Luluzetes, Luluzinhas e povo de saia, vamos a um tema que muitas das meninas que chegam na Irlanda deve conhecer bem. A vida de au pair.
Fala aí, existe emprego mais acessível para as recém-chegadas que esse? Provavelmente não, mas a questão é: como todo trabalho e, aliás, tudo na vida, sempre existem aqueles perrengues básicos.
Quem passou por essa experiência e hoje vem contar para a gente foi a Bianca.
A Bia é carioca, tem trinta e poucos, e como a maioria veio para Irlanda para melhorar o inglês. Há mais de dois anos aqui, ela já trabalhou na Zara, em lojas de calçados e, quando o desemprego apertou, foi ser au pair. Foi aí que começou uma história de sete meses, que incluiu carneiros, gansos, cachorros e muita coisa tragicômica.
Vamos combinar que ser au pair nunca foi o sonho da Bia, mas como na vida nada é fácil e ela precisava juntar a grana da renovação, lá foi a pobre da Bianca para um lugar chamado “cucunhas”, quis dizer, Tullamore.
Hoje a Bia até ri do episódio, mas durante a experiência ela chorou muito. Vamos começar pelos vizinhos: none!
De ser humano, só mesmo os motoristas de tratores que passavam pela estradinha onde a Bia morava. Já os carneiros, méeeeeee, méeeeee, eram os únicos vizinhos que a Bia chegou a conhecer na região. E ela confessa que, com o tempo, até conseguiu manter uma conversa com elas, claro, tudo na base do méeeeee.
Nos sete meses ela passou por tudo: uma simples saidinha para fumar era sinal de levar carreira de ganso. Sem falar nas lhamas, que não iam muito com a cara da Bia.
A hora do play time para a Bia traduzia-se em cair e se ralar muitas vezes. “Eu não conseguia entender. Quando as crianças estavam com os pais, não acontecia nada, mas comigo, eles sempre estavam despencando de algum lugar”, lembra a Bia. E quem disse que a vida de au pair não pode te deixar em forma?
Contato com a Civilização? A Bia teve poucos momentos com o universo lá fora, como ela costuma contar. Ah, e eu já ia esquecendo: no lugar onde ela morava não existe ônibus, taxi era uma fortuna e a pobre da Bia, se quisesse ir tomar um sorvete no McDonalds, tinha que pedir à família para levá-la, o que não é uma situação lá muito confortável. Resumindo, a Bia passou os sete meses olhando pela janela e imaginando o que estaria acontecendo além dos campos esverdiados de Tullamore.
Balada? Nada, o único evento social que a Bia costumava ir era ao Tesco uma vez por semana.
Mas, nem tudo na vida de au pair da Bia foi assim tão drámatico. A família era mega legal e como ela passava parte do dia apenas com o pequeno de 2 anos, aproveitou para aprimorar seus dotes culinários, fazer ginástica (não que ela fosse à academia, era na TV mesmo) e até descobrr que tem tino para a música.
up up up up up stairs, up stairs, up stairs
bath bath bath bath time, bath time bath time
pot pot pot pot time, pot time pot time
Bom, digamos que a trilha sonora não era assim tão animadora.
E no final das contas, a Bia juntou a grana da renovação e voltou para Dublin. Tullamore ficará na lembrança, pois certamente fez a Bia aprender algo. E sabe que no final ela até sente saudades dos tempos em Tullamore?
Imagens via Dreamstime
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