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Como é trabalhar por agências de emprego na Irlanda?

Se você não faz ideia como é trabalhar por agências na Irlanda. O testemunho da Bianca Passonelle é bem coerente.

Costumo associar meu período trabalhando por agência como uma espécie de prostituição. Calma lá, deixa eu explicar.

Era muito engraçado acordar todos os dias sem saber se ia rolar um trampo ou não. Daí o telefone tocava com uma mensagem da agência informando endereço, horário e como chegar no tal trampo, que quase sempre variava muito.

Se você não faz ideia como é trabalhar por agências na Irlanda. O testemunho da Bianca Passonelle é bem coerente.

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A espera de um trabalho é sempre dolorosa, principalmente durante um intercâmbio. © Kasto80 | Dreamstime

Bom, nessa fase rolou de tudo. Fui barista, cortadora de legumes, caí de paraquedas no Prédio da Microsoft e até dei uma de polidora de talheres. E isso tudo acontecendo num espaço de tempo recorde. O máximo que passei trabalhando numa mesma empresa foi uma semana, e mesmo assim, porque fui cobrir férias de alguém. Foi também como intercambista e agenciada que vivi as experiências mais loucas da minha vida.

Tive que lidar com gente diferente quase todos os dias e, o pior, não dava nem tempo de fazer amizade. Por outro lado, descobri o quanto posso ser eclética e ainda que tenho uma força para me virar sozinha que nunca imaginei que tinha. Claro que muitas vezes me perguntava o que estava fazendo ali. Principalmente quando fui trabalhar como cortadora de legumes e o cozinheiro passava todo o tempo me chamando de fraquinha. Eu não sabia se continuava cortando os legumes ou partia pra língua dele (rs).

A experiência na Irlanda como intercambista pode revelar  a sua versatilidade profissional. © Okssi68 | Dreamstime

Em um dos jobs fui parar no Blockbuster, dentro do prédio da Microsoft. Chique né? Chique uma ova, trabalhei com uma turma de poloneses que não queriam me mostrar nada de como era o atendimento e, pior, as infelizes me deixavam sozinha para pegar os pedidos, prepará-los e ainda serví-los. Quase surtei de stress! Mas sobrevivi.

Trabalhar por agência pode dificultar a conquista de novas amizades. © Ocusfocus | Dreamstime.com

No total foram oito meses como agenciada. Posso dizer que não foi fácil. O dinheiro que ganhava só dava mesmo para me sustentar. No final acabei dando sorte e pegando umtrabalho de nanny que me pagava 400 euros por semana. Foi o que salvou a pátria. Com o dinheiro passei quase um mês viajando e fui aos países que queria visitar.

Se valeu a pena? Sim. Mas acredito que por mais que eu conte minha experiência e outras pessoas possam contá-las aqui, elas servem apenas como um parâmetro. Por que no final, cada um terá a sua própria historia. Boa ou ruim.

Compensa trabalhar por agência?

O lado bom de um intercâmbio, são as viagens© Sawitree Pamee | Dreamstime

Lado negativo: Nunca saber o que vai acontecer no dia seguinte. Mas por outro lado, a agência acabava me chamando pelo menos três vezes por semana.

Lado Positivo: Sabe que não me lembro? Mas conseguia pagar minhas contas. Então estava valendo.

Como conseguir? Com uma superprodução de um currículo falando que você é uma profissional multiuso. Ai você chega na agência, mostra disponibilidade, disposição e espera eles te chamarem. Atualmente o mercado está aquecido sobretudo na área de Healthcare Assistant, o cuidador de idosos. Vale ficar de olho.

Quanto paga? Geralmente o mínimo 8,65 (mínimo por hora) e você só recebe uma semana depois do trampo.

Quantas horas? Geralmente fazia entre 6h e 8h.

É seguro? Foi passada para trás pela agência? Não, no geral não tive problemas e sempre recebi corretamente. A única exceção foi quando fui surpreendida com o desconto do valor do uniforme. Mas até hoje não entendi se foi falta de comunicação ou um erro deles.

Nível de inglês: Apesar de ter um inglês bom, para falar a verdade usava muito pouco. Os trabalhos que consegui estavam mais para braçal que para intelectual, então falava muito pouco.

Agências em Dublin: Noel Recruitment/ Excel Recruitment

Imagens via Dreamstime
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Ávany França

Jornalista por profissão, já passou por editorias de moda, gastronomia, história e turismo. Uma vida sem desafios não foi desenhada para essa baiana de Salvador. Amante das viagens, coleciona mais de 80 destinos no passaporte. Quer saber mais? Corre porque até você terminar de ler esse perfil já terei alguma novidade.

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