Sugerido pela imigração, sistema de comprovação dos €3 mil via bank draft ainda é falho.
Em abril deste ano, o governo irlandês anunciava no site do INIS, uma flexibilização na forma de comprovar os três mil euros exigidos para a concessão do visto de estudante no país.
A novidade era a possibilidade de usar o bank draft, uma espécie de cheque nominal, tido como uma garantia de fundos. Porém, três meses depois, a opção que deveria ter surgido para agilizar o processo para obtenção de visto está longe de ser eficiente.
Para solicitar o visto de estudante (Stamp 2), todo estudante não europeu precisa, entre outros documentos, comprovar que tem fundos (3 mil euros) para se manter no país durante os seis meses de curso. Até então, a única opção era a abertura de uma conta bancária, o depósito do valor citado e, por fim, esperar o extrato chegar em casa. Um processo que vinha ficando cada vez mais moroso e atrasando a vida de muitos intercambistas que, na maioria dos casos, possuem apenas 1 mês para reunir todos os documentos e solicitar o visto e o Irish Residence Permit – IRP.
Após algumas mudanças no sistema de proteção da rede bancária irlandesa, a demanda crescente no número de estudantes no país, além das restrições para solicitação do PPS (uma espécie de CPF local), necessário para a abertura da conta, o governo irlandês decidiu dar o bank draft como uma opção, já que seria muito mais ágil e menos burocrático – mas na prática isso não tem ocorrido.
Fomos verificar tanto com algumas escolas quanto com os intercambistas recém-chegados se a flexibilização tem realmente agilizado o processo.
O que dizem as escolas?
De acordo com duas instituições de ensino* que entrevistamos, para emitir o bank draft os bancos têm exigido que os estudantes abram primeiramente uma conta bancária, o que inutiliza a opção proposta pelas autoridades irlandesas.
As escolas, que inicialmente receberam a notícia de forma positiva e estavam prontas para auxiliar os estudantes nesse processo, acabaram de mãos atadas, já que sem a abertura da conta o bank draft não poderia ser realizado em nome do estudante.
O que dizem os estudantes?
Para a nossa surpresa, alguns estudantes ainda desconhecem essa segunda opção disponibilizada pelo governo.
Esse foi o caso do carioca Fabrício de Souza Barros, de 34 anos. Ele, que desembarcou na Irlanda no final de maio/2016 e utilizou o método de comprovação de renda tradicional, diz aprovar o intento das autoridades irlandesas. “Não sabia nada acerca do bank draft até antes da minha viagem. Pesquisei um pouco sobre isso e acho que, se ajustada, a flexibilização pode ser super positiva, já que pode encurtar o processo e evitar atrasos na emissão do GNIB”.
Viviane Wissocosky, de 36 anos e recém-chegada em solo irlandês, também percebe positivamente a iniciativa proposta pela imigração, ainda que algumas falhas devam ser corrigidas. Na opinião da intercambista, qualquer alternativa que venha facilitar a vida dos estudantes é bem-vinda. Viviane optou por realizar a comprovação dos euros a partir do extrato bancário, por imaginar “ser preciso um conhecimento mais apurado dos processos e regras antes de decidir-se pelo bank draft”.
A bibliotecária Thayane Rodrigues, 25 anos, é mais uma que declara não ter utilizado o bank draft para demonstrar reserva financeira à imigração. “Não o fiz, na verdade, por desconhecer a opção”, admite.
Também procuramos alguns bancos para elucidar o tema, mas até o fechamento dessa matéria não obtivemos resposta.
A possibilidade de comprovar renda via bank draft existe, porém parece que falta sincronismo entre a intenção do governo e a aplicação do método junto às redes bancárias. No final das contas, a tentativa da imigração de driblar a morosidade dos bancos acabou na já conhecida burocracia. É importante estar sempre atento às novidades, pesquisar e verificar as opções disponíveis para esses processos. Nunca deixe as coisas para a última hora, assim você terá tempo de sobra caso aconteça algum imprevisto.
*As instituições de ensino entrevistadas nessa matéria tiveram seus nomes preservados a pedido das mesmas. Sugerimos que os estudantes recém-chegados ao país sempre consultem a instituição escolhida para um melhor auxílio sobre o processo de obtenção de visto.
Sobre a autora:
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