Talvez a maior mudança ao iniciar meu intercâmbio em Dublin foi a diferença na alimentação. Sair de uma rotina confortável da casa dos pais e ter que cozinhar sozinho, por si só já é um desafio tremendo, mas mesmo quem já preparava o próprio cardápio no Brasil sente um choque gastro-cultural ao chegar na Irlanda.
Muitos falam, e com razão, que comprar comida em Dublin, por exemplo, é mais em conta. De fato. Mas daí a tentação em comer fácil e barato aparece e as refeições passam a ser cada vez mais cheias de calorias, carboidratos, gorduras, entre outros aspectos nada saudáveis. Tomar consciência disso, arregaçar as mangas e começar a comer melhor em Dublin precisa estar no topo das listas dos afazeres diários no intercâmbio para não cair na cilada da junk food barata.
Ir todos os dias para a escola, trabalhar e ainda ter tempo de conhecer a cidade e suas maravilhas. Dá uma preguiça danada parar por 40 minutos ou uma hora e preparar um almoço saboroso e saudável com produtos frescos. É aí que mora o perigo e a saída é sempre optar pelas junkie foods para sanar a fome e seguir com a vida. Muitos estudantes vão ao mercado e buscam essa facilidade e por isso já ouvi relatos de pessoas que, ao voltar para o Brasil, descobriram alterações drásticas nas taxas de glicemia e níveis de triglicérides, colesterol e até hipertensão.
Itens como cenoura, brócolis, batata, entre outros legumes, não podem faltar no prato dos irlandeses, por isso é fácil encontrá-los em supermercados como Lidl, Tesco e Aldi, além de verduras como alface, rúcula e espinafre. Fique de olho nas promoções semanais que oferecem legumes e frutas por 0,49 cents ou até menos.
A maioria já vem fracionado em saquinhos e é vendida por unidade. Para os mais preguiçosos, também é possível achar porções já descascadas, cortadas e lavadas. Ou seja, é só cozinhar e comer.
Por aqui, os enlatados são mais comuns e baratos que no Brasil. Uma lata de feijão, por exemplo, que serve bem duas ou três refeições individuais, custa míseros 0,29 centavos de euro. Tem também ervilha, milho, cenoura, tomate e muitos outros ingredientes vendidos em latas. Apesar de fáceis de preparar, eles são uma cilada, pois estão cheios de conservantes e com adição de sal e açúcar.
Salgadinhos, bolachas com recheio de chocolate, cookies, pacote de pipoca, entre outros quitutes industrializados e com teor de sal ou açúcar muito acima do normal, custam centavos. Mais uma vez, fica fácil escolher o lanche da tarde ou para o intervalo da aula da maneira que mais “compensa”. Ao contrário, assim como acontece no Brasil, os itens diet/light, como barra de cereal, aveia e chia, são carinhos, mas vale a troca.
Outra saída fácil para se alimentar é encontrar nos congelados os maiores amigos daquela noite chuvosa ou a famigerada fome da madrugada. E tem muitos congelados baratinhos esperando por você no mercado mais próximo. Respire fundo e passe reto por eles. Não é difícil ver gente com o carrinho cheio de pizza congelada de 1,50 euro, por exemplo, um clássico para o intercambista. Chega a ser mais comum que o macarrão instantâneo na vida de um brasileiro na Irlanda. Já morei com flatmates que almoçavam “miojo” e jantavam a pizza brotinho de pepperoni que, claro, é uma delícia.
O porco é um queridinho na mesa dos irlandeses. As geladeiras dos supermercados estão abarrotadas de variedades de sua carne. Linguiça, bacon em fatias ou em pedaços, os mais variados embutidos, entre outros formatos possíveis para o uso do porco, estão lá. Mais uma tentação. Já a carne branca (peixe ou frango), em seu estado natural, é mais cara. No entanto, os brasileiros já elegeram o supermercado Polonez como o queridinho para comprar peito de frango (5 euros o quilo). Vale a pena também visitar os açougues da cidade onde peixe (cod fish ou salmão) são mais baratos.
Mais uma prateleira cobiçada pelos brazucas é a dos chocolates. A gente sabe que no Brasil, além de bem mais caro, o chocolate não pode ser apreciado com a mesma intensidade de um país de clima frio. Quem nunca se lambuzou com o bombom favorito todo derretido dentro do bolso? Chocolates de marcas como Milka, Hershey’s, Kinder, Snickers, entre outros, custam bem pouco por aqui. Uma barra de Milka, por exemplo, pode ser achada por 1 euro no Spar. Um kit com três Kinder Buenos custa 1,50 no Dealz, e por aí vai. Eu, que nem gostava tanto assim de chocolate, comecei a comer bem mais até perceber que estava dando para perceber na pele – e no peso – que era preciso diminuir.
A procura pelo bom, gostoso e barato também vem com a ideia de experimentar novos sabores. Fugindo do industrializado, é possível prestar mais atenção no que a Irlanda oferece de diferente do Brasil – ou que no nosso país poderia ser bem mais caro e difícil de encontrar. Algumas frutas, por exemplo, são a prova disso. Não é difícil encontrar a “família berry” – blueberry, cranberry, strawberry e raspberry – em bons preços. Queridinhas dos fitness, essas frutas são deliciosas e fazem muito bem para a saúde. No mais, não vale se enganar, as frutas, em geral, não são tão boas como no nosso querido país tropical, assim como a quantidade de opções. As bananas, por exemplo, têm textura e sabor diferentes, mas podem ser usadas em receitas como panquecas e bolos.
O que vale é a criatividade! Acompanhe os vídeos da Chef Chay para aprender pratos simples para o seu intercâmbio.
Imagens via Dreamstime
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