A pandemia do novo coronavírus fez mudar a rotina em todo o mundo, mas para intercambistas brasileiros que vivem na Irlanda pode haver mais dificuldade em seguir à risca o distanciamento social para evitar o contato com pessoas contaminadas.
O risco é maior porque a maioria dos estudantes ou residentes brasileiros na ilha vivem em casas compartilhadas. Ou seja, convivem com muito mais pessoas, dormindo nos mesmos quartos e utilizando o mesmo banheiro, a mesma cozinha, sala, etc. Como evitar aumentar o risco de contágio vivendo com três, cinco, dez ou mais pessoas?
Respondemos a algumas perguntas básicas para tentar amenizar a situação nas casas compartilhadas durante a pandemia do Covid-19.
Melhorar a comunicação. Todos que vivem na casa devem participar de uma reunião emergencial. É preciso expor todos os pontos e afinar como será a melhor forma de não contaminar um ao outro durante a pandemia do coronavírus. Como já diz o ditado, duas cabeças pensam melhor que uma, não é mesmo?
Toda casa tem uma lista de regras que devem ser seguidas. Essa lista vai ter que aumentar. Entre as novas regras sugeridas está lavar as mãos assim que retornar de qualquer local fora da casa. Se for possível, disponibilize álcool gel logo na entrada da casa, por exemplo, além de cobrar mais higiene e educação, como tossir e espirrar utilizando lenços de papel e descartando-os depois. Discuta essas regras com os moradores e insista para que elas sejam cumpridas.
Não! Visitas devem ser restringidas apenas se essencial, mas a regra geral é ter zero pessoas fora os flatmates durante esse período. Nunca se sabe se quem entra na casa teve contato ou não com alguém infectado.
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A maioria das pessoas que vive em casas compartilhadas, principalmente casas estudantis, está fazendo quarentena. Se algum flatmate segue trabalhando, ele pode ser o responsável por trazer o vírus para dentro de casa. É claro que ninguém vai pedir para ele sair do trabalho, mas é preciso conversar para que todas as medidas de precaução sejam tomadas, principalmente por ele.
Possivelmente, mais do que um morador está em quarentena. Com tempo de sobra, junte forças e faça uma limpeza profunda na casa, eliminando utensílios desnecessários e deixando o ar circular livremente durante o dia. O mais importante, siga uma rotina diária de limpeza, desinfectando superfícies, maçanetas de portas, interfones e tudo o que for usado de forma comunitária, de preferência a cada meia hora.
Infelizmente, para quem mora com mais pessoas, a possibilidade de se infectar é maior. O médico Dráuzio Varella, falando sobre a doença ao podcast Café da Manhã, da Folha de São Paulo, afirmou que locais onde vivem quatro ou cinco pessoas têm realidades mais difíceis.
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Uma das perguntas ao médico foi essa, sobre o que fazer se alguém em casa estiver contaminado com o vírus se a recomendação é justamente ficar em casa? Ele respondeu: “Você tem que usar máscara, lavar as mãos compulsivamente e ficar longe”. “A gente não leva em conta que as pessoas podem morar em um cômodo só. É praticamente impossível evitar naquelas condições em que as pessoas dormem a meio metro das outras que elas transmitam o vírus”, disse.
Se um morador de uma casa compartilhada tiver uma suspeita de que foi contaminado com o novo coronavírus, é preciso seguir todas as recomendações do governo irlandês sobre como proceder, ligando para o telefone emergencial. Durante a ligação, explique a situação sobre a moradia compartilhada para o responsável e siga as indicações do governo.
É importante ressaltar que não se deve recriminar ou expulsar ninguém de casa por conta da contaminação. Os moradores podem montar um plano emergencial para isolar quem está com coronavírus temporariamente, utilizando um dos quartos single, por exemplo, ou uma área comum que pode ser isolada, como a sala.
Como afirmou Dráuzio Varella, ele deve utilizar máscara 24 horas e a casa deve ter ainda mais cuidado com limpeza, higiene e lavagem das mãos.
Se a casa ainda não tiver um grupo no WhatsApp, crie. Nele, uma pessoa pode ficar responsável em manter os moradores atualizados. Notícias sobre o vírus estão pipocando a todo momento na Irlanda, mas tenha cuidado em não espalhar fake news, utilize sempre fontes confiáveis.
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