Mas poxa vida, não tive esse prazer em Dublin. Minha experiência com escola de inglês não foi lá essas coisas e acabei desanimando muito.
Confesso que errei não pesquisando tanto e que optei por uma escola com valor mais acessível (na época, porque hoje é bem carinha). O problema é que me desanimei a ponto de começar a faltar. Calma, não me apedrejem. Não sou criança e acredito que o aluno que faz a escola, mas se não acreditamos mais nela, como fazer?
Quando cheguei na Ilha, era final de ano e todas as escolas de idiomas precisavam comprovar que tinham o selo ACELS. Obviamente, a minha não tinha (por isso era mais barata) e estava correndo feito louca pra conseguir.
Mas o que poderiam fazer eles, se tinham, em cada classe, muito mais alunos do que era permitido e a auditoria estava com data marcada para vistoriar? Bom, delicadamente pediram (por telefone, é óbvio) que alguns alunos faltassem por uma semana, liberando suas férias com antecedência. Bacana não? Não muito, pois quando esses mesmos alunos realmente pediram férias, não podiam mais.
Além disso, a carta de seguro governamental que paguei junto com o pacote da escola demorou semanas para ser entregue, atrapalhando todo o processo da abertura de conta e obtenção do visto.
Ok, Ok… muitos me alertaram sobre pesquisar muito bem antes de fechar, e paguei caro por isso. Isso porque, além de tudo, ouvi da dona da escola que, mesmo tendo que retornar ao Brasil com algumas semanas de antecedência, teria meu diploma para o nível que acabara de subir. Resultado? Quando fui buscar, a coordenadora informou que não era possível pelas normas da escola. A dona e eu trocamos mensagens “calorosas” pelo Facebook e recebi uma cartinha anexa com meu diploma, de que teria passado para a turma seguinte. Isso sem contar que “solicitaram” retirar o post do Facebook onde eu reclamava da escola.
Sem-vergonhice aqui, falta de caráter ali, a real mesmo é que existem dois tipos de escola de inglês em Dublin e em qualquer lugar do mundo: aquela que quer seu dinheiro e em troca vai te passar de ano e aquela que valoriza o ensino e o aluno satisfeito. Basta escolhermos o que queremos.
Optei pela escola mais em conta, pois tinha um bom inglês, mas isso me custou muita dor de cabeça. A parte boa é que, sim, existem escolas boas. Tive muitos amigos que amaram suas escolas, professores e sempre as recomendam.
Então fica a dica, caso você chegue por aqui e comece a perceber que a sua escola não é aquele oásis que esperava, reinvente-se! Invista no aprendizado do dia a dia, tente interagir o máximo que pode com os nativos, faça serviços voluntário nas horas vagas, entre em grupos do Couchsurfing, e desfrute de todas as facilidades em ter contato com o idioma no dia a dia. Reclame na escola, com o professor, com a coordenação, com quem for, pois você pagou pelo serviço e deveria desfrutá-lo da melhor maneira possível.
Quando o desânimo surgir, converse com seus flatmates, com seus colegas de sala e tente focar sempre no seu objetivo principal. Porque, por experiência própria, o desânimo pode ser ainda pior que a qualidade ruim de uma escola.
Outra coisa importante e que você precisa ter em mente é que ao se lançar em uma experiência longe de casa, tudo pode acontecer, e saber lidar com as adversidades e perrengues que podem surgir no meio do caminho também faz parte do crescimento pessoal que um intercâmbio propõe.
O lado bom da nova regulamentação é que a partir de agora os alunos estarão mais assegurados e protegidos em caso de problemas com a escola, que deverá apresentar a qualidade exigida pela imigração. Então, se a escola abusar, use isso também a seu favor, corra atrás de seus direitos e dos órgãos que possam te auxiliar em caso de insatisfação com o serviço prestado!
“Começando Meu Intercâmbio” é uma série que surgiu para ajudar os recém-chegados à Irlanda nos seus primeiros passos na Ilha Verde. Além do próprio relato da nossa colunista Carol Braziel, os textos serão sempre recheados de links úteis, com dicas e o passo a passo para cada uma das etapas (abertura de conta bancária, procura por acomodação, GNIB, procura por emprego diversos detalhes do dia a dia na Irlanda).
Revisado por Tarcisio Junior
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