O post de hoje é um pouco diferente dos que costumo escrever aqui no E-Dublin. Dessa vez, ao invés de listar cinco razões gerais para sentir saudades da Irlanda, vou citar os cinco motivos que me deixaram com o coração apertado por estar distante da Ilha da Esmeralda, poucos dias após desembarcar em São Paulo para minhas três semanas de, digamos, merecidas férias.
Após um ano e meio morando na Europa, foi difícil controlar a ansiedade durante as 14 horas de voo rumo ao Brasil. Contei os minutos para rever minha família, amigos, meus bichinhos de estimação, saborear a maravilhosa comida brasileira e poder revisitar os meus lugares favoritos na cidade.
No balanço geral das férias, foi muito bom estar de volta ao meu país, porém algumas coisas me fizeram pensar nessa listinha aqui:
A Irlanda está entre os cinco países com o custo de vida mais elevado da União Europeia. Dublin não é mesmo a cidade mais barata para se viver, mas uma breve passagem por São Paulo me fez ver como as coisas andam caras por lá, mesmo quando se leva em conta a conversão Euro x Real.
Um happy hour com os amigos, por exemplo, com petiscos e drinks pode fazer a conta chegar facilmente perto dos 100 reais por pessoa. Isso considerando o consumo de álcool moderado. Mas ok, talvez essa comparação não seja tão justa, já que beber na Irlanda também pode sair caro.
Porém, pagar uma considerável fortuna para almoçar em um restaurante mediano, desembolsar mais de 15 reais por um milk shake pequeno ou 7 reais por um salgado microscópico, comercializado em uma famosa rede de lanchonetes da região da Avenida Paulista, é bem abusivo, não acham?
Infelizmente eu nunca me senti 100% segura em São Paulo. Mesmo em regiões nobres da cidade, existe sempre aquele medo de ter o celular roubado ou de que alguma coisa pior possa acontecer com você.
Quando se precisa fazer uma caminhada noturna para voltar para casa depois da meia noite então, sempre rola uma insegurança.
Apesar de Dublin ser considerada uma cidade não muito segura pelos próprios irlandeses e alguns europeus, acho tranquilo caminhar sozinha durante a madrugada.
Se tem uma coisa que eu simplesmente detesto em São Paulo é encarar o transporte público. E pode-se dizer que eu tive a sorte de visitar a cidade em uma época do ano onde muitas pessoas estão de férias e fora dela, o que me rendeu ônibus e metrôs menos lotados.
Mesmo assim, em alguns casos, esperar por um ônibus pode significar uma eternidade e o menor sinal de chuva já é suficiente para reduzir a velocidade de algumas linhas do metrô.
Honestamente, não acredito que o transporte público de Dublin seja uma maravilha e que deva servir de exemplo, afinal, as tarifas são caras e não há conexão entre ônibus, trens e o Luas. Porém, quando se trata de pontualidade não posso reclamar, já que com aplicativos de celular é possível até verificar o horário exato do seu ônibus e, por exemplo, se programar para sair de casa sem a necessidade de desperdiçar tempo no ponto.
Recentemente, a National Transport Authority (NTA), responsável pelo transporte público na Irlanda, que está sempre disposta a melhorar a qualidade do sistema, lançou um novo serviço chamado, Go-Ahead Ireland. O serviço contemplará nove linhas, 17, 104, 114, 161, 220, 236, 238, 239 e 270, porém deve ser estendida para pelo menos 50 rotas pela capital Dublin.
O novo serviço tornará algumas rotas, antes problemáticas, muito mais eficientes. A exemplo de áreas como Blackrock, Maynooth e Leixlip. Apesar de ter entrado em vigor oficialmente no dia 20 de janeiro de 2019, o serviço já estava em teste desde setembro de 2018. Para os usuários, nada muda, já que as tarifas são as mesmas do Dublin Bus, assim como o uso do Leap Card, Free Travel Pass, Dublin Bus Rambler tickets e TaxSaver tickets, todos aceitos nas rotas operadas pela Go Ahead Ireland.
A boa notícia é que São Paulo está progredindo bastante no quesito ciclovias, o que pode ser uma boa alternativa para escapar do caótico transporte público, mas mesmo assim a cidade ainda não pode ser considerada bike friendly.
Dublin ocupa o 9º lugar no ranking das melhores cidades do mundo para se pedalar. Além disso, a cidade possui um dos mais bem sucedidos programas públicos de aluguel de bicicletas, o Dublin Bikes, que há cerca de um ano iniciou um processo de expansão abrangendo diversos pontos da cidade.
O clima e, principalmente, o frio irlandês, pode ser algo detestável para muitos intercambistas por aqui. Mas meu problema é o oposto, já que não suporto calor.
Por uma casualidade do destino, durante as minhas férias São Paulo registrou alguns recordes de altas temperaturas, com os termômetros chegando facilmente aos 40 graus. Resumo: quase impossível sair de casa durante o dia!
Vale lembrar que esse foi um parâmetro pessoal e minha comparação é entre a cidade que conheço bem, São Paulo, e minha cidade do coração, Dublin!
Mas, e você que foi passar férias no Brasil em outros de destinos do nosso país? Em algum momento se viu dizendo: “Ai, que saudade da Irlanda”? Conta pra nós nos comentários!
Imagens via Dreamstime
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