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A busca por um emprego no exterior | Começando Meu Intercâmbio

Olha, não sei porque algumas pessoas tem a falsa ideia de que, pela Irlanda liberar visto de trabalho e estudo, é mais fácil conseguir um emprego. Bom, isso não é verdade e quando penso nisso, vejo que não faz sentido algum.

A real é que, se achar emprego não é fácil no Brasil, por que seria na Ilha Esmeralda, tendo em vista que, além da concorrência com desempregados europeus, temos a diferença de língua e cultura? O negócio é o mesmo, independente de onde estiver: currículo, apresentação, experiência e network. Sem isso ninguém consegue nada.

Já vi tantas pessoas reclamarem de não conseguir trampo na Irlanda, mas depois de conversar um pouco, percebe-se que a pessoa mal havia enviado currículos nem entregue pessoalmente. Exercitar o networking, então… Aí não tem como, né campeão?

Créditos: Shutterstock.

Assim como nada na vida cai do céu, o emprego na Irlanda também não vai cair. E no meu caso não foi diferente.

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Após um mês e meio em Dublin, comecei a procurar emprego, ou o que chamam por aí de “subemprego” e, de cara, sabia que me daria melhor como babá, e fui direto nas opções voltadas pra isso. Mas, percebi logo que existia muita competição, e que o melhor caminho é o “quem indica”. Então, meus caros, esqueçam aquele papo de correr de brasileiros, pois na hora do emprego os brazucas ajudam e muito. E segundo a própria Tana Storani citou em um post sobre o LinkedIn, o boca a boca ainda é um dos melhores caminhos para conseguir um emprego.

Eu me cadastrei em todos os sites possíveis, falei com professor, landlord, amigos e passados uns dias comecei a marcar algumas entrevistas. Bom, aí me deparei com um problema bem complicado, vi que eu mesma me bloqueava.

Fala sério, se já pagava mico indo na farmácia, imagina fazendo uma entrevista em inglês? Não deu outra, na primeira entrevista que fiz, pedi para um amigo (muito fofo, por sinal) ir comigo pra me dar aquela força. Assim que entrei me deparei com uma casa com quatro crianças e dois pais cansados de trabalhar o dia todo. Me ofereceram chá e sentamos todos na gigante mesa de madeira na cozinha. No começo tudo fluiu bem, mas quando a mãe começou a perguntar se eu sabia algo sobre cozinha, alimentos sem glúten e em como a dieta de uma das crianças precisava ser diferenciada, me vi acenando com a cabeça e concordando com tudo. No final saí de lá com a sensação de que havia concordado demais com tudo, inclusive com o que não deveria.

Resultado: Não consegui o emprego.

Aqui não… Créditos: Shutterstock.

Tinha pouca esperança, mas me agarrei a ela até receber a resposta. Fiquei triste e me sentindo bem incompetente, mas fazer o que? Não havia largado tudo no Brasil pra deixar um “não” me afetar. Continuei mandando currículo, entregando e deixando claro pra quem podia que se aparecesse alguma oportunidade, que lembrassem de mim. Minha estratégia deu certo e um dia um amigo me chamou para cobrir a vaga de cleaner que uma menina havia faltado. Olha, confesso! Nunca fui tão empolgada para um bico.

Limpamos uma casa com 6 quartos. Após mais de 8 horas nessa brincadeira, finalizamos e o dono da empresa foi nos buscar para deixar-nos em casa. Bati o maior papo com o sujeito, falamos de marketing, a vida em Dublin e arredores, uma beleza. No final, ele pediu que mandasse por e-mail os dados bancários que pagaria direitinho.

Resultado: Fomos trouxas! Nunca recebi esse dinheiro! Pior ainda minha amiga que trabalhou pra eles muitos dias, recebeu só a metade do pagamento. Depois fui fuçar no Face, vi quantas pessoas esse senhor havia enganado e nunca tinha sido pego. Ficou a lição: Pesquise sempre! Como somos estrangeiros, a possibilidade dos espertinhos usarem isso a favor deles é grande. Já publicamos no E-Dublin, o caso da exploração com as aupairs, mas isso vale para qualquer outro setor. Se há abuso, não deixe de buscar apoio e denuncie.

Depois dessa experiência e já desanimada, um belo dia meu amigo viu um anúncio para babá no Face, onde indicariam as três primeiras pessoas que se mostrassem interessadas. Ele então me tagueou, me ligou e eu entrei em contato com a menina. Ela conversou comigo e me indicou para a vaga. Fui na entrevista, já muito mais tranquila após ter passado por algumas experiências ruins, e adivinha? Consegui a vaga! Essa oportunidade foi, simplesmente, a que me ajudou a pagar todo o restante do meu intercâmbio.

Vai entender, falam que tudo acontece na hora certa.

Começando Meu Intercâmbio” é uma série que surgiu para ajudar os recém-chegados à Irlanda nos seus primeiros passos na Ilha Verde. Além do próprio relato da nossa colunista Carol Braziel, os textos serão sempre recheados de links úteis, com dicas e o passo a passo para cada uma das etapas (abertura de conta bancária, procura por acomodação, Irish Residence Permit- IRP, procura por emprego diversos detalhes do dia a dia na Irlanda).

Revisado por Tarcisio Junior
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Carol Braziel

Formada em Relações Públicas e pós-graduada em MKT pela ESPM|Brasil. Com mais de seis anos de experiência em MKT, decidiu vivenciar o sonho de morar na Europa, mais precisamente na terra dos Leprechauns. Apaixonada incurável por viagens, tem como vício a leitura e pesquisa sobre destinos, curiosidades e roteiros de viagens pelo mundo.

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