Você já parou pra pensar quem são os DJs que tocam na maioria da festas brasileiras aqui em Dublin? Aliás, muitos deles, na real, tocam em várias festas com público irlandês também. A nossa colunista de música eletrônica, Julia Moreno, que também compartilha muita coisa bacana no Vibez, bateu um papo com 5 DJs brasileiros que fazem parte do cenário musical irlandês: Marc V, Dellucht, Rocco, Kalish e Reverbate.
Hoje, quem conta um pouco dessa trajetória é o DJ Rocco.
A minha paixão pela música fez com que eu me interessasse por tocar para expressar o que realmente a música é capaz de fazer. Anos curtindo festas, aquela energia e vibe boa com amigos fizeram com que eu me envolvesse mais com a música, indo além de apenas curtir aqueles momentos. Eu quis produzir esses momentos bons que a música é capaz de proporcionar.
Atualmente, estou tocando tech house e o progressive house, onde consigo encaixar um bom groove e trabalhar bem a parte instrumental das tracks com o progressive. Algumas das minhas referências são: Jamie Jones, Josh Butler, Camelphat, Prok & Fitch, Green Velvet, Mind Againist, Adriatique, Artbat, Hot Since 82, Kolsch, entre outros nessa linha musical. Para a criação dos sets, eu levo em consideração o local onde vou tocar e o ambiente. Para mim, cada ambiente se ajusta a um tipo de “pegada” para tocar.
A partir disso, escolho meu material. A parte mais prazerosa é a química e a energia entre DJ e pista, onde acontece a mágica. Tento manter uma linha de mixagem bem melódica e dentro de um campo harmônico para melhor qualidade do set.
Estou a há aproximadamente 2 anos. Escolhi a Irlanda por ser um lugar onde eu tinha alguns amigos e um bom feedback para iniciar uma experiência fora do meu país. A cena eletrônica na Irlanda é bem forte, quando se fala de influência musical. No que se trata de variedade de clubs, acho que ainda peca um pouco devido a pouca quantidade de bons clubs e das festas que terminam as 3 am.
Hoje tenho meu trabalho fixo que me mantém a uma vida normal e o trabalho de DJ, vem sendo como um extra no momento. Meu foco é viver somente da musica, irei trabalhar forte por isso. Tento conciliar da melhor maneira possível, mas não é fácil, muitas vezes temos que preparar material, procurar melhorar durante as madrugadas, trabalhar depois dos eventos. Mas no final tudo tem valido a pena e estou muito feliz com os resultados.
O maior club da Irlanda, nosso templo da musica eletrônica foi destruído, mas está de volta um pouco mais moderno, District 8. Confesso que aquele galpão totalmente underground era irado demais. Pyg e o 39/40 são os outros clubs que costumo frequentar por aqui.
Kettama, Ejeca e Rebuke são alguns dos DJs irlandeses que acompanho.
Mesmo com pouco tempo de estrada, a maior dica para quem é DJ e quem ainda tem esse sonho é ter paixão pela música, amar aquilo que faz e colocar um verdadeiro sentimento dentro da musica. A musica é capaz de mudar a vidas pessoas e isso que tenho levado comigo e tem trazido grandes resultados nas minhas gigs. E a busca por sempre estar melhorando, me atualizando para cada vez mais estar preparado para grandes objetivos.
Para quem ainda está no Brasil, vale a pena a experiência aqui na Europa porque aprendemos muito por aqui e o preço de equipamentos são bastante acessíveis.
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