Nas últimas duas semanas, dois brasileiros nos questionaram sobre a doação de sangue na Irlanda. Como informação nunca é demais, vamos esclarecer neste texto porque sul-americanos não podem doar sangue na Irlanda.
Primeiramente vamos explicar: isso não é uma questão de discriminação dos irlandeses para com os brasileiros ou sul-americanos. Na verdade, essa é apenas uma das muitas medidas adotadas por alguns países para proteger a população de algumas doenças.
A doença de Chagas, assim como a tuberculose, foi responsável por muitas dessas medidas que hoje parecem absurdas para a nova geração, mas que foram fundamentais para barrar a proliferação no passado — e, quando digo passado, nem é algo tão distante assim.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o número de infectados com a doença de Chagas passa de 10 milhões em todo o mundo — a maioria na América Latina. A transfusão de sangue é a principal forma de contaminação. Daí vem o cuidado do órgão de saúde irlandês. E, apesar de existirem medicamentos eficazes para tratar a doença, ainda não foi desenvolvida uma vacina ou a cura.
A tuberculose também continua uma preocupação latente na Europa. Segundo dados recentes, uma nova bactéria causadora da doença tem resistido aos medicamentos existentes e se espalhado pelo Leste Europeu e em outras regiões do continente.
Mas outros aspectos também precisam ser levados em consideração. Se tomarmos a Irlanda como exemplo, todo esse processo de imigração é algo muito recente e, até pouco tempo, os sul-americanos eram raros por aqui. Sabe aquele velho ditado: melhor prevenir que remediar? Nesse caso, ele é levado bem à risca.
Sai muito mais barato para qualquer país evitar a proliferação de uma doença em seus limites do que gastar milhões para tratar os infectados. Ou seja, questões econômicas, sociais e culturais também devem ser consideradas quando discutimos as medidas adotadas em outros países.
No Brasil, os programas para erradicação da doença de Chagas, por exemplo, começaram em 1950 alcançando bons resultados com o passar dos anos. Em 2000, chegou-se a informar a extinção da doença. No entanto, casos esporádicos voltaram a surgir desde 2005. Entre 2007 e 2013, o número chegou a 1500 casos.
Segundo um estudo do epidemiologista Eduardo Massad, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a erradicação da doença só será possível em 50 anos.
No início de 2017, um surto da Febre Amarela no Brasil passou a chamar a atenção das imigrações em aeroportos pelo mundo. Desde então, a inspeção do cartão de vacinação da Febre Amarela passou a ser mais cuidadosamente requisitada em alguns países (não é o caso da Irlanda).
O vírus Zika também provocou o aumentou nas medidas de precaução nesse sentido, dadas as muitas questões sem respostas claras sobre o vírus e suas formas de transmissão. O Brasil foi um dos países onde o houve grande proliferação e, consequentemente, ele passou a ser alvo de maior atenção.
Para saber mais sobre dados oficiais do Organização Mundial de Saúde, clique aqui.
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