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DJs brasileiros que tocam na cena irlandesa: DJ Kalish

Você já parou pra pensar quem são os DJs que tocam na maioria da festas brasileiras aqui em Dublin? Aliás, muitos deles, na real, tocam em várias festas com público irlandês também. A nossa colunista de música eletrônica, Julia Moreno, que também compartilha muita coisa bacana no Vibez, bateu um papo com 5 DJs brasileiros que fazem parte do cenário musical irlandês: Marc V, Dellucht, Rocco, Kalish e Reverbate.

Hoje, quem conta um pouco dessa trajetória é o DJ Kalish.

Quando você começou a tocar e o que lhe inspirou pra que você escolhesse essa carreira?

Meu envolvimento com a música eletrônica começou por volta de 2006, quando comecei a frequentar alguns festivais (TRIBE; xXxPerience; Kaballah) e tive a oportunidade de conhecer o som de alguns artistas/DJs como GABE, DNOX-BECKERS, IDO OPHIR, RIKTAM BANSI, que se tornaram referências sonoras pra mim. Toda vez que chegava das festas, me pegava pensando como seria irado ver a galera curtindo um som que eu escolhesse/produzisse. Eu queria fazer parte daquele momento, só que de uma forma diferente, e em 2015 eu comecei a correr atrás desse sonho e buscar conhecimento e meios para entrar na cena.

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Qual estilo você toca e quem são os DJs em que você mais se inspira? Conte-nos um pouco do seu processo criativo na montagem do seu set.

Hoje o estilo musical em que meu projeto ‘KALISH’ se encontra é o TECH HOUSE.

Ultimamente, venho pesquisando muitas sonoridades diferentes, “fora da curva”, e posso citar alguns nomes brasileiros e internacionais. No Brasil, GIOC, Vanucci, Gabe, Fractall, MKJAY, CLAPCASH, Artdate, Marc Robblz atualmente são referencias importantes para mim. Aqui na gringa posso citar Deeper Purpose, INTRUSIVE, LATMUN, Mihalis Safras, Wade, CLOONEE, Eli Brown, Huxley, Max Chapman, Yvan Genkis.

No começo, eu chegava a numerar e ordenar as ‘tracks’ que ia tocar, acho que por medo ou insegurança. Hoje, eu simplesmente chego e sinto a energia da galera na pista. Não tenho mais receio algum.

Há quanto tempo você mora na Irlanda e por que escolheu aqui? Você acha que a Irlanda apresenta uma cena forte para a música eletrônica? Por quê?

Há um ano, surgiu uma oportunidade de vir pra cá com meu parceiro de projeto (Mateus), por meio de um amigo que já mora aqui ha alguns anos. Viemos em busca da oportunidade de mostrar nosso trabalho aqui na Europa. Infelizmente, meu parceiro teve de voltar ao Brasil, e eu continuei com o projeto aqui.

A Irlanda tem uma cena eletrônica movimentada, a galera lota os eventos, é um cenário com grande potencial. Não só para o público brasileiro, mas também é uma oportunidade de mostrar o trabalho dos DJs/produtores brasileiros para a toda a Europa.

Hoje você é DJ em tempo integral ou também concilia com outros trabalhos? Como faz para conciliar essa jornada dupla?

Hoje tenho de conciliar tempo e datas para trabalhar como Deliveroo e produtor musical/DJ, não é fácil não haha. Tenho que separar exatamente o tempo que tenho para produzir, pesquisar referências sonoras, baixar novos plugins que uso para produzir e para a minha rotina social. Ainda não consigo dedicar 100% do meu tempo para a música. Mas, a cada dia, vejo que posso abraçar esse sonho que hoje vem se tornando realidade.

Quais são as suas baladas/clubes favoritos aqui na Irlanda? Existe algum DJ irlandês que chame a sua atenção?

Já me apresentei algumas vezes em clubes daqui, como Opium, Oium Garden, Twenty Two, 39/40, Tramline, Fitzsimons Basement. Também tenho um grande carinho e desejo de, quem sabe um dia, me apresentar na Pygmalion e na District 8. Acho que o nome do momento é o Rebuke, uma referência a todos nós produtores/DJs e amantes da música. Com muita disciplina e dedicação, ele mostrou que é possível alcançar um padrão de som diferente, que realmente chama a atenção.

Existe alguma dica que você dá pra galera que ainda esteja começando a tocar, ou pra quem é DJ e ainda está no Brasil com planos de vir pra Irlanda?

O que eu posso dizer para a galera que está começando agora é ESTUDE, se prepare, seja diferente. A cena aqui na Irlanda está crescendo a cada dia. Principalmente para brasileiros, está ficando cada vez mais concorrida. Acredito que, quanto mais variedade, maior será a diversidade de tribos e gêneros musicais eletrônicos envolvidos. Isso só enriquece a cena :).

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