No final de 2011, a minha casa, em São Paulo, foi assaltada. Assim, depois de um histórico longo de assaltos na minha vida, infelizmente, foi com esse motivo que decidi colocar um ponto final na minha vivência paulistana. Lisboa foi uma escolha natural, pois a minha família é portuguesa, e eu já havia me apaixonado pela cidade durante as férias de 2007 (e, assim, retornado nas férias de 2009 e de 2011).
O meu marido, na época namorado, foi o maior impulsionador dessa escolha. No momento em que liguei para falar do assalto, ele logo disse: “Chega. Vamos embora daqui”. E foi o que fizemos. Passamos cerca de 1 ano e meio planejando a nossa mudança, organizando a documentação e fazendo uma poupança. A mudança aconteceu em abril de 2013. O nosso objetivo era ter uma vida mais simples e em paz. O meu marido deixou um trabalho de 7 anos para trás e eu, como já era freelancer, pude permanecer com alguns clientes a distância.
Lisboa entrou na minha vida de forma muito natural, como disse. Sou paulistana e do que mais gostava em São Paulo era a vida cultural ativa e o movimento, o barulho. Em Lisboa, além de ter acesso a essa cultura e esse movimento de segunda a segunda, ainda posso viver Portugal. Tenho enorme paixão pelas raízes da minha família e estar aqui me faz muito bem, me preenche, me completa.
A luz de Lisboa é a primeira delas. Ela é fascinante e, sempre que ando pelas ruas, fico deslumbrada com tamanho brilho que destaca as cores da cidade. Depois, a cultura portuguesa. Adoro música portuguesa, principalmente o Fado. Estar tão perto daqueles que fazem a minha trilha sonora preferida é confortante. Por fim, o tamanho da cidade. Para uma paulistana, Lisboa é um pequeno recorte de uma grande cidade. Aqui tem tudo o que preciso, e circulo pela capital de forma muito rápida e segura.
O primeiro defeito (e acho que o mais complicado), na minha opinião, é a falta de acessibilidade de Lisboa. A calçada portuguesa pode ser muito bonita e emblemática, mas não é acessível e, por vezes, se torna até perigosa — quando molhada ou gasta, que fica escorregadia. Nesse mesmo problema, aparecem os carros, que estacionam muitas vezes nas calçadas, prejudicando a circulação de pessoas. Por fim, o lixo. A cidade é até limpa em muitos pontos, mas poderia ser mais, principalmente quando se trata da recolha noturna do lixo das casas e comércios.
Das pessoas que eu amo, claro, e também do açaí. Até tem açaí por aqui, mas não é a mesma coisa rs.
Não faria nada diferente. A nossa mudança foi planejada e estudada. Todos os passos foram importantes para a estrutura que temos hoje.
A minha dica é estudar e planejar bastante antes. Nós recebemos muitas mensagens diariamente de pessoas desesperadas para se mudar do Brasil, como se uma bomba fosse explodir amanhã, sabe? E essa impulsividade pode ser bastante prejudicial, principalmente para quem não se organiza financeira e emocionalmente.
Recomeçar não é fácil, pois, por vezes, é necessário voltar muitos passos para trás. Fazer isso fora do seu país de origem, sem o suporte de família ou amigos, é um grande desafio. Estude bem o país e a cidade onde deseja viver, faça uma imersão na cultura local e tenha sempre um plano B, C e D para a área financeira.
Blogueira: Priscila Roque
Cidade de origem: São Paulo – SP
Cidade/país onde reside atualmente: Lisboa, Portugal
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