Este ano não está sendo muito fácil para os intercambistas. Muitas pessoas que estavam prestes a embarcar para um intercâmbio na Irlanda, tiveram que adiar os seus planos por causa do coronavírus. Desde março, o país vem trabalhando para controlar os casos e, semanas depois após o lockdown, anunciou um plano de reabertura de atividades que foi dividido em cinco fases.
Entre os países que mais recebem estudantes brasileiros, a Irlanda está um pouco atrás da Austrália e da Nova Zelândia em termos de contenção do coronavírus. Novos casos estão sendo registrados diariamente na ilha, o que tem preocupado o governo irlandês, já que é possível uma segunda onda de contaminação na Europa.
Mesmo assim, aos poucos, o país está retomando as atividades econômicas, inclusive já recebe brasileiros para fazer intercâmbio e turismo. Mas será que este é o momento ideal para embarcar? É o que vamos falar aqui, se a Irlanda está “aberta” para intercâmbio em 2020. Confira!
Antes de falar se já é possível fazer intercâmbio na Irlanda este ano, vamos fazer uma retrospectiva do início da pandemia até agora. A Irlanda foi um dos primeiros países europeus a tomar medidas mais drásticas para conter a propagação de coronavírus em seu território.
Na época, mais precisamente em meados do mês de março, o governo determinou que todos os eventos com mais de 100 pessoas fossem cancelados e que escolas, faculdades e outros estabelecimentos públicos e privados do país ficassem sem funcionar. A decisão foi tomada depois que a primeira morte foi confirmada na ilha.
Os intercambistas que tinham permissão de trabalho, mas acabaram ficando sem emprego por causa do fechamento dos estabelecimentos, puderam solicitar o auxílio emergencial concedido pelo governo irlandês. Uma ajuda que ainda poderá ser prorrogada até abril do ano que vem.
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As restrições impostas pelo lockdown na Irlanda foram mantidas até a primeira quinzena de maio para controlar efetivamente a propagação do vírus. À medida que os casos foram diminuindo, o governo divulgou um plano com cinco estágios de reabertura no país.
As duas primeiras fases previam uma flexibilização mais controlada e priorizavam atividades ao ar livre, como o retorno gradual de trabalhadores em serviços externos, a reabertura de pequenos pontos de venda e lojas em horários especiais e respeitando medidas de distanciamento social, a liberação de determinados espaços públicos, a prática de esportes em lugares abertos, entre outras.
A terceira fase da flexibilização do lockdown foi marcada pela reabertura do comércio. Salões de beleza em geral, cafés, restaurantes, academias de ginásticas, hotéis e mais outros estabelecimentos retornaram as suas atividades. Além disso, o uso do transporte público e viagens dentro do país foram permitidas.
Com a chegada do verão europeu e o “relaxamento” da população com as medidas protetivas, na quarta fase do calendário, a Irlanda deu um passo atrás para facilitar o bloqueio em meio a preocupações com a disseminação do coronavírus. O governo estabeleceu novas regras de flexibilização do lockdown, como o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, por exemplo.
No último dia 15 de setembro, o governo irlandês lançou um plano com níveis diferentes de lockdown, o Medium-Term Covid-19 Plan, que visa mostrar como o país fará para conviver com a Covid-19 nos próximos meses. Foram criados cinco níveis, sendo uma escala que muda conforme as taxas de contaminação da doença, entre 1 (mais baixas) e 5 (mais altas).
Todo o país ou regiões específicas e condados vão ser catalogados com um nível, que direciona o que pode e o que não pode ficar aberto e quais são as regras de convívio social.
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A resposta é SIM! Inclusive diversos intercambistas já estão desembarcando na ilha. Porém, você precisa estar ciente de algumas exigências do governo, já que o Brasil não consta na “green list” da Irlanda.
Antes de chegar no país, os estrangeiros precisam preencher o Formulário de localização de passageiros COVID-19. O não preenchimento do documento pode resultar na aplicação de sanções, incluindo multa de até 2.500 euros ou prisão por 6 meses.
Ao desembarcar na Irlanda, os brasileiros precisam cumprir o autoisolamento de 14 dias, estabelecido para qualquer pessoa que chegar à Irlanda de outro local que não esteja na “green list” e que restringe o seu movimento no país. Segundo o site do governo irlandês, neste período é solicitador que:
Vale lembrar que os agentes de imigração podem barrar qualquer pessoa que entra no país. Por isso, é preciso ter todas as documentações provando os motivos de entrar no país. Se o agente considerar que sua motivação para visitar o país não é algo essencial (visita a familiar, estudo, trabalho, etc) você pode ser barrado.
Há casos de imigrantes que foram detidos ao entrar na Irlanda.
