Já se passaram 4 meses desde que cheguei na Irlanda. Vim sozinha, com a cara e a coragem, depois de diversos perrengues que resolvi sempre da mesma forma: sozinha. Desde então, tudo é novo: nova casa, novos amigos, nova rotina, novo emprego, novo idioma, novas descobertas todos os dias. É como como renascer aos 26 anos!
Cada alegria ou conquista é muito maior que parece, como, por exemplo, conseguir um emprego pra limpar algo. No Brasil, poucas pessoas comemorariam isso. Aqui, torna-se um orgulho sem tamanho. A partir disso, a grande maioria das pessoas começa a repensar todas as pessoas que julgavam ter um “sub-emprego”, como já ouvi. Eu prefiro chamar de “empregos não valorizados”, bem como quem o exerce, infelizmente. Valores, respeito e consideração têm muito peso nessa jornada Sorte de quem consegue ter essa visão sobre essa caminhada.
Em contrapartida, as decepções e tristezas são bem maiores. Você está sozinho. Ninguém te conhece extremamente bem. Ninguém sabe sua história ou o quanto você teve que ralar pra estar aqui. Com sorte, você vai achar bons amigos que serão seus ouvintes, conselheiros, que tenham os mesmos valores que você. De resto, você vai encontrar muitas pessoas que não sabem quem você é, porque você está aqui ou como chegou aqui. É muito mais fácil achar quem queira te limitar, queira te definir, que tenha uma imagem formada (e errada) sobre você. É do ser humano querer rotular. O que os outros pensam, é problema deles – NÃO se permita ser menos do que você é.
Outro grande aprendizado é que pessoas não são substituíveis em relação ao afeto. O carinho que sinto por cada um no Brasil, jamais será substituído pelas novas pessoas boas que encontrei aqui. Como tudo na vida, o coração também se adapta e quanto mais amor dentro da gente, maior a gente fica. Porém, devo confessar que hoje tô sentindo falta daquele afeto, daqueles abraços, daqueles conselhos de vocês aí.
Hoje é mais um daqueles dias, sabe? É metade da primeira parte do caminho, quando você começa a pensar se vai, se fica… aquele momento em que a saudade aperta… Mas mesmo assim, tudo que você precisa é só se manter firme e forte como veio: sozinha com seus ideais.
Sobre a autora:
Amanda Lopes é curitibana, umbandista, escorpiana. É apaixonada pela família e pela sua cidade, mas que decidiu reescrever sua história, se colocando em primeiro lugar e recomeçando a ver a vida mais colorida.
Imagens via Dreamstime
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