Depois de muito pensar sobre a vida que eu vinha levando, acordei um belo dia e decidi que iria para a Irlanda. Não sei bem como esse “click” aconteceu, mas sei que levou um tempo para vir se concretizar.
Nascida em Ipatinga (MG), formada em Viçosa (MG) há oito anos, trabalhando por todo esse período em Belo Horizonte (MG) como advogada, fiz uma pós-graduação, diversos outros cursos de curta e média duração e ensaiei um mestrado.
Mas, aos 31 anos de idade, continuando inquieta, decidi que iria para a Irlanda estudar inglês e trabalhar, viver uma experiência diferente de tudo que já tinha vivido.
Juntei uma parte do dinheiro, peguei outra emprestada, vendi o carro, entreguei o apartamento para economizar os últimos dois meses de aluguel no Brasil, comprei a passagem, me matriculei na escola e tomei todas as providências necessárias, não necessariamente nesta ordem.
Tudo pago e preparado. Faltando 17 dias para o meu embarque, deparei-me com a notícia de que a Europa fecharia as fronteiras para barrar o contágio do coronavírus. Isolamento social! Quarentena!
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Meu mundo balançou! Eu não estava alienada a tudo e todos… estava acompanhando os jornais e, a cada dia, ficava mais preocupada com a situação das pessoas, mas, até então, era uma realidade dura na China e na Itália… Não na Irlanda, não no Brasil.
Acho que, nesse dia, 17 de março de 2020, ainda não havia quase ninguém no Brasil que imaginasse o que estava por vir.
Para todos, aulas suspensas temporariamente (suspensão que foi se estendendo aos poucos), comércio fechado, proibição ou restrição de sair de casa, insuficiência de leitos em hospitais, redução de salário, suspensão de contratos de trabalho, desemprego.
Para mim, uma vida ao avesso. Embora as despedidas da família e de amigos já tivessem começado, eu não iria mais para Dublin (pelo menos, não agora). Correria atrás da agência para ver as condições de adiamento da viagem e do início das aulas.
E, já sem emprego e sem meu canto para morar em BH, voltei para a casa dos meus pais no interior, depois de quase 14 anos fora, vivendo com amigos em repúblicas ou morando sozinha, administrando minha vida e meu dinheiro.
Depois disso, a vida se reveza entre insegurança, gratidão, tédio, preocupação… dias altos e baixos… sorrisos leves e choros angustiados. Leio constantemente as notícias da Irlanda e vejo comentários de quem está lá. Não deve estar nada fácil.
Não sabemos quanto tempo nada disso vai durar. E, assim, não sei mais quando irei para Dublin. Mas a vida daqui continua. Cheia de incertezas e expectativas. Fácil também não está.
Apesar de tudo, sigo firme no propósito! O dia do embarque chegará!
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