Como mostramos aqui, é possível chegar na Irlanda mesmo a União Europeia recomendando que integrantes do bloco mantenham suas fronteiras fechadas para estrangeiros vindos do Brasil, Estados Unidos e todos os outros que não constam na lista de países liberados – ela é atualizada cada 15 dias.
Mas atenção! Em todos os países onde não está permitida a entrada de estrangeiros em seu território, porém está realizando conexões internacionais para um terceiro destino, o passageiro só poderá permanecer na sala de embarque sem entrar no país de conexão. Por isso, antes de embarcar, o recomendado é que o passageiro consulte a companhia aérea sobre o seu trajeto.
Para facilitar a vida dos viajantes, a comissão da União Europeia criou site Re-open que fornece informações em tempo real sobre fronteiras, meios de transporte e serviços turísticos dos Estados-membros. As informações, atualizadas com frequência, estão disponíveis em 24 línguas.
Fechados desde julho, os escritórios foram reabertos no dia 24 de agosto, para os primeiros registros de vistos presenciais pós-lockdown. Todos os atendimentos estão sendo realizados com hora marcada.
Segundo o site oficial da imigração irlandesa, o Irish Naturalisation and Immigration Service (INIS), vão ser honradas todas as marcações agendadas para uma data igual ou posterior ao dia de reabertura do escritório.
Alguns imigrantes de primeira viagem, incluindo os intercambistas recém chegados na ilha, ainda estão tentando solicitar os seus cartões IRP. Vale lembrar que esse é um problema antigo na Irlanda. Antes da pandemia, os estudantes já encontravam dificuldades para agendar o primeiro visto. E, sem o visto, eles não conseguem viver e trabalhar na Irlanda.
O processo para solicitação do visto e agendamento continua o mesmo. Em Dublin, o estudante deverá acessar o site da imigração para agendar o seu visto – acesse o link. Após o agendamento, ele deverá se apresentar pessoalmente no escritório, em Burgh Quay, com todos os documentos necessários (passaporte válido, carta da escola, comprovação dos três mil euros e comprovação do seguro saúde governamental/ seguro privado).
Porém, se você está indo para outra cidade, o processo para solicitação do primeiro visto continua sendo presencial, sem agendamento e hora marcada. A lista com os endereços dos escritórios, você encontra aqui.
Para mais informações sobre os serviços de imigração na Irlanda durante a pandemia, acesse o site do INIS.
Durante o lockdown, alguns vistos estavam sendo renovados automaticamente pelo departamento de imigração, por um determinado período, até que a situação do país melhorasse. Porém, em julho, o departamento imigração implantou um novo sistema on-line para renovação dos vistos.
Desde então, o processo não estava sendo tão simples quanto parece, pois os imigrantes relataram lentidão, atrasos para obtenção do visto e diversos problemas no sistema, desde ter pouco tempo para fornecer todos os documentos necessários para renovação, até dificuldades para se registrar no novo sistema on-line do INIS.
Recentemente, o governo anunciou que os vistos Stamp 2 que expiram entre 20 de setembro de 2020 a 20 de janeiro de 2021 serão automaticamente renovados até 20 de janeiro de 2021. Para que os alunos mantenham sua permissão, incluindo o direito de trabalhar, eles devem se reinscrever em um curso de acordo com os termos e condições da ILEP.
Até o fechamento deste artigo, para quem ainda precisa renovar o visto, a solicitação continua sendo feita on-line. O imigrante precisa entrar no site INIS Online, preencher um formulário e enviar cópias nítidas dos documentos originais no mesmo sistema. Isso significa que qualquer pessoa que for renovar a sua inscrição não terá mais que marcar hora e comparecer no escritório de imigração.
Algumas escolas estão reabrindo, outras ainda não tem previsão. No mês de agosto, algumas instituições em Dublin começaram os seus planos de retorno para antigos e novos alunos, ou seja, até o momento, elas estão recebendo matrículas para 2020.
Mas não sabemos até quando, pois no final do mesmo mês, o Departamento de Educação Superior e Adicional, Pesquisa, Inovação e Ciência da Irlanda, encaminhou uma carta a grupos representativos de escolas de inglês, recomendando que elas parem de matricular novos alunos até 2021 por causa do coronavírus.
Vale lembra que desde o início da pandemia, as agências de intercâmbio ofereceram a possibilidade de remarcação do programa, sem custos, principalmente para aqueles que já estavam com suas viagens marcadas.
A recomendação é unânime entre elas: se possível, embarcar no próximo ano!
Isso devido a toda incerteza econômica, novo risco de lockdown e pela falta de uma vacina. Mas se você estava com tudo pronto para ir e ainda quer fazer o seu intercâmbio nos próximos meses, é possível.
