Um dos empregos que está sempre em alta na Irlanda é o de cuidador. Há vagas disponíveis constantemente para este setor, mesmo para quem tem visto de estudante.
Neste artigo, vamos contar a história da Fabíola Muniz Prisco, que depois de 1 ano e 5 meses em Dublin fazendo babysitting (aquela babá de uma noite), conseguiu entrar no mercado de cuidadores.
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“Quando cheguei a Dublin, havia me inscrito em alguns programas de voluntariado, entre eles o Brothers of Charity and Enable Ireland, ambos focados em pessoas com deficiência. Voluntariei por cerca de oito meses e, na minha entrevista, esses meses foram muito valorizados. Vi a vaga para 10 horas semanais em um dos sites de emprego e achei perfeito, pois, como estudante, só posso trabalhar 20h.”
“Como no Brasil sou diplomada em psicologia, com experiência de 6 meses em um hospital, arrisquei, pois a oferta de emprego considerava psicólogos. Enviei CV e Cover Letter no prazo indicado e 3 semanas depois me chamaram para a entrevista.”
“A entrevista foi supertranquila. Contei sobre a minha experiência no hospital brasileiro e sobre o período como voluntária na Irlanda. Respondi mais um punhado de perguntas e fui liberada. Duas semanas mais tarde o telefone tocou e era a coordenadora da empresa solicitando alguns documentos para a minha contratação.
Nada do outro mundo, a única coisa que emperrou o processo foi o Garda Vetting, o documento de antecedentes criminais. Liguei algumas vezes, pois já estava ficando tensa, e a gerente explicou que, por ser de outro país, a consulta poderia demorar um pouco mais, e demorou seis dolorosas semanas.”
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“O grande dia chegou. Estava contratada como ‘part-time care worker’, 20h por semana. Pois é, eles acabaram me contratando para 20h semanais, 10h a mais que o anunciado.”
“O trabalho funciona por escalas (shifts) de 6h, 8h e 12h. Porém, há algumas agências em que o trabalho se resume a 1h ou 2h para cada paciente. Ou seja, algumas vezes você precisa zanzar de um lado para outro para cumprir as 20h da semana.”
“Mas, no geral, os horários são determinados juntamente à sua gerente. Eu, por exemplo, como estudava pela manhã, era sempre escalada para tarde ou noite.
Também existe a possibilidade de se trabalhar aos finais de semana. A parte boa é que no final de semana paga-se mais, além de algumas bonificações, mas isso depende do seu contrato de trabalho.
O mesmo vale para quem trabalha à noite. No início estranhei, mais logo me acostumei, pois às vezes trabalhava 3 dias e já cumpria as 20h. Sobrando 4 para fazer outras coisas.”
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“Eu entrei ganhando 11,49 euros por hora, mas na minha empresa tinha gente que recebia 17,80 euros pela mesma hora de trabalho. Descobri que a diferença se dá pela experiência na área. Como a minha não era muito fundamentada, iniciei com o salário base da empresa, mas todo ano tenho um pequeno acréscimo.”
“Nesse quesito, se o seu inglês ainda não anda dos melhores, o trabalho de cuidador vai te ajudar pouco a melhorar. Como trabalhamos por shifts, quase sempre o contato com os colegas de profissão era muito pouco. Era um chegando e outro saindo.”
“Sem falar que eu trabalho diretamente com idosos e alguns jovens com deficiência intelectual, ou seja, a conversação tende a ser limitada. Geralmente, a comunicação que tenho é mais com os familiares.”
“Outra curiosidade é que quase não tinha colegas irlandeses. Poloneses e filipinos dominavam a empresa. Quem trabalha como ‘care’ precisa estar sempre com treinamentos em dia. ‘Manual and Handling, Emotional Support, Medication Training’ e ‘Food and Safety’ foram alguns que tive que fazer.
A empresa paga as horas de treinamento como horas trabalhadas, ou seja, você atualiza os conhecimentos e ainda ganha para isso.”
“Bom, praticamente esses são os fatores principais que circundam o trabalho como cuidador. Estou há dois anos e meio e já tive aumento salarial.
Consigo pagar todas as minhas contas e já estou pensando em fazer um curso específico para trabalhar com crianças autistas, já que o trabalho é muito próximo do que fazia no Brasil.”
“O ponto positivo é que a empresa se interessa por quem busca qualificação no país e, além de flexibilizar a escala de trabalho, ainda te possibilita criar possibilidades de crescimento profissional na empresa.”
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