As escolas na Irlanda | Começando Meu Intercâmbio
9 anos atrás
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Eu sempre gostei de inglês. Desde pequena assistia seriados (“Friends” é o melhor e não tem quem me convença do contrário) e comprava revistas com as letras das músicas que gostava (Sim, eu sou um pouco mais velha e a era da internet 24h chegou um pouco depois da minha infância, ok?). E quando foi possível, fiz alguns anos de escola de inglês. Ou seja, estudar inglês nunca foi um tormento pra mim, certo?
Mas poxa vida, não tive esse prazer em Dublin. Minha experiência com escola de inglês não foi lá essas coisas e acabei desanimando muito.
Confesso que errei não pesquisando tanto e que optei por uma escola com valor mais acessível (na época, porque hoje é bem carinha). O problema é que me desanimei a ponto de começar a faltar. Calma, não me apedrejem. Não sou criança e acredito que o aluno que faz a escola, mas se não acreditamos mais nela, como fazer?
Quando cheguei na Ilha, era final de ano e todas as escolas de idiomas precisavam comprovar que tinham o selo ACELS. Obviamente, a minha não tinha (por isso era mais barata) e estava correndo feito louca pra conseguir.
Mas o que poderiam fazer eles, se tinham, em cada classe, muito mais alunos do que era permitido e a auditoria estava com data marcada para vistoriar? Bom, delicadamente pediram (por telefone, é óbvio) que alguns alunos faltassem por uma semana, liberando suas férias com antecedência. Bacana não? Não muito, pois quando esses mesmos alunos realmente pediram férias, não podiam mais.
Além disso, a carta de seguro governamental que paguei junto com o pacote da escola demorou semanas para ser entregue, atrapalhando todo o processo da abertura de conta e obtenção do visto.
Ok, Ok… muitos me alertaram sobre pesquisar muito bem antes de fechar, e paguei caro por isso. Isso porque, além de tudo, ouvi da dona da escola que, mesmo tendo que retornar ao Brasil com algumas semanas de antecedência, teria meu diploma para o nível que acabara de subir. Resultado? Quando fui buscar, a coordenadora informou que não era possível pelas normas da escola. A dona e eu trocamos mensagens “calorosas” pelo Facebook e recebi uma cartinha anexa com meu diploma, de que teria passado para a turma seguinte. Isso sem contar que “solicitaram” retirar o post do Facebook onde eu reclamava da escola.
Sem-vergonhice aqui, falta de caráter ali, a real mesmo é que existem dois tipos de escola de inglês em Dublin e em qualquer lugar do mundo: aquela que quer seu dinheiro e em troca vai te passar de ano e aquela que valoriza o ensino e o aluno satisfeito. Basta escolhermos o que queremos.
Optei pela escola mais em conta, pois tinha um bom inglês, mas isso me custou muita dor de cabeça. A parte boa é que, sim, existem escolas boas. Tive muitos amigos que amaram suas escolas, professores e sempre as recomendam.
Então fica a dica, caso você chegue por aqui e comece a perceber que a sua escola não é aquele oásis que esperava, reinvente-se! Invista no aprendizado do dia a dia, tente interagir o máximo que pode com os nativos, faça serviços voluntário nas horas vagas, entre em grupos do Couchsurfing, e desfrute de todas as facilidades em ter contato com o idioma no dia a dia. Reclame na escola, com o professor, com a coordenação, com quem for, pois você pagou pelo serviço e deveria desfrutá-lo da melhor maneira possível.
Quando o desânimo surgir, converse com seus flatmates, com seus colegas de sala e tente focar sempre no seu objetivo principal. Porque, por experiência própria, o desânimo pode ser ainda pior que a qualidade ruim de uma escola.
Outra coisa importante e que você precisa ter em mente é que ao se lançar em uma experiência longe de casa, tudo pode acontecer, e saber lidar com as adversidades e perrengues que podem surgir no meio do caminho também faz parte do crescimento pessoal que um intercâmbio propõe.
O lado bom da nova regulamentação é que a partir de agora os alunos estarão mais assegurados e protegidos em caso de problemas com a escola, que deverá apresentar a qualidade exigida pela imigração. Então, se a escola abusar, use isso também a seu favor, corra atrás de seus direitos e dos órgãos que possam te auxiliar em caso de insatisfação com o serviço prestado!
“Começando Meu Intercâmbio” é uma série que surgiu para ajudar os recém-chegados à Irlanda nos seus primeiros passos na Ilha Verde. Além do próprio relato da nossa colunista Carol Braziel, os textos serão sempre recheados de links úteis, com dicas e o passo a passo para cada uma das etapas (abertura de conta bancária, procura por acomodação, GNIB, procura por emprego diversos detalhes do dia a dia na Irlanda).
Revisado por Tarcisio Junior
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