Depressão? Onde procurar ajuda na Irlanda?

“It’s just a bad day!” – Se você já ouviu ou diz sempre essa frase, fique atento, a depressão pode estar rodeando você. É comum ter sentimentos negativos em certas fases da vida, inclusive durante o intercâmbio, quando batem as frustrações relacionadas à vivência em uma nova cultura e novas pessoas, além do excesso de expectativas – nem sempre alcançadas. Aliás, até o inverno pode favorecer esses sentimentos e quanto mais eles permanecem (duas semanas ou mais, segundo alguns especialistas), maior pode ser o risco.

É preciso ter preparo para grandes mudanças na vida como o intercâmbio, uma vez que as emoções podem ficar muito fragilizadas. “Ao decidir viajar para o exterior, abrimos mão de muitas coisas para alcançar o nosso objetivo”, revela Silvana Sapyras Byrne, psicoterapeuta intercultural que alerta para as possíveis dificuldades do intercâmbio.

A Organização Mundial da Saúde define a depressão como uma desordem mental caracterizada pela tristeza, perda de interesse, sentimentos de culpa, baixa autoestima, distúrbios alimentares ou de sono, cansaço excessivo e falta de concentração. Segundo a instituição, ela afeta cerca de 322 milhões de pessoas no mundo (dados de 2015) – um crescimento de 18,4% em 5 anos. Mais de 15 mil destes possuem a doença crônica.

Causas da Depressão

A Irlanda é o segundo país na Europa em número de casos da depressão em pessoas entre 25 ou 64 anos e fica atrás apenas da Islândia (14%). Estima-se que 12% dos irlandeses passa pelo problema – o mesmo percentual que atinge os alemães e os turcos.

Há pessoas que têm tendência à depressão. Outras, por exemplo, sofrem traumas pessoais, dificuldades financeiras e até fatores genéticos que favorecem o quadro da doença. Por isso, é preciso consultar um profissional especializado que poderá recomendar terapia ou associação a medicamentos. Um estilo de vida mais saudável, com a prática de esportes e alimentação mais adequada também auxilia contra a doença.

Centros de apoio contra a depressão

Procurar ajuda nem sempre é fácil, por isso, há diversos centros de apoio especializados que, além de oferecerem ajuda, também aceitam voluntários.

A Aware oferece suporte online e presencial em sua unidade de atendimento, das 10h às 22h, todos os dias da semana. Também propõe grupos de estudo sobre saúde mental que visitam espaços públicos, empresas, escolas, entre outros.

A Mental Health First Aid auxilia nos primeiros sinais da crise até que um profissional qualificado passe a atender o paciente. Criada na Austrália, a entidade existe em 23 países e já ajudou mais de um milhão de pessoas.

Ainda não se sente seguro para buscar ajuda e quer mais informações sobre o tema? A Lust for Life oferece uma série de artigos com insights e histórias sobre o tema, além de dicas sobre meditação e outras atividades que podem inspirar pessoas a lutarem contra os sintomas.

Com 8 diferentes centros de atendimento, em Dublin (Finglas, Ballyfermot and Tallaght), Tipperary, Kerry, Limerick, Cork e Galway, a Pieta House é um centro de prevenção ao suicídio que já atendeu mais de 20 mil pessoas com doenças mentais, incluindo a depressão. Basta agendar um horário para conversar com um profissional que irá encaminhar para a melhor conduta de cada caso.

Já no Samaritans Ireland, o primeiro atendimento será telefônico ou por e-mail, sobretudo nas situações mais urgentes. Mas eles também atendem em centros físicos, em Athlone, Ballymena, Bangor, Belfast, Coleraine, Cork, Derry, Drogheda, Dublin, Ennis, Galway, Kilkenny, Limerick, Newbridge, Newry, Omagh, Portadown, Sligo, Tralee, e Waterford.

Os serviços mencionados são gratuitos e em inglês. Para o atendimento pessoal, é preciso aprovação das instituições. Também há psicoterapeutas brasileiros que já estão autorizados a atender na Irlanda, mediante consulta.