Dublin vai criar centro para uso supervisionado de drogas injetáveis

Quem reside no centro de Dublin, na Irlanda, pode já ter se deparado com cenas chocantes relacionadas ao uso de drogas injetáveis em espaços públicos. No entanto, uma resposta inovadora do governo irlandês está prestes a mudar esse cenário.

Recentemente, foi anunciada a abertura de um Centro de Injeção Supervisionada em Dublin ainda este ano.

O projeto tem a aprovação para ser temporariamente instalado no Merchants Quay, uma organização sem fins lucrativos que oferece serviços a pessoas sem-teto e lutando contra a dependência, durante 18 meses.

O centro terá como objetivo proporcionar um ambiente seguro para usuários de drogas injetáveis, fornecendo agulhas limpas e prevenindo riscos à saúde pública.

As instalações incluirão uma área de recepção, uma área de consumo de drogas, uma área de recuperação e serviços de atendimento emergencial em casos de overdose.

Lei surgiu em 2015

Centro para uso supervisionado de drogas injetáveis pode entrar em funcionamento ainda em 2024 em Dublin.

A ideia do centro de injeção supervisionada não é novidade, pois em 2015, o governo irlandês aprovou uma alteração à Lei de Uso Indevido de Drogas, permitindo a criação dessas instalações.

A polícia irlandesa, Garda, enfatiza que centros como esse têm potencial para diminuir fatalidades.

De acordo com informações publicadas no site da organização, o objetivo é:

• Reduzir as mortes por overdose
• Diminuir os riscos de transmissão de doenças através de agulhas compartilhadas
• Reduzir os riscos de saúde pública, como lesões por agulha
• Além de conectar as pessoas mais vulneráveis e marginalizadas aos serviços de tratamento de saúde e sociais.

Atualmente, existem cerca de 90 dessas instalações em todo o mundo, na Europa, Canadá e Austrália, com evidências sólidas dos benefícios que oferecem tanto para os usuários de drogas quanto para a sociedade em geral.

A iniciativa do governo irlandês representa um passo progressista na abordagem do uso de drogas, visando não apenas a segurança dos usuários, mas também a integração dessas pessoas nos serviços de saúde e sociais, promovendo uma abordagem mais humanitária e eficaz para lidar com a questão do vício.