Infelizmente a profissão de au pair ainda não é regulamentada na Irlanda e, mesmo com todo o apoio de grupos correndo atrás de regras para proteger a categoria, ainda existe muita denúncia de abusos na Irlanda. Então para você que está chegando no país e vê o trabalho de au pair como primeira opção, fique sempre atenta aos sinais de exploração e abusos. Denuncie.
Jéssica tem 26 anos e está na Irlanda há seis meses, nos quais ela tem se virado como aupair. Até que conseguir uma família para trabalhar não foi o problema para ela. Mas, já a família…
A Jéssica chegou no auge da expectativa e de cara já descolou uma família no Aupairworld, tudo parecia perfeito. A entrevista foi ótima, as crianças simpáticas e a acomodação da aupair era simplesmente amazing. TV de plasma, quarto espaçoso, conexão wifi, sem falar que a casa tinha três andares, luxo puro. A Jéssica pensou,”isso era tudo que eu pedi a Deus”.
Mas, como nem tudo é um conto de fadas, poucas semanas após começar na família, o castelo da Jéssica desmoronou e tudo virou abóbora. O quarto da Jéssica parecia um calabouço de tão frio (“desconfio que eles desligavam o aquecedor”), a TV de plasma era só enfeite e a conexão wifi não funcionava.
A família simpática? Virou indiferente em pouco menos de dois meses de convivência. O serviço de aupair virou faxina e ela quase não falava com as crianças. O salário, de 150 euros por semana, foi reduzido a 100 euros e a pobre ainda tinha que passar pelo constrangimento de cobrar para poder receber. “Ah, quando eu cheguei eles disseram que eu podia estudar sem problemas, depois de um mês queriam que eu mudasse de escola e viviam reclamando do horário”.
Mesmo com todos esses contratempos, Jéssica continuou trabalhando simpaticamente, mas de olho em outra oportunidade. Numa manhã, o chefe, que antes era um poço de gentileza, pediu que ela se retirasse da casa. Sem aviso prévio, sem cartas de recomendação e com um sorriso disfarçado no rosto. O máximo que a pobre pôde fazer foi ir arrumar as malas e sair da casa em menos de duas horas.
“Me senti um lixo, nunca havia sido tratada com tanto desdém. Fiquei horas matutando tentando encontrar uma explicação para o que estava acontecendo comigo, mas não achei”.
O que a Jessica tirou de lição? Fique atenta aos sinais. Se a família não está cumprindo com o combinado, não se sinta mal em procurar outra família para trabalhar. “Sempre tomei o cuidado de respeitar a família ao máximo e jamais sairia sem dar tempo de eles arrumarem outra pessoa, no entanto quando eles não te querem mais, simplesmente te enxotam como um nada”, Jéssica desabafa.
“Não permita que ninguém se aproveite de sua situação de estudante e estrangeira, para explorar seu trabalho.”
Hoje a Jéssica está trabalhando em uma família no Sul de Dublin, cuida de três crianças, pode estudar e tem um relacionamento mega amistoso com todos. “A casa é simples, as crianças são uns doces, os pais honestos e pelo menos aqui, não corro o risco de virar abóbora”.
PS.: No final a Jéssica ficou sabendo que essa família costuma fazer isso com todas as aupairs que trabalham na casa. Contrataram cheios de gentilezas e depois de três meses dispensam do dia para a noite e ainda inventam alguma desculpa para não pagar. Fiquem atentas, meninas!
Para pedir apoio e acompanhar notícias sobre a categoria anote os links: Aupair Right Ireland e Migrant Right Center Ireland – MRCI.
Imagens via Dreamstime
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