Cheguei!! Saí do Brasil no domingo, passei por Amsterdam, cheguei aqui na segunda à tarde. Nesse momento estou em minha casa, em Ballsbridge, D2. Quem leu minha história (http://groups.google.com/group/e-dublin/browse_thread/thread/2cf35e77d0ebf47c) sabe que essa é minha segunda vez em Dublin. Eu estava um pouco preocupada com a imigração: em resumo, da outra vez eu fui, literalmente, convidada a me retirar do país – e fiquei com medo disso me impedir de entrar de novo. Não sei se tem algo disso registrado no sistema, mas o fato é que o oficial me fez algumas perguntas (o que você veio fazer, estudar?, quando você foi embora da outra vez?, de onde surgiu a família que vai te hospedar agora?, você trabalhou como baby-sitter para eles?, eles te tratam bem?), olhou a carta da escola e da família (não pediu passagem, nem dinheiro, nem seguro-saúde), digitou um monte de coisa no computador dele, fez algumas pausas dramáticas (em alguns momentos achei que eu teria que ir pra uma salinha reservada para dar mais explicações), e daí ok, pode ir, você tem um mês para pedir o visto na imigração, você lembra o que fazer?. Eu nem cheguei a ficar realmente nervosa, tinha uma forte sensação de que ia dar tudo certo.
Desde então tem sido tudo muito familiar. O aeroporto, o Aircoach, o caminho pra cidade (rolaram algumas lágrimas passando pela O´Connell St), Trinity College, Merrion Square, Ballsbridge, Bewley´s Hotel, 78 Shrewsbury Park, home. Cheguei aqui e tudo me parece igual, minha host-mom está com a mesma cara boa, a casa tem o mesmo cheiro, meu quarto está só me esperando. O barulho do DART passando nos fundos da casa, a vista da minha janela, é tudo absolutamente surreal, e absolutamente normal ao mesmo tempo. Como se eu não tivesse ficado mais de um ano fora… As coisas me vêm naturalmente à cabeça, eu me lembro como fazer o chá, como usar o alarme, o forno, a máquina de lavar louça. Onde ficam as xícaras, os talheres, o gosto do leite e do queijo. Qual ônibus pegar para a cidade, o caminho para a antiga escola (a nova eu ainda não conheço), e para a casa onde vou trabalhar como baby-sitter (sigo pela avenida até chegar ao Tesco, viro à direita, passo pelo hospital, chegando no RTE viro à esquerda, pronto!). Nossa, é uma sensação tão diferente da que tive da primeira vez… Acho que não poderia mesmo ser igual. Eu morei aqui por mais de 7 meses, não é pouca coisa, a gente se acostuma. A gente aprende, e se adapta. Portanto, aos novatos, recém-chegados ou prestes a vir, não se preocupem. Vocês vão fazer dessa nova terra a sua casa, o seu lar. Vocês vão aprender a se virar aqui, vão descobrir os macetes aos poucos, onde ir, como ir, como economizar dinheiro, o que comer e o que beber, onde fazer compras, como ganhar dinheiro. Novos amigos vão surgir e quando menos esperarem vão se ver numa rotina, vão fazer tudo sem precisar pensar mil vezes antes. E isso é ótimo, desde que não deixem essa rotina se tornar enfadonha, desde que tenham em mente que essa cidade tem um milhão de coisas bacanas para se conhecer a cada dia (eu confesso que me esqueci disso por um tempo, fui deixando tudo para depois, e a verdade é que perdi muito tempo e muitas oportunidades. Não pretendo deixar isso acontecer novamente, essa é minha segunda chance, e eu vou aproveitá-la de acordo! O mais importante, aceito dicas, e companhia!! )
A única coisa que me faz lembrar que acabei de chegar são as malas ainda espalhadas pelo meu quarto (só dormi e comi desde que cheguei!), e as mil providências para tomar rondando a minha cabeça. Haha, vou tomar conta delas agora!!
Welcome home for me, and see you guys soon! :)
Beijos,
Clarissa
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