Já imaginou o que pode acontecer com um político que não respeita regras de restrições de movimentos para conter a pandemia do Covid-19 em seu país? Pois bem, na Irlanda três integrantes do governo e do congresso pediram demissão de seus cargos após serem flagrados por “mau comportamento” durante a pandemia do Covid-19. As atitudes foram consideradas vergonhosas e pressionaram para que eles renunciassem.
Na semana passada, o chefe do Departamento de Turismo do país foi forçado a sair do cargo depois de ter viajado para a Itália. Nesta sexta-feira, 21 de agosto, foi a vez da renúncia de um ministro do governo e um senador depois de participarem de evento que reuniu cerca de 80 pessoas.
Michael Cawley chefiava o Fáilte Ireland, National Tourism Development Authority (Autoridade Nacional de Desenvolvimento do Turismo) e já havia integrado outras áreas do governo, mas precisou se desligar após ter viajado para a Itália bem no dia em que a Irlanda registrava seu maior número de novos casos de coronavírus desde maio, 200, em 15 de agosto.
Apesar da Itália estar na “green list” de países de onde pode-se voltar para a Irlanda sem a necessidade de fazer quarentena, o governo segue insistindo para que as pessoas viagem apenas em casos de emergência e essenciais.
Não foi o que aconteceu com Cawley. Ele foi passar as férias em território italiano, ignorando todos os conselhos do governo, o que causou um mal-estar e o forçou a pedir as contas.
O ministro da Agricultura irlandês Dara Calleary renunciou ao cargo no governo após participar de um jantar. Junto com ele, o senador Jerry Buttimer confirmou que também deixará sua posição no Legislativo.
O evento foi uma confraternização da Oireachtas Golf Society (sociedade de golf do órgão legislativo da República da Irlanda), que celebrava seu 50º aniversário, e ocorreu no início da semana, reunindo vários políticos e pessoas ligadas a partidos políticos e que aparentemente violou as restrições do Covid-19 do país, já que desde junho eventos fechados devem ser limitados a 50 pessoas com distanciamento social.
O evento foi um escândalo governamental e político para o país, ganhando as capas dos principais jornais. O primeiro-ministro Micheál Martin disse que a presença de Calleary no evento foi “um erro de sua parte” e que sua renúncia foi a decisão certa para o país.
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“Pessoas em todo o país têm feito sacrifícios pessoais muito difíceis em suas vidas familiares e em seus negócios para cumprir os regulamentos da Covid. Este evento não deveria ter ocorrido da maneira que foi dada”, disse Martin.
Segundo o jornal Irish Times, muitos outros políticos estavam envolvidos com o jantar, mas apenas se desculparam.
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