Falando em agências, muitas estão fechando pacotes com condições especiais e descontos para 2021 e 2022. Ainda não fechou o seu intercâmbio? Então essa pode ser uma ótima oportunidade para você escolher o seu programa.
O governo irlandês manteve o início do ano letivo nas escolas e universidades, e o plano de reabertura está em “progresso significativo” até o final do verão.
Mais precisamente, no dia 31 de agosto, algumas escolas de idiomas voltaram a funcionar e receber intercambistas gradativamente. As instituições, por sua vez, estão adotando normas de segurança sanitária, incluindo diretrizes de distanciamento físico e recomendação do uso de coberturas faciais (máscaras) para professores e alunos.
Caso você ainda queira embarcar para Irlanda este ano, precisa estar ciente que possivelmente precisará fazer aulas on-line, parcial ou total, até que a escola retome por completo as atividades presenciais.
Historicamente, pubs, restaurantes e hotéis costumam empregar muitos estudantes que possuem permissão de trabalho na Irlanda. Infelizmente, estes locais foram bastante afetados pela pandemia e se encontram paralisados ou com suas atividades reduzidas no momento. Portanto, é importante estar preparado para ter uma oferta mais baixa de trabalho no país.
A boa notícia é que a Irlanda já começa a notar redução nas pessoas dependendo do subsídio de desemprego temporário do governo. Sinal de que a economia recomeça a girar, mesmo que ainda devagar.
Para se sustentar durante a pandemia, você pode buscar por subempregos e essa é uma das maneiras para entrar no mercado de trabalho na Irlanda. Trabalhos voluntários também podem virar efetivos.
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Sem o IRP nas primeiras semanas, com uma dificuldade maior de conseguir o PPS (Personal Public Service) e auxílio emergencial vai ficar difícil fazer o seu intercâmbio na Irlanda.
Então precisa pensar bem antes de ir, principalmente, se tem condições financeiras para se manter por um período maior até encontrar trabalho. Além dos 3 mil euros, o recomendado é levar uma reserva a mais para emergência.
Muitos brasileiros ficaram em situações difíceis no início da pandemia e, o que era sonho, virou um pesadelo! Sem aulas nas escolas, sem emprego e com baixa oferta de trabalho, muitos deles tiveram que voltar para Brasil e interromper o intercâmbio na Irlanda.
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O E-Dublin conversou com o paulistano, Danilo Silva, de 26 anos, que chegou na cidade de Limerick em fevereiro, um pouco antes do aumento de casos de coronavírus na Irlanda. Depois de planejar por 12 meses o intercâmbio com sua esposa, viu seus planos mudarem após o primeiro-ministro declarar lockdown no país.
E-DUBLIN: Você chegou a frequentar aulas presenciais?
DANILO: “Sim. Eu tive quatro aulas presenciais quando cheguei aqui, depois fiquei em casa parado por um bom tempo. Minhas aulas on-line só iniciaram no dia 29 de junho”.
E-DUBLIN: Como estão sendo as suas aulas on-line?
DANILO: “O formato on-line está bem parecido com as aulas presenciais. Elas são ministradas pelo Zoom e o professor usa diariamente os livros, além de sempre complementar com materiais extras que são disponibilizadas em nosso grupo no WhatsApp. As dinâmicas das aulas são feitas em grupos de 3 a 4 pessoas, no qual resolvemos os exercícios e treinamos conversação”.
E-DUBLIN: Você está gostando das aulas? Acha que está tendo um bom aproveitamento delas?
DANILO: “Eu estou aproveitando mais aulas justamente por serem on-line. Porque quando você tem aulas presenciais, há muita distração e conversa paralela e isso acaba atrapalhando. A minha única queixa é que os professores praticam pouco conversação e se apegam muito a gramática. No seu dia a dia, você não vai usá-la daquele jeito. Na minha opinião, as aulas deveriam ter mais diálogos e desafios”.
E-DUBLIN: Qual a sua recomendação para as pessoas que ainda querem fazer intercâmbio em 2020?
DANILO: “Primeiro, antes de chegar aqui, pesquise muito sobre a sua escola. Estou tendo alguns problemas com a minha. Você paga a escola esperando um suporte, principalmente agora com pandemia, mas ela não cumpre a parte dela. Agora sobre o coronavírus, se você quer vir agora para Irlanda, não tenha medo! É claro que cada um deve saber a sua situação, principalmente, a financeira. O euro está subindo demais e pode não baixar nos próximos meses, o que fica mais difícil para comprar os 3 mil euros. De resto, você vai encontrar emprego e boas opções de acomodação”.
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