O termo subemprego é algo que sempre gera polêmica quando abordado por aqui. A questão é que, durante o intercâmbio, muitos estudantes exercem atividades aquém da sua formação profissional para se sustentar.
Essa é uma maneira de entrar no mercado de trabalho no país estrangeiro, já que, com as limitações impostas pelo visto de estudante, com o qual é possível trabalhar em período integral apenas alguns meses do ano, nem sempre é fácil encontrar o tão sonhado emprego na nossa área de atuação.
Portanto, primeiramente vale ressaltar que o subemprego não deve ser visto como algo depreciativo ou inferior. Afinal, seja na Irlanda, seja em qualquer outro país, essa é uma realidade bem comum para quem decidiu deixar a zona de conforto e encarar as aventuras e conhecimento que um intercâmbio pode proporcionar.
Mas então vem a dúvida: dá mesmo para se sustentar com os “subempregos”? O E-Dublin ouviu alguns estudantes sobre o assunto. Confira!
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“Cheguei a Dublin em 16 de outubro, essa foi a primeira vez que saí do Brasil. Levei dois meses para conseguir trabalho aqui como ‘kitchen porter’ em um famoso pub perto do centro de Dublin. Enquanto não arrumei emprego, não sosseguei, estava entrando em depressão, porque voltar para o Brasil tão rápido seria uma grande decepção pra mim.
No Brasil, estudei publicidade, mas não concluí. Lá, trabalhei em várias áreas e tive um comércio por dois anos, o que me amadureceu muito. Aqui na Irlanda ganho o salário mínimo. Em média, dá para tirar uns 300 euros por semana. Com esse valor, dá para pagar as contas e até sobra pra tomar umas cervejas nos meus dias de folga. E ainda por cima envio grana para o Brasil, já que meu pai havia feito um empréstimo no banco para mim.”
Guilherme Ferreira, em Dublin
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“Sou advogado e moro na Irlanda há pouco mais de 9 meses. Consegui meu primeiro emprego três meses depois de chegar aqui. Era um trabalho temporário para o Natal em uma lanchonete, onde minha função seria fazer sanduíches e manter o ambiente limpo.
Após o Natal, passei três meses procurando emprego e, então, no meu sétimo mês aqui, comecei a trabalhar como ‘bar-back’ (assistente de bartender) em um pub. O trabalho consiste, principalmente, em manter as geladeiras cheias e as torneiras de cerveja funcionando. Mas também atuamos como ‘floor staff’, mantendo o pub limpo, recolhendo copos etc.
O trabalho dura a noite toda, geralmente, até 3 ou 4 da manhã, sendo 100% braçal, carregando caixas de bebidas, gelo, varrendo, catando copos. A remuneração é a mínima permitida por lei, mas, semanalmente, varia de acordo com o número de horas trabalhadas, sendo geralmente 20h.”
Rômulo Borges, em Dublin
“Consegui meu primeiro emprego um mês depois de chegar, graças à indicação de um amigo. No Brasil, eu trabalhava na área de hotelaria, mas, aqui, a vaga era de ‘cleaner’ e ‘housekeaper’ num movimentado pub na região do Temple Bar. Na época, eu trabalhava de manhã e estudava à tarde, fazendo uma média de 20 horas por semana — às vezes, um pouco menos.
O salário é o mínimo por hora. Com ele dá para pagar as despesas básicas mensais, como aluguel e alimentação, mas ainda não deu para viajar.”
Bia Fernandes, em Dublin
“Sou socióloga. Levei pouco mais de três meses para conseguir meu primeiro emprego aqui na Irlanda. A vaga era de atendente em uma lanchonete ‘fast food’ perto do centro da cidade. Durante meses, trabalhei no período noturno, das 22h às 4h da manhã, recebendo o salário mínimo por hora. O trabalho era extremamente cansativo, mas, talvez por não ter muitas despesas, dava para pagar as contas e, até, economizar um pouco.
Depois de alguns meses nessa rotina, troquei de emprego. Atualmente, trabalho em um café em uma galeria de arte. O local é bem movimentado e o trabalho é pesado. Ele consiste em atender ao público, repôr os alimentos, manter o ambiente limpo, fazer café, entre outras coisas. Durante o verão, trabalho em período integral e a remuneração também é a mínima por lei. Mesmo assim, é possível me bancar e explorar o continente europeu durante os preciosos momentos de folga.”
Julia Mercês, em Dublin
“Quando cheguei à Irlanda, em 2011, o trabalho de ‘au pair’ era o que imperava entre as meninas. Naquele tempo, não existia nenhum grupo de apoio à categoria nem se escutava sobre casos de exploração, que hoje são bem comuns. Dessa forma, eu me joguei na primeira vaga ‘live-in’ (morar no emprego), por 150 euros por semana. Ganhava míseros 600 euros por mês e confesso que não passava mal. Como não tinha nenhuma despesa extra, conseguia juntar o dinheiro da próxima renovação e viajava, pelo menos, cinco vezes ao ano — coisa rápida, mas divertida.
Anos depois, cá estou eu, ganho um pouco mais. Apesar de ter gostado da experiência como ‘au pair’, chegou uma hora em que precisava de mais liberdade, de não ter que dar satisfação, etc. Hoje trabalho em um café e, como não sou de noitadas, em vez de gastar com pints, reservo a grana para pagar um curso técnico de ‘social worker’ e tentar agarrar uma oportunidade melhor no mercado de trabalho!”
Mariana Mendes, atualmente em Limerick, mas já viveu em Dublin e em Kildare.
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