inglês através da vocação religiosa.
A jornalista Juliana Spinardi, também moradora da casa, nos abrilhantou com três histórias, desde sua passagem pela cidade, sua viagem para o Marrocos e a sua incansável parceira do dia a dia, a sua bicicleta.
Mas na casa não moraram apenas brasileiros. Tivemos uma grande troca de experiências com dois flatmates europeus, a espanhola Adriana Sanjuan Andrés, que mostrou no artigo os problemas que os europeus enfrentam para se adaptar na Irlanda e o meu irmão italiano, Marco Fiore e a sua paixão pelo Brasil.
Teve flatmate que não se adaptou à Irlanda e resolveu desabafar as suas angustias aqui E-Dublin, como foi o caso da Ana Luiza Posenato. Mas teve flatmate que dividiu com a gente o seu trabalho, como foi o caso da Camila Carvalho.
Isso tudo, sem contar da visita mais que ilustre do casal Edu e da Mah, no quadro PCVV na Minha Casa, onde, de quebra, celebramos o aniversário da Mah.
Foram três anos de moradia e de história, 25 flatmates, sotaques e gírias do norte ao sul do Brasil. Conheci culturas brasileiras e estrangeiras que jamais imaginei um dia vivenciar. Com tanta bagagem, tanto aprendizado e muita saudade de todos que por aqui passaram, dedico esse artigo.
Agora é hora de fechar as portas e entregar as chaves. Que os melhores momentos fiquem guardado para sempre na memória de cada um dos ex-moradores desse que um dia foi o nosso lar. Adeus, Flat Roda Lâmpada.
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